Não vivo sem você romance Capítulo 127

Os genes da família Radbury eram inegáveis, bastava olhar para o rosto do Jean. Ela não conseguia negar, mesmo que não conseguisse se lembrar do que aconteceu no passado.

Ava pensou que o Damien a estava perturbando por causa do Jean.

"Damien, eu não ligo pra o que você tá pretendendo. Eu carreguei Jean por 9 meses e demorei horas pra dar à luz. Mesmo sabendo que a família Radbury é extremamente poderosa, você nunca vai tirá-lo de mim, nem por cima do meu cadáver!"

Não, ela não permitiria que ninguém levasse o filho dela embora mesmo depois de morta.

Ela segurou o braço do Jean com força enquanto se afirmava contra o Damien.

"Mamãe, você tá me apertando com muita força, tá doendo", disse o Jean em voz baixa.

Contudo, ela não diminuiu a força.

Um homem como o Damien tão poderoso que precisava e muito mais. Ele, provavelmente, tinha um propósito para ficar importunando-a. Ela não conseguia pensar em mais nada além de querer tirar o Jean dela.

Jean era tão importante para ela quanto sua própria vida, ela nunca deixaria que o tirassem dela, mesmo que ele fosse o pai dos Radbury!

Damien estava concentrado em dirigir, então só franziu ligeiramente a testa e disse: "Ava, você tem mal-entendido de mim."

O jardim de infância não era longe, então eles chegaram na entrada em um piscar de olhos.

Esse era o melhor jardim de infância dessa região, de acordo com as pesquisas que a Ava tinha feito com antecedência. Embora a mensalidade fosse cara, a educação do Jean era mais importante que tudo. Mesmo que ela seja modesta, ela não pode deixar o Jean sem a possibilidade de ter a melhor educação.

Damien ficou muito satisfeito depois de ver o jardim de infância.

Ela pensou que ele ia embora quando os deixasse na entrada, mas ela não esperava que ele fosse segui-los na cara de pau.

"Por que você tá nos seguindo?", Ava disse descontente com a situação.

"Eu sou o pai do Jean também, por que você acha que tô aqui?"

Antes que ela quisesse abrir a boca, Damien rapidamente pegou a mão do Jean e entrou pelo portão do jardim de infância.

"Esse pirralho! Mal prometeu ficar do lado da mamãe dele ontem à noite e já me traiu na manhã seguinte!"

Ava ficou irritada e cerrou os dentes.

Jean até se virou e a chamou: "Mamãe, anda logo, estamos atrasados!"

Ela apertou o passo em um segundo.

Durante o processo da matrícula, Ava assinou o formulário. A professora disse para o Damien: "Ambos os pais precisam colocar os nomes, além de deixar os contatos."

Damien pegou a caneta e estava prestes a assinar, mas a Ava entregou o formulário para a professora: "Não tem necessidade, sou uma mãe solteira, ele é o nosso motorista."

O presidente do Grupo Radbury tinha acabado de ser rebaixado a um motorista, o que fez o Jean olhar nervosamente para o rosto do Damien, pois estava com medo de que seu papai fosse ficar com raiva.

Contudo, Damien não parecia nem um pouco bravo e, em vez disso, ele acenou com a cabeça: "Sim, eu sou o motorista exclusivo dela."

Ele enfatizou a palavra 'exclusivo' quando disse isso.

A professora não conseguiu evitar o choque.

Não importava a forma como ela tentasse entender o que eles disseram, o cavalheiro com um terno sob medida e que passava uma aura extraordinária não podia ser só um motorista.

Na verdade, a Ava, com as roupas simples dele, que parecia uma babá da casa do Damien.

Mesmo assim, a professora não se atreveu a dizer nada. Depois de concluírem todos os processos, ela deixou que os pais conduzissem os filhos para a aula.

Hoje era o primeiro dia de aula do Jean, então a Ava se sentia relutante em ir embora logo depois de deixá-lo na sala de aula. Ela ficava virando a cabeça para trás de seu filho repetidamente quando estava saindo, pois não queria perdê-lo de vista.

Ela estava preocupada que o Jean chorasse como as crianças costumam fazer, por aquele ser um ambiente desconhecido. Afinal, a maioria das crianças da classe soltaram gritos de desespero e de tristeza quando os pais foram embora.

Os professores estavam ocupados consolando as crianças, uma por uma, pois elas estavam por todo a parte.

Entretanto, o Jean apenas ficou perto da janela, acenando para eles, como se nada tivesse acontecido.

"Pelo visto, o Jean não é muito apegado a você", Damien disse casualmente.

"Como assim? Ele é apegado! Ele quer ficar do meu lado todos os dias!"

Ava ficou nervosa do nada, com medo de que o Damien encontrasse alguma desculpa para tirar o Jean dela a qualquer momento.

Damien mostrou um sorriso bem fraco: "Por que você tá tão desconfiada de mim? Eu nunca disse que queria tirar o Jean e levar o Jean pra família Radbury agora."

"Sério?"

"Eu sei que você não se lembra de mim e, provavelmente, não quer voltar comigo. Eu não vou forçar nem você, nem seu filho."

Ava ficou muito surpresa ao ouvi-lo dizer como isso.

Já que era impossível saber o que ele estava pensando, ela não tinha certeza se aquilo que ele disse era apenas um adiamento da confirmação do medo dela.

"Nunca pense em tirar o Jean de mim, nem no futuro!" Ela disse seca e direta.

Eles tinham chegado no portão do jardim de infância, então ela foi embora sem demora, mas o Damien a parou na mesma hora.

"Me solte!"

"Você acabou de falar que sou seu motorista exclusivo, e agora você tá voltando com a sua palavra?"

"Eu..."

Damien abriu a porta do carro e fez um gesto, indicando que ela entrasse no carro.

Ela não teve opção a não ser entrar no carro.

Mas, dessa vez, ela se sentou no banco do passageiro na parte da frente.

Damien prendeu pessoalmente o cinto de segurança dela, mas não ligou o carro por bastante tempo.

"Não partemos?" Ela perguntou para ele, pois ficou confusa.

"Dirigir daqui até sua casa leva só cerca de dez minutos."

"Exatamente, eu sei, escolhi a dedo um jardim de infância mais perto de onde eu moro. Tem alguma dúvida?"

Ele se inclinou e olhou diretamente nos olhos dela: "E você vai me mandar ir embora depois desses dez minutos, não vai?"

Ava se sentiu um pouco tímida quando ele olhou para ela, o que a fez evitar os olhos dele inconscientemente.

Ele a forçou a olhar enquanto segurava o rosto dela com as mãos.

"Ava, o que preciso fazer pra você baixar a guarda comigo?"

"Vou achar maravilhoso se você parar de me importunar."

"Como?"

Ela criou coragem e disse para ele: "Sr. Radbury, pelo que eu sei, foi o casal no passado. Já que não tenho nenhuma lembrança disso, nosso casamento não deveria já ter sido considerado encerrado? Não podemos ser só estranhos?"

"Ava, não te culpo por não se lembrar de nada, mas nunca fale que o nosso casamento já acabou."

Damien ficou magoado com o que ela disse, ela tinha sido calma e bem diferente de agora quando esteve no escritório dele ontem. Como ela mudou tão rápido?

Ava percebeu que ela talvez tivesse sido muito dura com ele. Ela tinha prometido ajudar o Enrico a roubar os documentos, então ela não podia ser muito indiferente com ele.

Portanto, ela controlou as próprias emoções e disse de uma forma amigável: "Pode deixar, já que agora tô trabalhando pro Grupo Radbury, é meio estranho sermos estranhos. Devíamos ter uma relação de funcionária e chefe. Espero que você não invada a minha vida assim sem motivo, Damien."

"Um relacionamento de funcionária e chefe?"

Damien zombou friamente: "Ava, você é quem me provocou no começo, como você pôde ser tão irresponsável?"

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