O Egípcio romance Capítulo 43

Karina

Devagar, Hassan escrutinou meu corpo da cabeça aos pés como se me visse pela primeira vez.

— Está linda nesse vestido.

Estou usando um caftan preto com dourado. Ele é um pouco folgado, sem decote e abaixo dos joelhos.

Ah, é claro que ele gostou, mas eu o vesti porque ele é bonito e eu me sinto bem na roupa, mas não quer dizer que vou deixar meu guarda-roupa de lado.

— Obrigada.

— Estou gostando de ver — ele diz, me puxando com seu braço bom e me beijando a testa como se eu fosse uma boa menina.

Eu sorrio levada, quando ele me solta.

— Hassan não se acostume. Isso não quer dizer que você me verá sempre assim…

Antes que Hassan diga algo, eu ouço a voz de meu pai:

— Bom dia. Tomarão café conosco antes de saírem?

Hassan, que me olhava sem ação, quase carrancudo, suaviza a expressão quando olha para ele.

— É claro, por que não?

Observo Hassan…

Selvagem. É esse o termo que o defino nessa manhã.

Ele está usando jeans claro e camiseta branca, que, em harmonia com os cabelos negros despenteados, o deixa muito sedutor. Ele só não transparece perigo por causa da tipoia preta em seu braço.

Nos dirigimos à sala de jantar, mamãe está terminando de colocar as coisas para o café.

— Audrey, Hassan irá tomar café conosco.

Minha mãe o encara sem graça.

— Karina nos contou que vocês comem muitas comidas típicas maravilhosas, os doces então, nem se fale. Então não repare em nosso café da manhã, ele não é como vocês costumam ter em sua casa.

Ai, minha mãe é de amargar.

Isso, mãe! Agora Hassan me imagina com um prato gigante cheio com as comidas que eles servem e eu perdida no meio de suas guloseimas.

Eu respiro fundo. Hassan se senta no lugar que meu pai indicou e diz:

— Não vou reparar, para mim está tudo ótimo. Eu não consumo um quarto do que nos é servido.

— Deus! E o que vocês fazem com toda aquela comida? — mamãe pergunta.

— Mamãe! — eu digo, impaciente.

Eu sinto um forte impulso de fugir correndo dali e arrastar Hassan, mas ele parece estar se divertindo.

— Nunca perguntei, mas meus empregados são bem robustos. Acho que agora estou entendendo para onde vai toda a comida.

Todos da mesa riem, inclusive eu.

— Posso cortar um pedaço de pão para você e passar geleia? — pergunto para ele.

— Pode, mas prefiro manteiga.

Eu aceno com um sorriso.

— Está certo.

Hassan então encara minha mãe e diz, com um sorriso:

— Vou pedir para separar alguns doces e salgados da minha terra e trazer para a senhora experimentar.

Ela abre o sorriso e os olhos dela brilham.

— Oh, eu vou adorar.

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