O Amor Anunciado do Herdeiro Indiferente romance Capítulo 403

"Tem mais uma criança?"

Olhei para ele surpreso. Meus olhos se arregalaram, uma incredulidade brilhando dentro deles.

Ricardo Rodrigues acenou levemente com a cabeça, seus lábios se movendo suavemente, soltando apenas um murmúrio abafado.

Após um longo momento, como se tivesse concluído uma luta interna, ele olhou fixamente para mim, com uma voz suave, carregada de uma sinceridade meticulosa, seus olhos já estavam escuros e tranquilos.

"Sim."

Ele começou a explicar.

"Minha mãe se casou novamente e veio para cá. Ela já tinha tido um marido antes. Pouco tempo depois de se casarem, ela me teve, mas a família dele sempre considerou que minha mãe estava tentando se elevar socialmente, então nunca a trataram bem. Ela suportou tudo em silêncio."

"Quando eu tinha cinco anos, ela teve um irmãozinho. Mas logo após o nascimento, ele teve uma febre alta, e naquela época minha mãe ainda estava se recuperando do parto, e o homem não cuidou do meu irmão. Minha mãe pediu à família dele que cuidasse do bebê, mas ninguém respondeu."

"Ela então teve que levar meu irmão ao hospital sozinha sob uma chuva torrencial. Mas foi informada de que era tarde demais, a febre havia danificado os ouvidos do meu irmão, ele nunca mais poderia ouvir..."

"Por causa disso, minha mãe passou o resguardo em lágrimas, desenvolveu um problema crônico nos olhos, e sua visão deteriorou rapidamente. A família dele a desprezava por ser 'inútil', e a expulsou. Até que ela encontrou meu pai atual..."

Ricardo Rodrigues contou a história dele e de sua mãe sem expressão, sua voz tão calma como se estivesse narrando a história de outra pessoa.

Eu apertei meus punhos com raiva, sentindo como se estivesse preso em uma teia de aranha, sufocado, uma tristeza se espalhando incessantemente em meu coração. Eu tentava suprimir a raiva e o ressentimento dentro de mim, mordendo meus lábios firmemente.

Olhei para Ricardo Rodrigues, o frio em seus olhos era como o de um palácio desolado, gelado e sem emoção, provocando calafrios.

Sabia que ele devia ter revivido essa história inúmeras vezes para conseguir falar sobre isso com tal frieza, seus olhos duros como ferro, sem um pingo de suavidade ou emoção, sem sequer um vislumbre de perturbação.

Meu olhar caiu sobre suas mãos, agora tensas, as veias saltadas, os dedos pálidos.

Por algum motivo, senti o ímpeto de segurá-las. Ricardo Rodrigues, naquele momento, pode não parecer perturbado, mas eu podia ver que ele estava se esforçando para se manter.

Contive esse impulso.

"Então, como podemos entrar em contato com ele agora?"