Não Deixe o Impulso Confunda Tudo romance Capítulo 152

O que Sebastião Paz desconhecia era que, à entrada do salão de festas, Teresa Neto, sem saber-se desde quando, fizera sua chegada. Parada à porta, ela o observava enquanto fitava Vânia Rocha, que por sua vez, sustentava o olhar, cravado nele com intensidade. Teresa seguiu o olhar de Sebastião até pousar sobre Vânia Rocha.

Vânia estava cercada por uma multidão, brilhava resplandecente, qual princesa nata. Apesar dos Rocha não lhe demonstrarem afeto, todo o carinho sequestrado por Pandora Rocha, Vânia ainda resplandecia, mantinha a aura de princesa. Aquela que a todos faz olhar para cima, a invejar involuntariamente.

A tranquilidade que emanava dela a fazia invejar, e também sentir ciúmes. Ela odiava essa Vânia Rocha; desejava roubar-lhe tudo, até mesmo sua destruição almejava. Cada vez que a avistava, era como se lhe lembrasse de sua origem no lamaçal, coberta de lodo, enquanto Vânia sem esforço algum, nascia princesa, nascia feliz. Ao passo que muitos desgostassem dela, Vânia ainda possuía toda a adoração do mundo. Por quê?!

Como podia ela conquistar tão facilmente Sebastião Paz? Como podia merecer o apreço de Sr. Rodrigo Paz que até ações ofereceu para celebrar seu casamento com Sebastião? E como, fracassada em casar-se com Sebastião Paz, poderia agora unir-se ao mais poderoso Cesar Martins?

Em seus aniversários, naquela moradia alugada, suja e gasta, só conseguiria um jantar se a Sebastião implorasse. Mas e ela? Mesmo sem Sebastião, uma legião lhe trazia felicitações. Banhava-se na camaradagem da alta sociedade, aceitando presente após presente com a mais descomplicada das atitudes. Parecia que, sem esforços, sem preocupações, entrosava-se magnificamente.

Enquanto ela própria, carregando um inato sentimento de inferioridade, via-se abismalmente distante daqueles seres, mal conseguia trocar uma frase sem que no olhar deles lhes parecesse tão insignificante quanto uma formiga. Sentia inveja de Vânia Rocha, uma inveja atroz.