O Amor Anunciado do Herdeiro Indiferente romance Capítulo 133

"Mas fiquem tranquilos, mesmo que eu me divorcie, eu vou viver bem, porque sei que, não importa quando, vocês estarão olhando por mim lá do céu."

Eu me apoiei na lápide, como se só assim pudesse sentir a presença dos meus pais.

Parece que a chuva no céu estava ficando mais forte, deixei a água fria cair sobre mim.

Nesse momento, eu não me importava com mais nada, até pensei, um pouco covardemente, que seria bom se essa chuva pudesse me levar embora.

Não sei quando, mas a chuva sobre a minha cabeça parou, ainda que eu pudesse ouvir o som dela caindo.

Virei a cabeça e vi aquela figura familiar.

Era Ricardo Rodrigues, novamente.

Não importa quão desesperada eu estivesse, ele sempre parecia me encontrar.

"Como você veio aqui?"

A chuva fez minha voz soar um pouco quebrada.

O homem não disse nada, apenas ficou lá, quieto.

Ele era como um pinheiro nas tempestades de neve, não importa quão severa fosse a tempestade, ele estava lá.

Fiquei na chuva por quem sabe quanto tempo, até que finalmente acordei do frio glacial, me levantando com as pernas dormentes.

E Ricardo Rodrigues manteve-se imóvel, segurando o guarda-chuva sobre mim.

Só então percebi que metade do seu corpo estava encharcada.

"Ricardo Rodrigues, você não precisa fazer isso, eu realmente não vou me matar."

O olhar de Ricardo Rodrigues caiu lentamente sobre meu rosto, como se achasse minha fala um pouco estranha.

"Larissa Lage, eu só aconteci de te ver. Sua aparência agora não tem nenhuma credibilidade."

"Eu vou viver bem daqui para frente, obrigado por me ajudar tanto."

Eu não sou uma tola.

Sabia que pela manhã ele fez aquilo para me estimular a me recuperar mais rápido.

Não entendi bem o que ele quis dizer com ser útil, mas Ricardo Rodrigues não parecia querer me explicar.

Ele apenas disse, friamente como sempre: "Vamos."

Saímos do cemitério juntos, e quando voltamos ao hospital, eu comecei a ter febre.

Sentia como se estivesse em uma enorme fornalha, minha consciência começou a ficar turva, e entre sonhos e delírios, revivi muitas memórias passadas.

Como naquele ano, quando apostei com Guerrero que participaria da corrida de dez mil metros da escola, acabei desmaiando de exaustão na pista.

Alguém me carregou para a enfermaria, e quando acordei, havia uma placa de identificação na minha mesinha de cabeceira com o nome de Carlos Rodrigues.

Desde esse dia, essa pessoa se tornou um interesse especial para mim.

De vez em quando, eu olhava para ele, quando ele jogava basquete, eu estava do lado de fora da quadra.

Quando ele comia, eu estava em uma mesa não muito distante.

Guerrero brincou comigo várias vezes, dizendo que eu estava apaixonada.