Não Deixe o Impulso Confunda Tudo romance Capítulo 686

— Vava adora esse aqui, vamos levar mais um pouco!

— Esse também é o preferido da Vava!

— Vava, você quer morango?

— Vava, aceita um pouco de jaca?

Natan Barbosa e os outros não paravam de falar o nome de Vava, sempre pensando nela primeiro na hora de escolher o que comprar, sem se importar se eles próprios gostavam ou não.

Vânia Rocha, por sua vez, também procurava pelos produtos favoritos dos irmãos.

Ficava claro o quanto ambos se importavam uns com os outros.

Pedro Rocha, observando à distância, não podia deixar de sentir uma pontinha de ciúme.

Vânia Rocha era tão carinhosa com eles — e eles retribuíam na mesma medida.

Naquele momento, parecia que aqueles rapazes eram de fato os verdadeiros irmãos dela.

E ele, Pedro, não era nada. O que mais o incomodava era justamente essa sensação de inferioridade, como se realmente não pudesse se comparar aos irmãos de Vânia Rocha.

Era difícil aceitar que, para Vânia Rocha, a relação dela com os outros irmãos parecia mais natural, mais próxima. Como se ele e os seus irmãos merecessem ser deixados de lado.

— Vânia Rocha! — Saulo Rocha exclamou, surpreso ao vê-la ali.

— É a Vava — comentou Hector Rocha, franzindo as sobrancelhas ao olhar na direção de Vânia Rocha.

Ninguém esperava encontrar Vânia Rocha naquele supermercado.

Especialmente Pandora Rocha.

Ao vê-la, Pandora chegou a empalidecer.

O que mais a incomodou foi perceber que todos os irmãos ao seu redor estavam olhando para Vânia Rocha, tão atentos, tão interessados nela.

— Vava também veio ao mercado... — comentou Pandora, com um tom de voz levemente sarcástico.

— Achei que estivesse ocupada demais para isso, já que nem apareceu em casa para as festas de fim de ano.

Por isso, ao descobrir que não existia laço de sangue, sentiu até certo alívio.

Agora, não precisava mais se preocupar com eles.

Sem afeto, sem parentesco, eram apenas estranhos.

Só que Hector e os outros não sabiam que Vânia Rocha não tinha qualquer vínculo sanguíneo com eles.

O jeito frio de Vânia os incomodou profundamente.

Sentiram-se magoados, cada um à sua maneira.

Hector, que ainda se recuperava e estava em uma cadeira de rodas, aproximou-se dela.

— Vava, hoje é véspera de Ano Novo. Você deveria ir para casa jantar com a família.

Vânia o olhou e sorriu de leve.

— A família Rocha não parece muito disposta a receber uma estranha como eu, não é?