Parte 3...
— Eu sei - beijou seus olhos fechados — Mas não pode culpar só a ela, Mathias - beijou sua boca de leve — Se você assumir sua parte, vai ser mais fácil de se recuperar - lhe deu outro beijo suave na boca — Perdoe-se!
Ele até queria falar mais, porém os medicamentos o deixavam sonolento. Fechou os olhos, grato por ela estar ali e ajeitou a cabeça no travesseiro, sentindo uma tontura leve. Apertou a mão dela e deixou o sono o vencer.
***************
Três dias mais se passaram até que Mathias pudesse sentar por um curto período de tempo. O inchaço na coluna havia diminuído. Os aparelhos ligados a ele foram todos retirados. Ele só continuava com o soro preso ao braço.
Ele agora podia se alimentar melhor, mas isso só o deixou mais rabugento e grosseiro com os que estavam em volta. O braço engessado e a perna o incomodavam e ele descontava sua frustração nos outros.
Depois que ele falou com os médicos que o operaram ficou ainda mais frustrado. Quando Anelise entrou no quarto ele estava com uma carranca.
— Você mentiu para mim - a acusou logo que a viu.
— Bom dia pra você - disse calma — Como se sente hoje?
— Não seja irônica.
— Não estou sendo. Você que está sendo grosseiro.
— E o que esperava? - a olhou feio.
— Que tivesse parado para pensar melhor - ela deixou a bolsa na cadeira — Momentos ruins nos fortalecem se soubermos tirar proveito deles.
— Nossa - ele revirou os olhos — Que sábia!
— Hum...Talvez não tão sábia quanto deveria - ela torceu a boca — Mas com certeza, mais inteligente do que você. Não percebe que precisa se recuperar? Que essa atitude raivosa não ajuda?
— Talvez eu vá ficar paralítico - disse com raiva contida.
— Essa é uma possibilidade, mas não creio que vá acontecer - se aproximou da cama — Não é uma verdade absoluta - ela tocou seu rosto — Você já pode sentar por um tempo. Vai começar a fazer fisioterapia, seu corpo vai se fortalecer e vai se recuperar. Mas você tem que curar sua mente e seu coração primeiro.
Ele fez uma expressão de dor ao se mexer na cama e isso era outra coisa que o irritava.
— Eu odeio estar aqui.
— E onde queria estar? Em um caixão?
Ele a encarou feio, apertando os lábios.
— Estou sentindo dor, os pontos me incomodam, minhas pernas não me obedecem, minha cabeça lateja...
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Nosso Passado
O poder do perdão é algo muito poderoso é realmente libertador......
Essa coisa de que ela tem q ficar persuadido ele como se ela fosse mãe e ele filho, tá um porre. Homem pode ser machista, liberal, idiota ou o q quiser, mas infantil e inconsequente não dá, pq o azar é dele, mulher não tem q ficar adulando infantilidade....