O Amor Anunciado do Herdeiro Indiferente romance Capítulo 55

Eu conheço Guerrero há tantos anos que compartilhamos muitos segredos um com o outro.

Há coisas que talvez eu não falaria para outros, mas nunca esconderia de Guerrero.

Olhei para frente, com um olhar um tanto distante.

"Para ser honesta, estou confusa. Como você disse, uma vez que o casamento está rachado, não tem volta."

"Não consigo te enganar, nem a mim mesma. Simplesmente não consigo superar o que aconteceu com Carlos Rodrigues sem sentir ressentimento."

"Mas..."

Senti o calor da vida que crescia dentro de mim.

Em alguns meses, ela nasceria.

Através da janela do carro, percebi um olhar de ternura em meus olhos que nunca havia tido antes.

"Você sabe, desde que meus pais morreram, eu sempre desejei ter alguém neste mundo ligado a mim por sangue."

"Além disso, uma criança sem a proteção da família sofre demais. Eu não quero que minha filha nasça em uma família monoparental."

"Carlos Rodrigues ainda tem um pouco de afeto por mim, disposto a terminar com Marta Cavalcanti por minha causa. Talvez ele possa ser um bom pai no futuro."

"Tudo que eu quero é ter minha filha."

Adultos não podem sempre falar de amor.

Às vezes, você tem que admitir que o amor é como uma miragem.

Quando crescemos, talvez não sejamos tão puros como aos dezessete ou dezoito anos, desejando estar com alguém para sempre.

Começamos a pensar mais, a pesar os prós e os contras.

Guerrero me abraçou forte.

"Eu sei, qualquer que seja sua decisão, eu te apoio. E se chegar um momento em que você não puder suportar Carlos Rodrigues, não precisa se sacrificar pelo bebê. Se for preciso, nós duas criaremos essa criança juntas."

Ela segurou minha mão seriamente e disse.

"Antes de você ser uma boa mãe, eu espero que você aprenda a se amar primeiro."

"Eu vou."

Eu só estou dando ao meu bebê a chance de ter uma família completa. Se Carlos Rodrigues não valorizar isso, não hesitarei em partir.

Mesmo que isso signifique que a criança não terá uma família completa no futuro.

Quando estava quase dando seis horas, Carlos Rodrigues me ligou de repente.

Atendi o telefone.

"Larissa, você não está em casa?"

"Eu vim trabalhar na empresa."

"Seu corpo ainda não está bem, por que veio trabalhar tão apressada?"

"O médico disse que não era nada sério, que era só descansar bem."

"Então tá, vou aí te buscar."

Eu queria recusar, mas Carlos Rodrigues não me deu essa chance.

Pensando no meu bem-estar, deixei a empresa assim que o expediente acabou.

Ao chegar no elevador dos funcionários, encontrei Eduardo Pereira por acaso.

Ele olhou para mim como se nada tivesse acontecido.

"Larissa, como você está se sentindo?"