Não vivo sem você romance Capítulo 109

"Pare! Você vai matá-lo...", Kelly queria parar o Damien, mas foi jogada no chão abruptamente.

Os socos do Damien finalmente cessaram. Selden estava todo detonado, mas ainda não demonstrava nenhuma expressão no rosto.

A equipe de resgate finalmente conseguiu arrastar o táxi para cima, mas não tinha nenhum sinal da Ava.

Ele olhou para as ondas do mar e mostrou um sorriso de escárnio: "Todos vocês estão mentindo pra mim!"

Todo o mundo era mentiroso!

Selden mentiu para ele há meio ano. Dessa vez, ele deveria continuar mentir!

Ele nem tinha visto a Ava ainda. Como ela poderia ter morrido novamente?

Quando amanheceu, a equipe de resgate estrangeira encontrou o cadáver de uma mulher na praia a poucos quilômetros de distância.

Damien, como se tivesse doido, correu para o local.

O cadáver da mulher ficou muito tempo na água, o que fez com que todo o seu corpo ficasse inchado. Comparada com a figura ágil em sua memória, ela era muito diferente da Ava.

Ele não teve coragem de dar nem mais um passo para perto dela, pois estava com medo de reconhecer o cadáver.

Os membros da equipe de resgate local, que recuperaram o corpo da mulher, falaram com o sotaque do país em que estava, do qual Damien não entendeu nem uma palavra.

"Ava, você tá mentindo pra mim."

Ele murmurou enquanto estendia a mão para remover o pano branco que cobria o rosto do cadáver da mulher.

Não era ela.

Aquela mulher era uma mulher nativa. Mesmo que o rosto dela estivesse desfigurado, ele ainda conseguia dizer que não era a Ava.

Ele sentou-se na praia.

Tinha água jorrando dos seus olhos. Essa foi provavelmente a primeira vez em que ele derramou lágrimas na frente de outras pessoas.

Mas, graças a Deus, não era ela.

"Ela não tá morta, ela tá viva obviamente."

Ele preferia nunca mais encontrá-la do que saber que ela tinha morrido.

......

Na rodovia, um carro estava em alta velocidade.

O motorista estava encharcado de água e com os olhos escurecidos. Ele olhava para a mulher que estava no banco de trás de vez em quando.

O corpo da mulher também estava encharcado. Ela estava meio acordada e gemia dolorosamente uma vez ou outra.

"Não..."

Ela estava murmurando alguma coisa. A dor a fez se enrolar e tremer.

Enrico não conhecia as estradas dali e acabou se perdendo em um cruzamento.

Ele parou o carro e se virou para olhar para a mulher que estava no banco de trás.

Ele deveria apenas deixá-la ali sozinha?

Ele socou o volante com força.

Ele, com certeza, estava fora de si para ter pulado para salvar essa mulher. Quando ele se tornou tão caridoso?

Contudo, se ele a deixasse no acostamento da estrada com ela nesse estado, ela com certeza morreria.

Mas os guarda-costas do Damien estavam procurando por ele. Se ele fosse para o hospital agora, ele poderia topar com um deles...

"Ava, você realmente me arrumou um problemão dessa vez." Ele sorriu amargamente.

Naquele dia, Enrico já tinha chegado ao aeroporto. No entanto, ele nunca esperava que o Damien chegasse tão rapidamente. Tinha apenas dois portões de embarque no pequeno aeroporto e o Damien tinha guardas de prontidão.

Estava quase na hora de o avião decolar, mas ele não conseguiu embarcar. Ele só podia assistir a sua oportunidade passar diante de seus olhos.

Damien estava decidido a pegar o Enrico de qualquer jeito, o que tornava a fuga do Enrico difícil.

Mais tarde, Damien não encontrou o paradeiro dele, então ele voltou para a China.

Ele queria aproveitar a oportunidade para fugir depressa, mas não esperava sofrer um acidente de carro no caminho para o aeroporto.

Só podia ser o destino. Ele nunca esperava encontrá-la em um acidente.

"Não, eu imploro...", ela murmurou.

Parecia que todas as suas forças desta vida já tinham se exaurido  há muito tempo por conta da espera sem fim por aquele homem.

Mas ela o alcançou no final?

Sua mente estava uma bagunça, e ela não conseguia se lembrar de nada.

"Ah..."

Ela agarrou o corrimão ao lado da cama com força. Ela sentiu como se a parte inferior do seu corpo fosse se despedaçar, mas ela não conseguia exercer nenhuma força.

Ela provavelmente ia morrer.

Parecia que, pelo que ela se lembrava, ela já tinha morrido uma vez, então ela não entrou em pânico dessa vez.

Em vez disso, ela sentiu um alívio.

Ava não tinha certeza se os que deixavam esse mundo viam luzes no caminho para o outro mundo, mas ela sabia que tinha algo que brilhava de tal forma que ela não conseguia nem abrir os olhos.

Ela continuou a caminhar em direção à luz.

E, então, ela ouviu o choro de um bebê.

O choro do bebê no seu ouvido ficou cada vez mais alto até que ela não teve escolha a não ser abrir os olhos para procurar a origem do som.

O homem à sua frente segurava um bebezinho nos braços. Vendo que ela finalmente tinha acordado, ele rapidamente parou na frente dela.

"Graças a Deus, pensei que você fosse morrer", disse o homem.

A luz da sala estava muito forte, então ela fechou metade dos olhos por bastante tempo antes que sua visão se clareasse.

Provavelmente, era um hospital pequeno. O espaço era muito estreito e até a grade da cama em que ela estava deitada estava enferrujada.

Seu corpo estava tão dolorido que parecia que estava à beira de se quebrar. Ela fez um leve movimento e sua barriga doeu demais da conta.

O homem disse para ela: "Sinto muito, tô em uma situação complicada agora. Não posso te mandar pra um hospital normal. Você caiu no mar de novo e estava prestes a dar à luz agora. Quase perdeu sua vida!"

Ava virou a cabeça e olhou para o homem na frente dela. Ela ainda estava meio zonza.

"Você é o... Enrico?"