A esposa recasada de Rui romance Capítulo 8

Após um silêncio, Agatha pausou o olhar na empregada.

Foi obviamente uma provocação deliberada.

Agatha não disse nada, parou um pouco e foi embora.

- Ela realmente acha que vai subir um degrau por ser a mulher da Família Norberto? Se o nosso Sr. Rui não gostar de você, você nem vive melhor do que os nossos empregados.

- Isso mesmo. Olha a imagem dela, que foi expulsada pelo Sr. Rui e dormiu fora do quarto na última noite. Se eu fosse ela, iria fazer as malas e voltar para a família original logo, para não se tornar uma piada aqui!

- Esse tipo de mulheres, como é que elas sabem sentir vergonha? Nos olhos delas, só há dinheiro!

Agatha caminhou para longe até que não ouviu mais a discussão delas sobre si mesma. Com o rosto tremendo pálido, ela se agachou devagar cobrindo o peito com a mão.

Porquê?

Porque é que ela deve suportar tudo isso? Só porque ela se divorciou?

Agatha enterrou o rosto entre os joelhos, passando pelos ouvidos as zombarias das empregadas, a ordem dos pais que obrigou o casamento dela logo depois do divórcio, e aquela noite...

De repente, ela se sentiu mal na barriga e levantou a cabeça de ímpeto.

Não, não pode ser!

Amanhã ela tem que ir ao hospital para fazer exame.

Ela não pode ficar grávida, não!

Quando Agatha levantou a cabeça, por acaso a porta do quarto se abriu. Pierre conduziu Rui para fora. Seguindo o som, Agatha passou a olhar para eles.

Rui só deu uma olhada descuidadosa, de maneira que os olhos cheios de lágrimas de Agatha depararam com o fundo de olhos escuros dele, como se uma pedrinha fosse jogada a um lago pacífico, gerando múltiplos círculos de onda.

Agatha não era feia. Pelo contrário, ela tinha caraterísticas faciais muito salientes, cílios longos e curvados além de um par de olhos bonitos como uma fonte cristalina, que parecia concentrar toda a beleza vívida do mundo.

Porém, seria uma fonte gélida.

Uma vez que os olhos dela sempre davam uma sensação indiferente, não tinham aquela beleza tenra da mulher.

Agora, com as lágrimas nos olhos avermelhados, de repente se adicionou uma vulnerabilidade encantadora a ela.

De figura magrinha, ela estava agachada lá com o corpo contraído e pequenino, que inspirou a simpatia das pessoas.

Os dois se entreolharam sem palavras.

Após um momento, foi Agatha que tomou a iniciativa a falar baixinho:

- Você, você quer sair?

A voz dela estava muito rouca, com som nasal pesado.

Por acaso, Rui acenou a cabeça comprimindo a boca:

- Sim.

- OK.

Agatha também não disse mais nada, que recolheu e abaixou os olhos, pregando o olhar nos pés com tontura.

Rui fixou os olhos nela profundamente.

- Eu já disse que não continuasse a ficar aqui para me envergonhar né?

Ouvindo isso, Agatha levantou a cabeça e o olhou com medo:

- Mas já combinamos antes e você também concordou, não é verdade?

Rui fez uma risada satírica -, eu concordei? Quando?

Agatha ficou calada em um instante. Parecia que ele não tinha concordado nada de fato, só que não voltou naquela noite depois de sair do quarto.

Então, foi ela que entendeu errada?

Pensando nisso, Agatha abaixou as pálpebras, mordendo seu lábio.

De repente.

- Antes de eu encontrar ela, posso deixar você ficar aqui. Mas, precisamos fazer 3 acordos.

Agatha levantou a cabeça impetuosamente:

- Encontrar quem?

Os olhos de Rui ficaram terrivelmente escuros:

- É melhor não perguntar sobre o que não deveria saber.

Agatha abaixou as pálpebras de novo. É verdade, o que tem a ver com ela se ele quiser procurar alguém? Para quê perguntar sobre isso, afinal são apenas um casal nominal?

Basta autorizar a permanência dela.

- OK, você que manda. - Agatha disse baixinho.

- A cama é minha. Para onde você dorme, ajeite por si própria.

- Os seus itens só podem ficar nas suas malas, ao invés de ser colocados nos meus armários.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: A esposa recasada de Rui