Nunca Atrasado, Nunca Longe romance Capítulo 1545

“Quantas vezes tenho que lhe dizer? Você deve ser rápido e preciso quando se trata de lidar com inimigos! Qualquer demonstração de misericórdia é uma crueldade para consigo mesmo! Se tivesse dado tudo de si desde o início, não teria sido baleado!” Lucas lhe deu uma bronca.

A lesão de seu guarda-costas não lhe agradou.

Cauã abaixou a cabeça enquanto seu chefe continuava a gritar com ele como uma criança sendo punida, sem dizer nada para se defender.

“Lucas, pare com isso. Se não fosse por ele, o pior poderia ter acontecido!”, Juliana o interrompeu, incapaz de resistir aquelas palestras injustas.

“Se ele não tivesse subestimado o inimigo, não estaria nesta posição! Ele não pode nem realizar uma coisa tão simples com perfeição, como pode ser tão estúpido?”

Lucas não parou de reclamar, recusando-se a abandonar o assunto. No entanto, apenas Juliana não percebeu a dor por trás de sua raiva.

“Mas…” Ela abriu a boca para refutar, mas foi interrompida por Cauã.

“Obrigado por me defender, senhora, mas ele está certo. Isso foi tudo culpa minha. Subestimei o inimigo. Peço desculpas, Chefe.”

Ouvindo aquilo, Lucas suavizou o olhar e parou de repreendê-lo. “Fique aqui, vou pegar o kit de primeiros socorros no carro.”

Embora falasse em um tom de desaprovação, até Juliana podia ouvir a preocupação em sua voz desta vez.

Enquanto Lucas caminhava para o carro, um nó se formou na garganta de Cauã enquanto ele fungava.

O chefe ainda é a mesma pessoa de anos atrás. Ele não mudou nada, ainda é o mesmo homem rigoroso e sério que perde a paciência por algo trivial.

Mesmo assim, o guarda-costas sabia que nenhum de seus melhores parceiros culparia Lucas por isso, porque todos sabem o quanto o rapaz se importava com eles, mesmo nunca declarando aquilo.

Ser tão severo só mostra o quanto ele se importa com as nossas vidas!

Relembrando do passado, Cauã suspirou dominado por emoções.

Muitos de seus parceiros não mantinham mais contato uns com os outros. No entanto, sempre que ele se recordava dessas memórias, um sentimento caloroso percorria suas veias.

A irmandade deles estaria permanentemente gravada em seus ossos, e nada poderia mudar isso.

De repente, os olhos de Cauã começaram a ficar vermelhos.

Juliana ficou profundamente comovida enquanto olhava entre ele e Lucas. Seu profundo cuidado um pelo outro, superando todas as relações entre um chefe e um funcionário, era claro para todos verem.

Embora não pudesse entender completamente a verdadeira definição de fraternidade, ela não tinha dúvida de que aqueles dois confiariam mutualmente com suas vidas, mesmo a ponto de se sacrificar.

“Cauã, qual é exatamente o seu relacionamento com Lucas? Por que você se dirige a ele como Chefe?”

Quanto menos entendia, mais Juliana queria saber.

“Ué, ele é o meu Chefe!” o homem riu. “Ele é meu superior, sempre foi e sempre será!” Um sorriso genuíno apareceu em seu rosto.

Ao ver aquilo, ela ficou um pouco surpresa.

Normalmente, Cauã não demonstrava muitas emoções. Mesmo que Lucas o colocasse em uma posição difícil, ele ainda permaneceria calmo e controlado. Antes daquele dia, Juliana nunca teria suspeitado que aquele guarda-costas conseguisse sorrir.

Agora que o vejo assim, percebo o grande coração que ele tem por baixo de todos esses músculos! Parece que as aparências realmente enganam.

“Qual é a sua relação com ele?” Recusando-se a abandonar o assunto, Juliana continuou a pressionar Cauã para obter mais informações.

“Uma relação de empregador e empregado. Afinal, ele é meu chefe. Além disso. Não vou te contar.”

Não importa o quanto ela tentasse influenciá-lo, Cauã ainda mantinha os lábios selados.

“Está bom, não precisa falar. Não quero mais saber!”, Juliana murmurou, franzindo os lábios, já que não conseguiu a resposta que queria.

Enquanto bufava de aborrecimento, uma ideia atrevida a atingiu.

Já que você não me conta, não me culpe por te provocar!

Ela sorriu brincando antes de se virar para olhar novamente para o guarda-costas.

“Vocês dois… não podem estar nesse tipo de relacionamento, certo?”

“Como assim? Do que você está falando?” Cauã ficou surpreso.

Ela já adivinhou? Isso é impossível! A senhora não deveria ser inteligente o suficiente para descobrir isso!

“Vocês costumavam jantar e dormir juntos?” Juliana arregalou os olhos, fingindo inocência enquanto tentava reprimir a risada.

“Na verdade, sim. Até tomávamos banho juntos às vezes”, Cauã respondeu de forma sincera, alheio às intenções dela.

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