Novo Começo, Nova Vida romance Capítulo 605

"Está bem, obrigada, Paola." - Enquanto Patricia falava, seu olhar, cheio de arrependimento, permaneceu fixo no rosto de Paola.

"Paola, você quer muito saber quem é seu verdadeiro pai?" - Depois de dizer isso, Patricia mudou de assunto.

Paola primeiro ficou surpresa, depois acenou com a cabeça para Patricia e a olhou cheia de expectativa.

"Seu pai, seu pai é um canalha."

"Eu realmente não queria lhe contar, não queria que você soubesse e ficasse desapontada."

"Mas, por mais canalha que ele seja, esse homem ainda é seu pai e você tem o direito de saber."

"Então vou lhe contar agora."

Ao ouvir isso, Paola finalmente não conseguiu conter as lágrimas, que começaram a cair enquanto ela gritava com uma voz rouca: "Sra. Patricia..."

Patricia levantou a mão, enxugando as lágrimas no rosto de Paola enquanto falava: "Boa menina, fomos nós que a decepcionamos"

"Te trouxemos a este mundo, mas não conseguimos te amar, te proteger e, ainda por cima, te abandonamos. Não merecemos ser chamados de humanos."

"Eu nem mesmo espero seu perdão."

"Eu só espero que você possa viver feliz e em paz de agora em diante."

"Buááá…" - Paola não conseguia parar de chorar, pensando que talvez esse fosse o último momento de lucidez da Sra. Patricia, e seu coração doía terrivelmente.

"Tem certeza de que quer saber quem é seu pai, aquele bastardo?" - Patricia perguntou novamente, com sua voz subitamente rouca.

Paola sentiu um aperto no coração ao notar que, de repente, o rosto da Sra. Patricia perdeu a cor, ficando pálido.

"Sra. Patricia, a senhora está bem?"

"Sra. Patricia?"

Nesse momento, a mudança no estado de espírito de Sra. Patricia era visível a olho nu, e Paola sentiu um medo e uma ansiedade profundos.

Num piscar de olhos, a luz nos olhos da Sra. Patricia se apagou como uma vela soprada, e seu rosto ficou ainda mais pálido, soltando a mão de Paola de repente, como se tivesse sido enfeitiçada.

Quando Patricia voltou a falar, o entregador entrou, trazendo para Paola o pedido.

Paola enxugou as lágrimas em seu rosto e perguntou a Patricia: "Sra. Patricia, não fale agora, deixe-me alimentá-la um pouco, ok?"

"Ok." - Patricia respondeu com esforço, aparentemente incapaz de levantar as pálpebras.

"É apenas uma questão de morrer cedo ou tarde, como caminhar. Algumas pessoas andam rápido e chegam ao fim mais cedo, enquanto outras andam devagar e demoram um pouco mais."

"Eu chequei ao fim mais rápido porque andei depressa."

"Querida, não chore."

"Se eu partir, eu estarei no céu olhando para vocês e os abençoando."

"Sra. Patricia…" - Paola já estava soluçando, com as gotículas enormes escorrendo sem parar.

"Está tudo bem, Paola. Eu… eu não queria mais comer."

"Obrigada, minha Paola."

Naquele momento, Patricia olhou nos olhos de Paola, cheia de relutância e compaixão.

Paola então colocou o acarajé de lado e pegou um guardanapo para limpar o canto de sua boca.

Neste instante, Patricia agarrou o pulso de Paola, apertando-o contra o peito e disse: "Paola, seu pai biológico é um canalha, um verdadeiro bastardo."