Não É Isso Você Querer? A Minha Morte. romance Capítulo 8

A família Morais, embora não fosse muito abastada, fez o possível para que Núbia Lopes passasse por uma cirurgia de substituição articular. Contudo, devido à qualidade limitada do hospital naquela época, a cirurgia falhou, deixando Núbia com uma deficiência permanente. Além disso, os medicamentos utilizados durante o tratamento causaram danos ao seu coração e rins, tornando-a incapaz de engravidar novamente.

Sandro Goulart, plenamente consciente de que uma nova cirurgia na perna de Núbia não traria melhorias, ainda assim dedicou-se incansavelmente a buscar tratamento para ela. O amor é evidente, assim como a falta dele.

"Não quero atrapalhar vocês mais." Gabriela Clara Morais se virou, "Irmão, vou voltar."

"Tudo bem."

Antes de sair, a voz melodiosa de Núbia Lopes, semelhante ao canto de um pássaro, chamou Gabriela Clara Morais: "Gabriela Clara."

Gabriela Clara Morais respirou fundo, virando-se calmamente.

"Eu sabia que era você, Sandro pensou que eu tinha te confundido com outra pessoa." Núbia Lopes, apoiada ao lado de Sandro Goulart, ostentava um sorriso inocente, "Gabriela Clara, não entenda mal, Sandro está apenas me acompanhando para pegar alguns relatórios médicos, você sabe, minha perna dificulta um pouco as coisas."

Gabriela Clara Morais sentiu um aperto no coração. Seu homem era verdadeiramente um anjo da guarda.

"Nosso querido Presidente Goulart sempre foi tão prestativo, não apenas com você."

Núbia Lopes pareceu um pouco constrangida. "Sim, Sandro é uma boa pessoa."

Boa pessoa? Que ironia.

Sandro Goulart continuou a ajudar Núbia Lopes a caminhar e falou com Leandro Ferreira, "Conseguiu encontrar o prontuário?"

"Estou procurando." Leandro Ferreira respondeu, ocupado.

"Então por que perder tempo aqui?"

Núbia Lopes não esqueceu de se despedir de Gabriela Clara Morais, "Então, vamos entrar."

Olhando para trás e vendo Sandro Goulart cuidar de Núbia Lopes com tanto cuidado e carinho, Gabriela Clara Morais sentiu seus olhos se encherem de lágrimas. O homem pelo qual ela daria tudo, dedicava sua ternura a outra pessoa.

Ansiosa, sentou-se e segurou firmemente sua bolsa. Dez minutos depois, Jobson Morais foi trazido para dentro.

"Trinta minutos, aproveite." O funcionário saiu, deixando-os a sós.

O homem na cadeira de rodas olhava vazio, curvado e encolhido, com o rosto cavado e barba por fazer. Gabriela Clara Morais sentiu seus olhos se encherem de lágrimas.

"Jobson Morais." Ela se abaixou diante dele, chamando-o suavemente.

"Jobson Morais, você consegue ouvir a sua irmã falando?" Segurou sua mão, esfregando-a delicadamente, os olhos marejados. "Você foi maltratado aqui? Conta para a irmã."

"Jobson Morais, o que eles fizeram com você? Por que você está assim? Pode falar comigo, por favor?"

"Eu sou sua irmã, olhe para mim. Eles bateram em você? Não te deram comida? Eles te machucaram de alguma forma?"