Não Deixe o Impulso Confunda Tudo romance Capítulo 643

O motorista tremia dos pés à cabeça, especialmente depois de ver tantos homens descendo daqueles carros. O medo só aumentava.

— Acho que isso não tem nada a ver comigo, né? Olha... É melhor você descer... Eles devem estar atrás de você!

Vânia Rocha permaneceu em silêncio.

Para ser sincera, ela também não conhecia aquele grupo.

Nem os carros lhe eram familiares.

Nos últimos tempos, ela não lembrava de ter ofendido ninguém, não fazia ideia de como uma situação dessas poderia acontecer de repente.

— Talvez — respondeu, hesitante.

Vânia Rocha ainda não havia decidido se desceria do carro quando alguns homens vieram em sua direção.

Alguém bateu no vidro da janela ao seu lado.

O motorista, tremendo, abaixou o vidro do lado de Vânia Rocha.

— A senhorita Vânia Rocha? — perguntou um dos homens.

— Sou eu. E vocês, quem são? O que querem comigo? — respondeu ela, tentando manter a calma.

Ser abordada assim, tarde da noite, por um grupo tão intimidador, fez Vânia Rocha franzir o cenho, desconfiada.

— Nosso patrão gostaria de conversar com a senhorita. Poderia nos acompanhar? — disse o homem, educado, ainda que a postura do grupo sugerisse mais um sequestro do que um convite formal.

— Posso saber quem é o seu patrão? — Vânia perguntou, intrigada.

Ela realmente não conseguia imaginar quem teria enviado tanta gente para buscá-la daquela forma.

Se fosse alguém bem-intencionado, provavelmente seria alguém conhecido, que a teria avisado antes.

Mas, pelo jeito, não era o caso.

— Quando a senhorita chegar, vai descobrir — respondeu o homem. — Srta. Vânia, por favor, desça do carro. Imagino que não gostaria que precisássemos recorrer à força, certo?

O motorista olhou para Vânia Rocha com um olhar suplicante.

Vânia Rocha se voltou para ele:

— Me desculpe por assustá-lo e causar esse transtorno.

Ela caminhou até onde ele indicou e sentou-se, sem cerimônia.

Olhou para ele de volta, sustentando o olhar com firmeza.

Ao notar traços familiares naquele rosto, Vânia logo percebeu quem era o homem à sua frente.

Devia ser, como Sr. Rodrigo dissera, o verdadeiro pai de Cesar Martins.

Ela permaneceu em silêncio, apenas observando o homem à sua frente.

Se ele a procurara assim que voltou ao país, certamente tinha algo importante a dizer.

Mas Vânia duvidava que fossem boas notícias.

— Imagino que você não me conheça — disse o homem, tragando o charuto, incomodado com o olhar penetrante de Vânia.

Ela lançou um olhar indiferente para ele e, após um breve silêncio, respondeu:

— Posso imaginar quem o senhor seja.