O Amor Anunciado do Herdeiro Indiferente romance Capítulo 185

Eu olhava para Ricardo Rodrigues, sem coragem de admitir abertamente minha descrença. Homens como ele, provavelmente, até a existência de uma namorada deve ser motivo de embaraço. Pobre Tereza Lisboa, uma moça tão adorável que, certamente, acabaria com o coração partido.

"Deve estar tudo bem agora, vou voltar para casa."

"Larissa Lage."

Ricardo Rodrigues me olhava com um olhar complexo, bloqueando o meu caminho. Os olhos escuros do homem estavam cheios de uma complexidade que eu não conseguia entender.

"Você só quer ouvir o que deseja? Ignora seletivamente as palavras dos outros?"

"Vou com você. Se alguém estiver te seguindo, tendo uma companhia masculina ao seu lado, essa pessoa provavelmente não tomará nenhuma atitude precipitada."

Lembrando-me daquela silhueta na noite, senti um arrepio e, sem mais opções, concordei. Fomos juntos à delegacia, onde, ao verificar as câmeras de segurança, realmente identificaram um homem me seguindo de maneira suspeita. Porém, como não havia provas suficientes de que ele me havia causado algum dano real ou se revelado para mim, não era possível registrar uma queixa.

O segurança me olhou com simpatia. "Srta. Larissa, nos próximos dias, recomendo que não ande sozinha. Também vamos intensificar a vigilância no bairro para garantir sua segurança."

"Obrigada."

No caminho de volta ao apartamento, eu ainda estava nervosa, abraçando meus próprios braços e olhando para trás de tempos em tempos.

Ricardo Rodrigues franzia a testa: "Larissa Lage, não há ninguém te seguindo."

"Ah."

Eu obedientemente segui atrás de Ricardo Rodrigues. De repente, ele parou e estendeu a mão para mim.

"Pegue na minha manga."

"Ela tem o sobrenome da nossa mãe."

Parecia que ele preferia não falar muito sobre a origem de Tereza Lisboa. Sua voz carregava uma nota de irritação no vento noturno.

Eu fiquei parada, atônita novamente. Queria encontrar um buraco para me esconder. Pensando nas coisas sem sentido que tinha dito a ele, baixei ainda mais a cabeça.

"Desculpe..."

Por causa desse mal-entendido, causei tantos incômodos. Ele certamente deve me achar uma pessoa lenta e estranha.

"Não precisa se desculpar," a voz do homem era fria, mais fria que a luz da lua na noite, "já estou acostumado com seu jeito de não acompanhar o raciocínio."