Não Queria Sejamos Casais? Ok, Me Chame De Cunhada！ romance Capítulo 795

Tania mantinha a cabeça baixa olhando para o celular, sem jamais ter aberto o arquivo.

Inclusive Raquel e Marcelo, também estavam sentados de maneira tranquila, sem nenhum interesse em olhar.

A atmosfera ao redor da mesa ficou um tanto sutil, e Marcos, colocando de lado um saco de papel kraft, massageou o centro de sua testa, "Pai, será que o irmão mais velho e a irmã mais velha te pressionaram?"

Tratar de um testamento é algo sensível, e mais ainda com o patriarca ainda vivo. Será que é necessário essa pressa toda em disputar a herança?

Vão perder a face?

Fabiano, com os cantos da boca pendendo e o rosto cheio de rugas exibindo claramente sua idade, respondeu, "Pressionar-me não adianta, o testamento foi notarizado, ninguém além de mim pode alterá-lo.

Guardem bem isso, caso algum dia algo me aconteça, o advogado levará o testamento até vocês."

"Pai, você está tão saudável, não fale coisas tão pessimistas."

Eduardo, segurando uma chaleira, ofereceu mais chá ao ancião, e estando tão perto, quase podia se ver a dor escondida sob sua calma exterior.

Colocando a chaleira de lado, ele olhou para Fabiano e de repente sugeriu, "Se eles continuarem a incomodá-lo, que tal ficar conosco por um tempo?

Temos espaço de sobra em casa, e mesmo que eles tentem fazer alguma coisa, dificilmente conseguirão entrar. Não se deixe abalar por tão pouco."

Ao ouvir isso, Diana também acenou com a cabeça em acordo, "Isso mesmo, pai, venha ficar conosco. Podemos levar também os empregados, será mais animado com mais gente."

Fabiano olhou para os membros da família Vargas com uma expressão séria, mas sorriu e acenou com a mão, "Deixa pra lá, já me acostumei a viver aqui, não me sentiria à vontade em outro lugar.

Não precisam se preocupar comigo, eles não têm coragem de me desafiar diretamente. É irritante, sim, mas o testamento já foi notarizado, isso é definitivo.

"Estou curioso para ver que tipo de espetáculo eles pretendem fazer."

No caminho de volta, Tania seguia no seu Mercedes Benz G-Class atrás da van de Marcelo.

À medida que os carros se distanciavam, ela olhava no espelho retrovisor, observando as figuras que se tornavam menores, e seu olhar se estreitava, frio.

A súbita divulgação do testamento pelo avô era incomum.

Se ele quisesse falar sobre isso, não teria instruído ela a manter segredo com tanto cuidado durante sua estadia no hospital.

Naquela noite, ao redor da mesa de jantar, ela percebeu que várias vezes o avô parecia prestes a falar, provavelmente enfrentando um dilema ou não sabendo como abordar um assunto difícil.

Tania pegou o celular do painel, digitou rapidamente alguns números e, assim que a ligação foi atendida, ela instruiu, "Envie duas pessoas para ficarem de olho nos arredores da Vila de Palmeira, e me informe sobre qualquer novidade."