Parte 5...
Quando ele olhou para a mão esquerda dela, Anelise ficou aliviada de ter se lembrado de retirar as duas alianças que usava. Uma era dela e a outra do marido. Usava as duas juntas desde que Haroldo morrera. O fazia presente na vida dela.
A mão dele não tinha aliança. Ela não entendeu porque ele nunca se casou com a patricinha que a irmã dele era amiga. Valéria Franca. Uma loira oxigenada muito fresca e chata que que frequentava a casa dele.
Márcia já tinha insinuado antes mesmo da confusão que Valéria queria se casar com Mathias.
— E é sério?
— Bastante - ela agora riu de leve.
— E... Vocês são amantes? Namorados? - ele questionou carrancudo.
— Fomos namorados - ela pensou no marido antes de se casarem de vez.
— Não são mais?
— Não quero me prender a ninguém. Não faz bem ao meu lado emocional ficar presa - ela alfinetou de novo — Está ótimo do jeito que está.
Uma sombra recaiu sobre o pensamento dele. Era estranho pensar nela com outro. Ainda era.
— E porque seu bom amigo não veio também?
— Isso não é de sua conta - elevou as sobrancelhas o encarando séria — Não tenho que lhe dar detalhes de minha vida.
— Tem razão - ele se aborreceu.
Eles piscou rápido e esfregou os olhos. Ela lembrava que ele tinha um problema sério de vista, mas era teimoso demais para ir a um oftalmologista.
Aliás, ele detestava ir a um médico e só ia mesmo em último caso, depois de muito se negar.
— Onde você morou todo esse tempo?
Ela sorriu de leve. Sabia que ele iria ficar curioso. Mathias adorava se gabar que sabia de tudo, sempre querendo ser o dominante nas relações, como se sua palavra fosse a única.
Que mentira e que bobagem!
— Eu moro no nordeste. O clima é ótimo, as praias são lindas e as pessoas são confiáveis - espetou.
— Eu entendo - ele se empertigou.
— Bem, eu tenho que entrar e guardar as compras - ela caminhou até o portão pequeno de ferro e parou — Então posso mesmo aparecer no restaurante amanhã?
— A merda do lugar me pertence - ele disse dando a volta no carro — Se eu digo que o emprego é seu, ninguém vai falar nada.
— Obrigada - ela se fingiu de humilde — Você está sendo bom para mim - disse de modo cínico.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Nosso Passado
O poder do perdão é algo muito poderoso é realmente libertador......
Essa coisa de que ela tem q ficar persuadido ele como se ela fosse mãe e ele filho, tá um porre. Homem pode ser machista, liberal, idiota ou o q quiser, mas infantil e inconsequente não dá, pq o azar é dele, mulher não tem q ficar adulando infantilidade....