Noiva por Contrato - Bella Mia romance Capítulo 73

O jantar tinha sido mais leve do que eu pensava que seria. Os pais de Dante foram bem respectivos e gentis. O que deixou tudo mais agradável à nossa volta.

Quando estávamos todos no terraço degustando um dos destilados dos Montallegro, Fiorella se aproximou de mim.

—Podemos falar por um minuto?

Eu vi que Dante estava preso em uma conversa com o pai. Então eu teria que passar por isto sozinha. Eu sorri para ela, e concordei. Então nos afastamos descendo para os jardins.

—Karen, eu lamento muito mesmo. E eu quero te agradecer por não ter desistido do meu filho. Eu sempre fui muito protetiva com ele, desde que o Rafaelle faleceu. Ele ficou muito mal...

—Quem é Rafaelle? —Perguntei, assustada.

—Ele ainda não te contou. —O seu tom não era de uma pergunta, e sim de surpresa.

Eu fiquei em ânsia. Ela sorriu fracamente e continuou.

—Ele, provavelmente iria te contar em breve. Não se chateie por isto. Isto é um assunto bastante delicado para ele. Quando Dante era criança, o colocamos em um colégio interno na Suíça, onde o Rafaelle também estudava. Foi um período em que fomos relapsos. Prezávamos as nossas carreiras, a empresa e não a família. Então, era mais fácil deixar Dante e Aron estudando em colégios internos. E seguir com as nossas ambições. Rafaelle era como um irmão para Dante. Pois Aron estudava em outra escola por ser mais velho. Enfim, Rafaelle era filho de um casal de amigos nossos, grandes empresários. Que infelizmente perderam as suas vidas em um acidente de avião. Deixando assim o garoto órfão. Logo, a justiça escolheu um tutor para ele, uma tia que deveria cuidar dele e da herança. Devia amá-lo. O fato é que ela o retirou da escola e ninguém mais soube dele. Dante tentava contato e nunca conseguia. Ele pediu a nossa ajuda e tentamos de todas as formas até que descobrimos que o garoto estava morto. Um incêndio até então misterioso foi a causa. A tia do menino foi indiciada como suspeita e, com o tempo foi provado que ela tinha feito de propósito, para ficar com o dinheiro. Dante, quando soube, entrou em uma crise profunda...

Ela secou as lágrimas do rosto e continuou falando:

—Ele entrou em depressão, tinha crises de ansiedade. E tudo foi piorando até chegar ao ponto de ele atentar contra a própria vida. Depois disto, colocamos ele sob tratamento e ele se recuperou mentalmente. Mas os seus sentimentos sempre eram frios enquanto ele crescia. Ele nunca conseguia amar de verdade, ele nunca tinha interesse em se envolver com ninguém, nem amizade, nem garotas. E apesar de amar a família, ele cresceu sempre tentando se afastar de nós. Mas você...—ela fez uma pausa e me abraçou fortemente. —Você o trouxe a vida novamente. Na verdade, você fez o seu coração voltar a bater. Ele te ama imensamente, e eu quero dizer novamente que você é muito bem-vinda. Eu te julguei e no início não entendi a intensidade e a imensidão deste amor.

Eu sequei as minhas lágrimas, entendendo tudo o que o Dante tinha feito por Gabriel, sem ainda termos nada fisicamente ou emocionalmente. Ele queria garantir um futuro seguro para o Gabriel. O meu coração acelerou e eu chorei ainda mais. Dante chegou de repente e me abraçou, confuso.

—Mãe, o que você fez desta vez?

—Dante. Ela não fez nada. Eu estou feliz, estou chorando porque nos entendemos. Está tudo bem.

Tentando buscar certeza em meus olhos, ele alisou os meus cabelos e beijou meu rosto.

—Eu contei sobre o Rafaelle para ela. Desculpe-me, filho. Eu queria apenas que ela entendesse quanta alegria ela trouxe para a sua vida.

Ele abaixou a sua cabeça a colocando em meu ombro e envolveu ainda mais a minha cintura.

—Desculpe-me, Bella mia. Eu queria te contar o quanto antes e eu faria antes do casamento. Eu estava apenas tentando encontrar o momento certo...

Ele sorriu, seus olhos brilhando com uma mistura de alegria e expectativa.

—Saber que em breve te verei vestida de noiva, dizendo 'sim' no altar, me preenche de uma felicidade imensurável.— Sua voz era suave, mas carregada de emoção, como se cada palavra fosse um tesouro guardado no coração.

— Eu também estou transbordando de felicidade. — respondi, sentindo meu coração aquecer com suas palavras.

Ele me observou por um momento, como se buscasse algo em meu olhar.

—Você está bem? — perguntou com uma leve hesitação.

—Sim, por quê?— Minha curiosidade foi despertada pela sua pergunta inesperada.

—Nada, eu apenas quis saber.— Ele pareceu satisfeito com minha resposta, mas sua pergunta plantou uma semente de curiosidade em minha mente.

No entanto, antes que eu pudesse ponderar mais sobre isso, ele desviou minha atenção com gestos ternos. Seus dedos percorreram meus cabelos com carinho, deslizando até a minha cintura em um movimento suave e cheio de afeto. Seus lábios encontraram os meus em um beijo doce e apaixonado, uma promessa silenciosa de amor e cumplicidade.