Minha Morte！Sua Loucura！ romance Capítulo 727

Robson nunca foi uma pessoa de fazer drama, mas naquela noite ele chorou muito, provavelmente se sentia realmente injustiçado.

Eu só pude consolá-lo, abraçando-o forte.

Por ter perdido uma perna, ele se tornou extremamente sensível e tinha dificuldades para dormir.

Quando estava na ala subterrânea de isolamento do hospital psiquiátrico, Luzia disse que ele só conseguia pegar no sono usando medicamentos.

Mas esses remédios eram muito prejudiciais ao corpo e tinham efeitos colaterais severos, então, depois que o trouxe para casa, nunca permiti que ele usasse esses sedativos.

Ele nunca reclamou, só conseguia dormir bem quando eu estava ao seu lado. Até um leve movimento meu poderia acordá-lo em alerta.

Observando Robson, que já tinha chorado até adormecer, eu me recostei na cabeceira da cama, tentando não me mexer para não acordá-lo.

A luz fraca da lua entrava pela janela, e o silêncio da montanha era quase assustador.

Robson estava dormindo, mas eu estava insone.

Todos nós estávamos confusos e com medo do que o futuro nos reservava.

A tecnologia e a medicina estavam avançando, mas continuar nesse caminho nos fazia questionar o que seria da humanidade.

...

O sol da manhã entrava pela janela.

Esfreguei meus olhos, inchados por uma noite sem sono, e observei o rosto bonito de Robson.

Seus cílios eram tão longos.

Me encolhi em seus braços, buscando conforto, e finalmente consegui adormecer.

Quando acordei, Robson já não estava no quarto.

Sabia que ele podia ter feito com que os meninos abrissem a porta de fora.

Levantei-me rapidamente, um tanto ansioso.

Robson entrou no quarto naquele momento, nossos olhares se encontraram, e ele parecia culpado.

Apoiando-se em sua muleta, falou baixinho. “Eu só... dei uma volta, não fui longe...”

Não podia mantê-lo trancado para sempre.

Olhei para ele. “Mas se você sair sem me dizer novamente, vou te prender com uma corrente no pescoço.”

Robson riu. “Estrela é que precisa de uma coleira.”

“Estrela não foge! É muito obediente e não tem tanta astúcia.” Eu disse, entre dentes.

Robson fez beicinho. “Amor... eu sei que errei.”

Indiquei para que se sentasse na cadeira de rodas e o empurrei para fora do quarto.

A calmaria nunca durava muito. Eu e Robson aproveitávamos o sol no jardim, Marcelo brincava com bolhas de sabão, e Aline, sempre na sombra, se distraía com seu cubo mágico. Mas essa paz foi interrompida.

Quésia já sabia que nem eu nem Robson havíamos morrido, e a organização genética certamente não nos deixaria em paz, vendo-nos como uma fonte de valor inestimável.

Adonis havia deixado muitos guarda-costas, mas eles não eram páreo para os mercenários contratados pela organização genética.

Olhei para Robson, depois para Marcelo e Aline, ainda serenos. “Leve seu pai para o quarto e tranque a porta.”