Levi segue pressionando seu corpo sobre o de Kaira, enquanto ela a encara com um olhar curioso, esperando uma resposta.
– Era eu o quê? – Questiona ele se fazendo de desentendido, ela deixa as lágrimas escorrerem com um misto de sentimentos.
– Como você teve coragem? Você não sabe o que fez. Que tipo de homem é você? – Diz ela fechando seus olhos em negação. – Por que fez isso comigo?
– Do que você está falando? – Ele segue se fazendo de desentendido, quanto mais ela sofrer, mais satisfeito ele ficará.
– Vo-cê, você me estuprou. – A voz dela sai baixinho, cheia de dor e tristeza.
– Você é louca? – Questiona ele num tom ríspido se mostrando ofendido.
– Você é um monstro, um monstro, você me estuprou, seu nojento, saia de cima de mim, estuprador. – Grita ela desesperada chorando, ele coloca a mão na boca dela para que ela pare de gritar, com raiva ela morde a mão dele o empurra e sai do quarto correndo.
– Porra! – Diz ele passando a mão na marca da mordida que ela deixou em sua mão, ele dá um sorriso sarcástico e sai do quarto indo atrás dela, Kaira para na frente da porta do quarto que Levi disse que é do seu marido e começa a bater desesperada na porta.
– Abra essa porta, tenha a decência de falar comigo. Eu não ligo que você tem vergonha da sua aparência, por que casou comigo? Se não pretende falar comigo! – Grita ela chutando e dando tapas na porta, Levi cruza os braços enquanto fica observando aquela cena. – Saia da droga desse quarto e venha aqui, seu desgraçado, por que está fazendo isso comigo? Eu odeio tudo nesse lugar! Você é um ridículo, além de um idiota é um babaca, um corno, o teu advogado filho da puta, tem a autorização para tocar em mim? – Levi se aproxima, a vira e a encosta na porta enquanto ela segue gritando. – Conte para ele, vamos lá, conte o nojento, abusador que você é! Diga que me estuprou na noite passada! – Ele coloca seu dedo indicador nos lábios dela a assustando.
– Você quer calar a boca, eu não sou um homem baixo, eu nunca faria isso com nenhuma mulher, mesmo com as vagabundas como você, nem se me pagassem eu te tocaria, você é um nojo, só estava checando o seu corpo para ele! – Diz ele tentando se convencer, que jamais faria aquilo que planejou. – Se você repetir isso novamente, eu vou esquecer o repúdio que sinto por você e te darei motivos para falar algo assim. Se você ficar me machucando, eu esquecerei que você é uma mulher e farei o mesmo que você, entenda de uma vez, que te odeio e por mim você não estaria aqui. – Diz ele com o olhar cheio de raiva. – Você vai parar de me envergonhar na frente dos empregados, quando eu te dar uma ordem, você cumprirá. – Ele tira o dedo dos lábios dela e ela suspira aliviada.
– Eu vou ao ginecologista para saber se você tocou em mim! – Diz ela seria o encarando, ela observa que ele está confuso.
– Não me venha com essa, acha mesmo que vai me manipular, com essa história de que é uma moça de família, uma virgem! – Diz ele rindo. – Você é uma vagabunda dos mais baixos níveis. Se queres que te trate bem aqui dentro dessa casa, siga as minhas ordens.
– Vá se foder, eu não sou uma vagabunda, você não me conhece. Se queres que eu siga as tuas ordens, então diga para o meu marido, sair da porra desse quarto e me falar pessoalmente que eu devo obedecer você. – Diz ela alterada. – Anda Sr. Keller, porra, Sr. Keller! Eu não sei nem o nome desse filho da puta. Vamos marido, tenha coragem de sair desse quarto e me fale a droga do seu nome.
– O nome dele é Christoph! Esse é o nome do seu marido. Não se atreva a falar dele dessa maneira, você entendeu? – Diz ele tomado pela raiva.
– Ele é meu marido, então eu sou a dona desta casa, portanto você não me dá ordens, você trabalha para mim, é só um advogado abusado, não me diga como falar do meu marido. Você é o quê? Um obcecado por ele? Você é gay? É isso? Então fique com ele e me deixe ir embora – Debocha ela cheia de raiva, ele fecha os olhos suspira, quando está mais calmo ele não deixa de rir com aquilo.
Após andar sem rumo no jardim daquela enorme propriedade, Kaira chega num rio, ela caminha até o pequeno pier que tem ali, senta-se, tira seus sapatos e coloca seus pés na água.
– Eu preciso escapar desse lugar. – Diz ela para si mesma. – Mas como eu farei isso? – Ela observou desde que chegou que o lugar é muito bem protegido, ela coloca a mão no seu rosto frustrada, ela fica pensando nas palavras daquele homem e fica um pouco aliviada, mas não consegue confiar 100% que ele não a tocou. Kaira fica por horas, sentada ali.
– Sra. Keller. – Chama Anabela.
– Ai meu Deus! – Diz ela colocando a mão no peito, pois estava imersa em seus pensamentos e não percebeu a mulher chegando.
– Me desculpe Sra. Keller, não quis te assustar, mas o Sr. Schneider está te aguardando na sala. – Kaira suspira desanimada.
– Tudo bem, eu já vou lá. – Responde ela sem animação, observando o pôr do sol.
– Com licença senhora. – Diz Anabela se retirando e voltando para a mansão.
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