Não Queria Sejamos Casais? Ok, Me Chame De Cunhada！ romance Capítulo 913

À noite, Marcelo ainda estava à mesa de um jantar, trocando brindes e copos com o pessoal da Agência da Previdência Social. Seu olhar, no entanto, se desviava frequentemente para o celular, revelando sua distração.

Já passava das nove e meia. Pensando bem, desde que se casaram, Raquel parecia nunca ter lhe perguntado quando ele voltaria para casa.

Talvez fosse o álcool, mas naquele momento, Marcelo se esquecera de que a Raquel, sempre tão compreensiva, jamais interferia excessivamente em seu trabalho ou em sua vida pessoal.

Sabendo que ele era muito ocupado, ela sempre o esperava em casa, quieta e obediente, não importava quão tarde fosse.

Ao pensar nisso, uma irritação indescritível surgiu no coração de Marcelo.

Com o rosto levemente corado pelo álcool, ele virou mais um pequeno copo de cachaça e, pegando o celular, digitou lentamente algumas palavras para Raquel.

Marcelo: O que está fazendo?

Quinze minutos depois, a mensagem no WhatsApp finalmente chegou.

Amazônia Viva: Estava tomando banho. Aconteceu alguma coisa?

Naquele momento, em sua casa no Bosque dos Ipês, Raquel, secando o cabelo, sentou-se na sala com uma expressão confusa.

Era a primeira vez que Marcelo lhe enviava uma mensagem no WhatsApp por iniciativa própria. O que teria acontecido? Era muito incomum.

Não só isso, o celular vibrou novamente. Marcelo respondeu instantaneamente.

Raquel, segurando o celular, olhou incrédula para as três palavras, e a toalha caiu de sua mão com o susto.

Ela simplesmente não conseguia acreditar que aquelas eram palavras que Marcelo diria. Sua primeira reação foi pensar que a conta dele havia sido hackeada, ou que ele havia perdido o celular.

Assim, em vez de responder, ela ligou para ele, para verificar se era verdade.

E Marcelo atendeu no mesmo instante.

O som do outro lado da linha era barulhento, com vozes altas e discussões que ecoavam.

"Alô? Marcelo?", Raquel chamou, cautelosa.

Marcelo recostou-se na cadeira, massageando a testa. Sua voz era grave e as palavras saíram um pouco arrastadas, como se ele tivesse bebido demais. "Sim. Por que ainda não foi dormir?"

Ah, então a conta não fora hackeada e o celular não estava perdido.

Raquel disse que estava esperando por ele, e o humor complexo de Marcelo instantaneamente começou a se clarear.

Ao ver Tania, ele afastou a fumaça com a mão. "Acordou? Seu homem teve que sair para resolver um assunto urgente, volta mais tarde."

Tania murmurou um "ah" e, assim que se sentou, Karina lhe trouxe o café da manhã.

Depois de comer, pouco antes das dez, Davi chamou Tania para irem ao heliporto.

Ao chegarem ao Grupo de Escuro, a área de tiro já estava preparada. Não era um estande interno, mas o campo de treinamento no topo da montanha que Tania já conhecera.

Ao sair do elevador de acesso, ela olhou ao redor e viu que o local estava... lotado.

Tania ergueu uma sobrancelha e, antes que pudesse perguntar, Davi já explicava: "São curiosos."

Que honra a dela, então.

Numa estimativa rápida, havia pelo menos cem pessoas.

Davi, com as mãos nos bolsos, ouvia saudações por onde passava: "Davi, Srta. Vargas."