Nosso Passado romance Capítulo 13

Mergulhe nos cativantes capítulos de Nosso Passado, um envolvente romance Internet escrito pelo talentoso Internet. Com sua trama intricada, profundidade emocional e personagens inesquecíveis, este romance promete uma jornada de suspense e conexões sinceras. Seja você um amante de enigmas misteriosos ou de contos que aquecem a alma, Internet teceu uma narrativa que se gravará em sua memória. Explore as páginas de Nosso Passado, começando com Capítulo Dois - 5, e deixe a magia se desdobrar.

Parte 5...

Quando ele olhou para a mão esquerda dela, Anelise ficou aliviada de ter se lembrado de retirar as duas alianças que usava. Uma era dela e a outra do marido. Usava as duas juntas desde que Haroldo morrera. O fazia presente na vida dela.

A mão dele não tinha aliança. Ela não entendeu porque ele nunca se casou com a patricinha que a irmã dele era amiga. Valéria Franca. Uma loira oxigenada muito fresca e chata que que frequentava a casa dele.

Márcia já tinha insinuado antes mesmo da confusão que Valéria queria se casar com Mathias.

— E é sério?

— Bastante - ela agora riu de leve.

— E... Vocês são amantes? Namorados? - ele questionou carrancudo.

— Fomos namorados - ela pensou no marido antes de se casarem de vez.

— Não são mais?

— Não quero me prender a ninguém. Não faz bem ao meu lado emocional ficar presa - ela alfinetou de novo — Está ótimo do jeito que está.

Uma sombra recaiu sobre o pensamento dele. Era estranho pensar nela com outro. Ainda era.

— E porque seu bom amigo não veio também?

— Isso não é de sua conta - elevou as sobrancelhas o encarando séria — Não tenho que lhe dar detalhes de minha vida.

— Tem razão - ele se aborreceu.

Eles piscou rápido e esfregou os olhos. Ela lembrava que ele tinha um problema sério de vista, mas era teimoso demais para ir a um oftalmologista.

Aliás, ele detestava ir a um médico e só ia mesmo em último caso, depois de muito se negar.

— Onde você morou todo esse tempo?

Ela sorriu de leve. Sabia que ele iria ficar curioso. Mathias adorava se gabar que sabia de tudo, sempre querendo ser o dominante nas relações, como se sua palavra fosse a única.

Que mentira e que bobagem!

— Eu moro no nordeste. O clima é ótimo, as praias são lindas e as pessoas são confiáveis - espetou.

— Eu entendo - ele se empertigou.

— Bem, eu tenho que entrar e guardar as compras - ela caminhou até o portão pequeno de ferro e parou — Então posso mesmo aparecer no restaurante amanhã?

— A merda do lugar me pertence - ele disse dando a volta no carro — Se eu digo que o emprego é seu, ninguém vai falar nada.

— Obrigada - ela se fingiu de humilde — Você está sendo bom para mim - disse de modo cínico.

Aquilo o irritou e abriu a porta com rudez.

— Bom? Eu não sou bom com ninguém sem receber nada em troca. Não sou um homem rico porque faço bondades - ele disse amargo — Eu tenho tudo o que preciso. Mas o que eu quero, não tenho - entrou e ligou o carro saindo rápido.

Anelise entrou em casa sentindo o coração bater na garganta. Suas mãos tremiam um pouco e suas pernas estavam moles. Respirou aliviada quando fechou a porta com a chave.

A primeira prova ela já tinha passado e sobrevivido. As mãos estavam até suadas. Deixou as sacolas em cima da mesa e puxou a cadeira, arriando o corpo, deitando a cabeça em cima da mesa de madeira, de olhos fechados.

Sentia um arrepio que subia e descia por seu corpo, quase a fazendo vomitar. Sentia uma energia que fazia seu corpo inteiro ter leves tremores.

Mas ela tinha conseguido olhar para ele. Isso era uma vitória.

***************

Ela voltou no passado até o dia em que o conheceu.

Anelise tinha só dezesseis anos e estava terminando a limpeza dos armários dos alunos quando ele passou a encarando e chamou sua atenção.

Ela ficou tímida diante do olhar fixo dele e sorriu meio sem jeito. A irmã dele a olhou e fez uma cara de poucos amigos enquanto entravam na sala do diretor.

A escola recebia várias doações que ajudavam a manter o bom funcionamento. Ele e a irmã tinham ido lá para acertar a doação de alimentos para a merenda dos alunos.

Quando Márcia saiu com o diretor para visitar a escola, Mathias os deixou ir na frente e foi até onde ela estava. Parou com um sorriso lindo e uma autoconfiança que a deixou impressionada.

Ele a olhou por inteiro e ela ficou com vergonha. Era muito direto. Estava usando o uniforme cinza sem graça da manutenção. Perguntou o nome dela e ela respondeu um pouco tímida.

Ela reconheceu o sobrenome conhecido no meio dos empresários. Já tinha ouvido falar dos negócios da família e visto em revistas de fofocas algumas fotos da irmã dele.

— Você trabalha aqui? - perguntou com voz sensual.

— Trabalho sim - estava gelada de nervosa.

— Quantos anos tem? - foi direto.

— Vou fazer vinte - ela mentiu depressa.

Ela sabia que ele só saía com maiores de idade. Um fofoqueiro das celebridades e dos ricos havia dito isso na rádio, durante uma conversa sobre pessoas famosas.

Estava encantada dele estar falando com ela. Era como se fosse a sorte grande.

— Ótimo - sorriu sedutor — Eu tenho vinte e oito - ele tocou uma mecha de cabelo ruivo com alguns fios mais claros que escapavam do grampo — Vou terminar o acordo com o diretor e volto para combinarmos um passeio.

Ela tinha ficado super animada. Era a primeira vez que um homem chegava nela de fora tão direta, sem rodeios. Agora ela teria um encontro com Mathias Mazzaro.

Logo ela, que nunca tinha tido um encontro na vida e seu primeiro seria logo com ele. Se sentiu uma sortuda.

— Tudo bem - deu um sorriso tímido.

Ele piscou o olho e saiu, indo encontrar a irmã e o diretor. E ela só ficou lá, parada, olhando ele se afastar.

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