Parte 4...
— Pena? - ela riu erguendo a cabeça — E porque teria? Ele só está aborrecido porque eu estou ignorando seus avanços e não caio mais em sua lábia melosa. Encontre outra riquinha desocupada para ele brincar de macho e logo serei esquecida.
Luiza apertou os lábios incomodada com a ousadia dela.
— Não! - disse rápido e fria — Você tem que sumir. Enquanto ele souber que está ao seu alcance, não vai parar com mulher nenhuma. Ele nunca se casou porque ficou com trauma do que você fez a ele - tentou empurrar a bobagem em cima dela.
— Eu fiz para ele? - Anelise se inclinou para a frente rindo direto na cara dela. Quase gritou, mas olhou em volta e alguns clientes estavam olhando para elas — Assuma os seus atos.
— Não seja abusada - Márcia disse — Mathias mudou com a gente por culpa sua. Ele até mudou de casa e pouco vem nos visitar.
— Eu não tenho culpa disso - ela deu de ombros — Se você não soube criar um homem decente, não jogue para cima de mim - Luiza ficou mais vermelha ainda — Se ele tivesse caráter real, se me amasse como dizia, ele não teria dado ouvidos à vocês. Era só ter feito uma busca pela verdade e teria descoberto - Márcia se recostou na cadeira — Hoje eu entendo que ele só aproveitou isso para se livrar de mim - ajeitou o avental — Não tenho mais tempo a perder. Quando chegar em casa tenho coisas importantes a fazer.
Na verdade muitas, pois Felipe estava chegando.
— É claro - Luiza disse irônica — Trabalho braçal doméstico. Sei como é.
— Ah, é verdade mesmo... - ela insinuou ironizando também — Você sabe bem como é, sim... Tanto sabe que fez de tudo para escapar disso - sorriu maldosa, correndo a língua pela bochecha.
Márcia olhou a expressão de confusão da mãe, sem entender nada.
— Qual será o seu preço para sumir? - Luiza insistiu.
— Eu não tenho preço, não sou mercadoria - ela foi saindo — Não pode me comprar - queria encerrar a conversa.
— Sabe que isso é até uma qualidade muito boa? - Luiza disse indecisa — Não sei se gosto ou se odeio isso, mas é bom saber que tem isso dentro de você. Eu nunca fui assim - ela abaixou a cabeça.
— Você ainda ama meu irmão, não é? - Márcia puxou o ar fundo — Isso só piora tudo, não há futuro para vocês dois, não consegue ver isso depois de tudo?
Anelise deu o assunto ali por encerrado. Virou as costas e saiu sem dizer mais nada. Não queria ouvir e nem se repetir mais. Era chato e cansativo.
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Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Nosso Passado
O poder do perdão é algo muito poderoso é realmente libertador......
Essa coisa de que ela tem q ficar persuadido ele como se ela fosse mãe e ele filho, tá um porre. Homem pode ser machista, liberal, idiota ou o q quiser, mas infantil e inconsequente não dá, pq o azar é dele, mulher não tem q ficar adulando infantilidade....