Não vivo sem você romance Capítulo 76

Aquela foi uma ordem inesperada do Damien. Todos saíram para aproveitar o intervalo e deixaram o casal sozinho.

"Isso não pode acontecer de novo, tá bom..."

Antes que Damien conseguisse terminar de falar, sua boca ficou cheia de algodão doce. Damien sentiu o doce se derreter instantaneamente na sua boca, deixando só um traço doce a açucarado.

"Você gosta?", Ava perguntou.

Damien bufou e murmurou: "Eu não entendo o prazer de comer algodão doce."

"Humph! Julgando pela sua reação, aposto que foi a sua primeira vez comendo algodão doce", disse Ava com um tom de deboche.

Ela estava certa.

Damien nunca tinha comido algodão doce antes.

Isso explicava por que ele não sabia que o algodão-doce grande e fofo derretia tão rapidamente antes de engolir.

E, mesmo assim, tinha um gosto muito doce.

Depois do incidente há vinte anos, ele nunca mais teve vontade de comer algodão doce.

Afinal, Damien o incidente do sequestro o deixou traumatizado até hoje.

Ele observou Ava arrancar um pedaço do doce e engolir de uma só vez. Nessa hora, Damien notou manchas de açúcar ao redor da boca dela.

"Você se sujou toda", Damien comentou.

"Ei! Agora você tá igualzinho a mim!"

Ava tentou dar a ele um pouco, apontando o algodão doce na direção da boca dele.

Damien se esquivou e, em em pouco tempo, os dois acabaram melecados, com o doce pegajoso por todo o rosto.

"Nós estamos pegajosos por sua culpa!", Ava o repreendeu.

Mesmo assim, Damien estava de alegre.

Foi um sentimento estranho. Desde a confissão dele naquela noite, o relacionamento deles parecia ter melhorado.

Ao contrário de como as coisas eram antes, quando ela sempre tentava evitar qualquer aborrecimento perto dele, Ava estava bem mais relaxada e alegre agora.

Damien se lembrou que ela sempre ficava esperando debaixo das cerejeiras no passado, com um vestido bonito. Ele percebeu que a Ava parecia estar esperando por alguém todos os dias depois das aulas.

Levou algum tempo para o Damien reconhecer o nome dela e descobrir que era ele quem ela ficava esperando.

"Ei, pare de sonhar acordado! Vou lavar as mãos", Ava ficou movendo as mãos na frente do rosto dele para chamar sua atenção.

Damien voltou a si e fez um gesto com a cabeça.

O banheiro público era perto dali, então ambos entraram em seus respectivos banheiros.

No entanto, Ava não tinha saído ainda depois que o Damien saiu do banheiro.

As mulheres estavam sempre batendo papo no banheiro!

Damien mordeu o algodão-doce que tinha sobrado e percebeu que estava derretendo e se desfazendo sob o sol quente.

Ele não resistiu e deu outra mordida.

Aquela foi a primeira vez em que ele comeu em frente a um banheiro público.

Mesmo depois de terminar de comer, Ava ainda não tinha saído.

Damien decidiu chamá-la com um grito ali do lado de fora.

No entanto, não obteve resposta.

Só então o Damien percebeu que tinha algo de errado, jogou o palito de lado e correu para dentro do banheiro!

Quando abriu a porta, Damien sentiu uma forte pancada em sua nuca. E, então, sentiu uma dor no crânio e desmaiou.

Quando ele acordou novamente, Damien não conseguia ver nada.

Uma voz chamou por ele várias vezes: "Damien... Damien! Acorde, Damien!"

"Ava?"

Ele reconheceu a voz da Ava e se aproximou dela instintivamente. Dali, Damien conseguia sentir o rosto dela.

"Onde estamos? O que diabos tá acontecendo?"

Damien sentou-se rapidamente.

Seu pescoço latejava de dor, a qual disparava toda vez que ele se movia.

Ava tinha recuperado a consciência antes dele e já tinha se acostumado com a escuridão, embora ela também não conseguisse ver nada.

"Eu tentei dar tapinhas pra ver e vi que tem paredes ao nosso redor. Talvez estejamos em algum tipo de porão", Ava concluiu.

Damien sentia um leve cheiro de mofo de repolho velho. Sem dúvida, eles estavam em um porão ou em uma cela.

Mas por que eles estavam ali?

Ava se lembrava de ter lavado as mãos na pia até que levou um golpe repentino na cabeça, o que a fez perder a consciência.

"Damien, estamos sendo sequestrados?" Ava perguntou.

A palavra 'sequestro' fez com que ele sentisse arrepios na espinha.

Damien podia sentir seu trauma de infância voltando.

O algodão-doce, o sequestro, o lugar subterrâneo e a escuridão...

Mas quem estava por trás disso?

"Não se preocupe. Deveria ter uma saída desse lugar."

Damien segurou a mão da Ava e se levantou. Finalmente, eles conseguiram sentir uma parede ao redor deles.

Ele passou seus dedos ao longo da parede no escuro e, depois de meia hora, ele esbarrou em algo que parecia uma escada.

Damien pediu a Ava para vigiar a escada enquanto ele subia.

A subida foi difícil porque ele não conseguia ver nada no escuro.

A área não era alta. No final, Damien chegou no topo e tentou levantar a tampa, mas não conseguiu.

Era pesado, como se estivesse bloqueado por granito ou mármore do outro lado.

“Eu não consigo levantar a tampa com minha força enquanto tô na escada”, Damien disse e desceu novamente.

Enquanto Damien procurava por algumas ferramentas, Ava disse desanimada: "Esqueça. Quem tá por trás disso deve ter planejado tudo muito bem, então não tem como escaparmos tão facilmente."

Eles continuaram a tatear no escuro e encontraram uma lâmpada. Infelizmente, não adiantava nada, pois a lâmpada não estava conectada a nenhuma fonte de energia.

Além disso, não tinha mais nada lá.

Eles deram as mãos e se sentaram para descansar.

"Damien, o que devemos fazer agora?" Ava foi ficando cada vez mais assustada.

Era normal que todos tivessem medo de ficar presos no escuro. Até mesmo um pequeno som podia ser ouvido claramente na escuridão.

Damien abraçou a Ava e a confortou: "Não se preocupe, nós vamos sair."

Seus celulares e outros itens tinham sido confiscados. Consequentemente, não tinha como se comunicar com ninguém e seus gritos não podiam ser ouvidos pelo lado de fora.

Damien estava calmo como sempre: "Vai ficar tudo bem. Assim que minha família e a equipe perceberem que eu desapareci, eles descobrirão maneiras de nos rastrear."

"E se eles não conseguirem?", Ava estava com medo.

“Já que ainda estamos vivos, presumo que os culpados tenham algum plano. É só uma questão de tempo até que eles se aproximem da minha família ou nos confrontem diretamente”, afirmou Damien.

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