Novo Começo, Nova Vida romance Capítulo 1577

Se fosse outra pessoa, ela já teria explodido há muito tempo; com certeza não aguentaria calada como agora.

Mas não tinha jeito.

Ali era a família Faria, e a pessoa diante dela era Mateus, um homem mais temido do que o próprio demônio.

Por isso, ela precisava suportar.

“Entendi.”

“Não vai acontecer de novo.”

Cecília respondeu em tom submisso e, por fim, serviu para si uma concha de sopa de repolho azedo. Ao olhar para os outros pratos, percebeu que todos também eram preparados para a Paola; se ela pegasse mais, Mateus certamente a repreenderia novamente.

“Pegue menos, isso também é prato que a Paola pediu.”

Ela tinha acabado de servir duas conchas de sopa quando Mateus a advertiu.

Paola, assustada, largou imediatamente a concha.

Após comer algumas colheradas, não conseguiu mais. Aquela sopa estava ácida demais e exalava um cheiro estranho.

Paola realmente tinha um gosto peculiar, gostava de comer coisas que, segundo ela, eram de gente comum.

De qualquer forma, ela não gostava.

Então, largou o prato e os talheres.

Se ela não podia comer nenhum prato, só arroz puro, como iria comer direito?

Por isso, levantou-se, pronta para sair da sala de jantar, mas foi interrompida por Mateus.

“Cecília, você acha que o dinheiro da nossa família nasce em árvore?” Mateus gritou, indignado.

Cecília, ao ouvir isso, virou-se rapidamente e olhou para Mateus, estranhando e pensando no que teria feito para ofendê-lo novamente.

Ela só não queria mais comer, nem isso podia?

“Senhor, o que o senhor quer dizer com isso?” Cecília perguntou apressada, com vontade de explodir, mas sem coragem, então segurou a raiva.

“Cecília, o que quero dizer é: se você vai sair, só pode sair depois de terminar o arroz do seu prato.” Mateus falou em tom severo.

Cecília só conseguiu subir para o quarto depois de terminar todo o arroz seco. Assim que chegou, trancou a porta e ligou para Elias.

Elias estava no bar, se divertindo e bebendo com alguns amigos, sem a menor intenção de atender ao telefone de Cecília.

Por isso, Cecília ligou mais de dez vezes e não teve resposta.

Quanto mais pensava, mais raiva sentia.

Então, ligou para a mãe.

Cláudia estava jogando carta naquele momento; ao receber a ligação de Cecília, atendeu rapidamente, mas respondeu enquanto continuava jogando: “Cecília, o que houve? Precisa de alguma coisa?”

Ao ouvir o barulho das cartas pelo telefone, Cecília engoliu as palavras que estava prestes a dizer.

“Mãe, não é nada, pode continuar jogando.” Assim que terminou, desligou o telefone.

No fim das contas, dependia apenas de si mesma.

Precisava encontrar uma maneira de se impor naquela casa e, além disso, dar um jeito de tirar Paola dali!