Parte 3...
— E por acaso você conhece mais de uma? - ele mexeu a cabeça — Porque eu só conheço a que eu namorei e me abandonou.
Luiza ficou chocada com a revelação. Esse era um nome que ela tinha colocado no fundo da gaveta e que esperava nunca mais voltar a ouvir na vida.
— Não pode ser - ela cruzou os dedos das mãos apertando.
— Pode sim. Eu a vi... Falei com ela... E lhe dei um emprego.
— Você fez o que? - ela quase gritou.
Luiza sentiu uma pancada, como um fio de medo que o passado voltasse para assombrá-la agora e que fosse muito pior do que foi na época. Ela já tinha vivido tempo demais guardando o erro e a culpa de ter afastado o filho de Anelise.
Ela sabia que tinha forçado uma ideia na cabeça do filho e que isso iria afastá-lo de vez se chegasse a descobrir toda a verdade. Seria péssimo para ela.
Ele jamais aceitaria o que ela e a irmã haviam feito. Elas guardavam o segredo a todo custo, como se fosse um pecado inconfessável. Só que Anelise era o outro lado da história e ela sabia bem qual a verdade de tudo.
— Você é louco? - ela disse irritada — Como se aproximou dela de novo? Esqueceu de tudo o que ela lhe fez? O roubo, a vergonha? - gesticulava nervosa.
— Não esqueci de nada, mãe - ele levantou agitado.
Nesse momento Márcia entrou na sala e parou ao lado da mãe a sentindo agitada.
— O que houve? Porque estão discutindo?
— Aquela criatura está de volta - Luiza disse puxando o ar fundo, sentindo irritação.
— Quem, mãe? - Márcia franziu os olhos.
— Ela - arregalou os olhos — Anelise - disse o nome como se fosse algo contagioso.
— Não acredito - Márcia se espantou — Ela, depois de tantos anos longe?
— A avó dela morreu - Mathias comentou.
— Bem, então... - olhou para a mãe — Talvez ela vá embora logo - deu de ombro.
Ela logo pensou que se o irmão ficasse sabendo de toda a armação dela e da mãe, seria horrível. Foi difícil manter o segredo. E depois de todos esses anos, ele talvez não as perdoasse.
— Seu irmão deu um emprego para ela - Luiza disse com clara irritação.
— Como é? Você é retardado? - Márcia fechou a cara e bateu na testa — Só faltava agora você voltar a se envolver de novo com aquela vagabunda.
Mathias a olhou sem emoção e balançou a cabeça.
— Márcia, ela deve ter contas a pagar - ele meneou a cabeça — Tem o enterro, deve ter o hospital também. Não custa nada ajudar.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Nosso Passado
O poder do perdão é algo muito poderoso é realmente libertador......
Essa coisa de que ela tem q ficar persuadido ele como se ela fosse mãe e ele filho, tá um porre. Homem pode ser machista, liberal, idiota ou o q quiser, mas infantil e inconsequente não dá, pq o azar é dele, mulher não tem q ficar adulando infantilidade....