Novo Começo, Nova Vida romance Capítulo 1606

No entanto, para ajudar a mãe, ela precisou manter a calma. Se algo acontecesse com a mãe, ela realmente ficaria sozinha neste mundo, sem nenhum parente.

Naquele momento, ela seria ainda mais digna de pena do que Paola.

Paola contava agora não apenas com os quatro filhos gêmeos, mas também com o amor profundo de Mateus, além do avô que também a protegia.

Por isso, Paola era muito mais feliz do que ela.

“Fale, Cecília, a morte do papai foi você e Cláudia que provocaram?” Paola, ao ver que Cecília não respondia, nem sequer esboçava qualquer reação, elevou ainda mais a voz e gritou.

“Paola, você enlouqueceu?” Cecília respondeu sem rodeios, com agressividade.

“Por pior que eu seja, nunca pensaria em matar meu próprio pai!”

Enquanto falava, Cecília segurou o braço de Paola. Era preciso dizer que, se aquela garota realmente usasse força, ela sentia que seu pescoço poderia se partir a qualquer momento.

“Por que não seria possível?”

“Neste mundo, as únicas que desejavam a morte do papai eram sua mãe e você.”

“Somente com a morte deles o seu segredo não seria descoberto!”

“Porque só os mortos conseguem realmente guardar silêncio.”

Paola falou sem qualquer compaixão.

Segredo?

Que segredo?

Mateus, ao lado, não pôde evitar franzir as sobrancelhas. Inicialmente, ele queria afastar Paola, mas então pensou que talvez fosse melhor deixar que as irmãs resolvessem isso entre si.

Que segredo seria esse ao qual Paola se referia?

“Paola, pare de me acusar!” Cecília ficou nervosa ao ouvir aquilo.

Ela sabia que Mateus estava presente. Se ele tomasse conhecimento daquele assunto, certamente não permitiria que ela voltasse a entrar na família Faria.

Seu status como Sra. Cecília da família Faria deixaria de existir.

“Sou eu que te acuso injustamente, ou você tem medo de que papai te denuncie, por isso o matou?” Paola falou cheia de raiva, encarando Cecília nos olhos como se fosse capaz de cuspir fogo.

“Buá, buá—”

“Papai, por que o senhor se foi desse jeito?”

“Papai, abra os olhos e olhe para mim, sou eu, Cecília.”

“Eu sei que a pessoa de quem o senhor mais se preocupava era eu, Cecília. Abra os olhos e olhe para mim, pode ser?”

“Pai—”

“Buá, buá—”

……

Cecília chorou alto e sem restrições.

A verdade é que, naquele momento, ela sentiu medo e tristeza. Tinha medo porque, de certa forma, a morte do pai podia ter alguma ligação com ela; e tristeza porque, apesar de tudo, aquele homem era seu pai.

Apesar de Otávio, na infância, frequentemente demonstrar preferência por Paola, ela sabia que ele, na verdade, a tratava melhor do que tratava Paola. Mas ela não suportava ver o pai tratar Paola bem; bastava ele dar um pouco de atenção à outra, que ela já começava a reclamar e brigar, sempre criando conflitos com Paola. No fundo, para ela, Paola, que era adotada, não merecia receber o amor dos pais de sangue e, muito menos, compartilhar tudo aquilo que originalmente era dela, incluindo o amor de pai e mãe.