Não Queria Sejamos Casais? Ok, Me Chame De Cunhada！ romance Capítulo 625

"Caso um dia apareça outro homem importante ao seu lado, quero ver qual será a sua reação."

Ademir, que normalmente tinha uma boa tolerância ao álcool, naquela noite sentia-se oprimido e acabou bebendo demais, perdendo a cautela ao falar.

Ele estava lúcido, mas não queria estar.

Portanto, suas palavras carregavam um certo ressentimento.

Tanto em relação a Arthur quanto a si mesmo.

Nesse momento, nenhum dos três poderia imaginar que as divagações sem fim de Ademir acabariam por se tornar uma premonição.

Por duas horas seguidas, eles beberam sem parar e conversaram sem deixar o ambiente esfriar.

Falaram do passado ao futuro, dos micos que pagaram aos anos na fronteira.

E, conversa vai, conversa vem, todos acabaram bebendo demais.

Trinta latas de cerveja desapareceram, cinco garrafas de Jägermeister esvaziadas.

Ademir, entre risos e lágrimas, ocultava sob a embriaguez um coração que temia expressar seus verdadeiros sentimentos.

Ele sabia que precisava desistir de Tania.

Porque Zuleica estava certa, o pacto entre os sete não poderia ser quebrado.

Podia-se perder a vida, mas não o amor.

Num piscar de olhos, era meia-noite e onze, e Zuleica, cambaleante, dirigiu-se ao banheiro.

Encostada na porta, bloqueando o som suave da música do ambiente, pegou o celular, balançou a cabeça e abriu a lista de contatos, encontrando um número escondido lá embaixo.

O nome estava sob um ícone, [coração partido].

Zuleica hesitou por um longo tempo, dividida entre a razão e a emoção, sentindo cada segundo se arrastar.

Finalmente, reuniu coragem e ligou, levando o celular ao ouvido, ansiosa pela voz do outro lado.

Após alguns segundos, talvez menos, a voz profunda e serena do homem ressoou: “Quem é?”

...

Tania estava bêbada pela primeira vez na vida.

Quando Arthur chegou à boate para buscá-la, ela estava sentada no sofá da cabine, pernas cruzadas sobre a mesa de centro, uma mão segurando um copo de bebida e a outra, uma lata de cerveja, bebendo alternadamente como se fosse água.

Ademir já estava inconsciente, deitado no sofá, murmurando letras de músicas que ninguém entendia.

Zuleica parecia ser a mais sóbria, mexendo distraidamente no celular.

Ela nem imaginava que, naquela noite, havia ligado para Miguel mais de oitenta vezes, ligando a cada poucos segundos e então desligando assim que começava a tocar.

Enquanto isso, Miguel, na sede dos mercenários, observava o celular vibrar, desligar, vibrar, desligar...

Suas têmporas pulsavam e ele ordenou que seus subordinados verificassem de quem era o número.

Ele estava disposto a enfrentar qualquer batalha, mas ser perturbado no meio da noite? Que tipo de tática insana era essa?