Parte 6...
Anelise conversava animada com um grupo de políticos que já eram amigos de Haroldo antes mesmo dela se casar com ele. No meio da conversa animada ela fingia não entender as indiretas de um deles sobre sua solidão de viúva.
O homem era inadequado para estar no meio deles, que falavam de negócios, mas ela evitou ser rude e apenas se fingia de desentendida como marido a ensinara bem.
O meio da política era um dos piores. Uma pessoa de valor e moral de verdade, não essas falsas, acabaria se perdendo no meio desses abutres. Ela se fingiu de cega, surda e até muda, o que era uma boa saída para evitar dores de cabeça.
Felipe se aproximou dela e a retirou do grupo.
— Ainda bem que você inventou uma desculpa, já estava sem paciência com aquele ali - indicou com a cabeça — Ele está mais interessado em saber de minha vida íntima do que nos negócios - fez uma careta reprovando.
— Eu imagino - ele disse a olhando por completo — Mas se for levar em consideração como você está bonita hoje, tem que ter pena do coitado.
— Não me vesti para conseguir um pretendente.
— Sei que não - se inclinou e falou baixinho — Mas está virando muitas cabeças hoje e não só dos homens.
Depois que as crianças foram para os quartos, ela correu para se arrumar para a recepção. Não queria perder a oportunidade de falar sobre suas ideias para um deputado e um senador.
Se vestiu como não fazia desde que o marido morrera. Estava animada. Gostava de se manter na moda e tinha seu estilo próprio. Os dias como garçonete usando jeans e camiseta foram como férias da ditadura da moda, mas para uma recepção como aquela gostava de desfilar seu bom gosto em roupas e caprichou mesmo.
Escolheu um vestido preto com rendas que tinha ganhado há poucos meses, de uma filial da Armani. Se sentia bem se vestindo dessa forma.
Para cada ocasião havia uma roupa que a inserisse no meio e ali ela precisava mostrar controle, riqueza, capacidade e inteligência. Não era fácil ser uma mulher de negócios no meio machista do dinheiro. A maioria dos grandes empresários eram homens e deixavam pouco espaço para as mulheres, que precisavam mostrar muito mais capacidade do que o normal para receberem respeito.
— Hugo está chegando - Felipe apontou.
— Ele não me avisou que estaria presente. Disse que viria, mas com a viagem repentina achei que não daria tempo - ela achou estranho.
— Boa noite, Felipe - parou ao lado deles — Cunhada, você esta linda - a beijou no rosto duas vezes.
— Obrigada, você também está bonito. Porque viajou assim de repente?
— Não foi de repente - ele se defendeu — Eu avisei à diretoria. Foi a trabalho.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Nosso Passado
O poder do perdão é algo muito poderoso é realmente libertador......
Essa coisa de que ela tem q ficar persuadido ele como se ela fosse mãe e ele filho, tá um porre. Homem pode ser machista, liberal, idiota ou o q quiser, mas infantil e inconsequente não dá, pq o azar é dele, mulher não tem q ficar adulando infantilidade....