O Amor Anunciado do Herdeiro Indiferente romance Capítulo 81

Voltei-me, confusa, para olhar para Carlos Rodrigues: "Arrepender do quê?"

"De ter desistido de tanto por mim."

O tom do homem era um tanto obscurecido.

"Não."

Respondi sem hesitar.

Nunca neguei os sacrifícios que fiz no passado, nem os sentimentos que tive. Claro, também pensei em algumas hipóteses, mas era só imaginação.

"Vou me ocupar agora."

Vendo que o horário que combinei com Ricardo Rodrigues estava se aproximando, não queria me atrasar.

A luz nos olhos de Carlos Rodrigues se apagava lentamente, enquanto ele bloqueava a porta com seu corpo, recusando-se a me deixar passar.

"Larissa Lage, você está arrependida."

Ele falou com uma certeza absoluta, seu rosto revelando uma ferocidade incomum.

Parecia que não estava falando com sua esposa, mas com uma inimiga.

Sua irracionalidade me incomodava profundamente.

Eu não conseguia compreender a origem de sua irritação e, com uma paciência quase esgotada, disse: "Carlos, você pode se afastar? Tem estado muito emotivo ultimamente; tente se acalmar."

Mas quando alguém está tomado pela emoção, nada é capaz de ouvir.

Carlos Rodrigues apertava meu pulso com uma força aterrorizante, fazendo-me gritar de dor.

"Larissa, você é minha..."

Sua voz transbordava um medo e uma obsessão que nunca tinha manifestado antes, seu olhar feroz como o de um lobo diante de sua presa.

Ainda me recuperando de uma lesão, meu corpo já se encontrava fraco, e a situação apenas intensificava o suor frio escorrendo pela minha testa.

Imagino que minha expressão fosse terrível naquele momento.

Não era hora para conversas.

Tentei empurrá-lo para longe de mim.

Mas ele não se movia; ao contrário, um desejo familiar surgia em seus olhos escuros.

Depois de tanto tempo casados, eu reconheceria esse olhar de Carlos Rodrigues em qualquer lugar.

Eu já havia explicado claramente que iria encontrar um parceiro de negócios, nunca o culpei por questões sentimentais.

E ele?

Por causa de um humor inexplicável, me prendeu no quarto, proferindo palavras estranhas.

O pulso que ele apertou ainda doía, e sem perceber, comecei a chorar.

Recentemente, por estar grávida, minhas emoções estavam extremamente frágeis.

Vendo-me chorar, Carlos Rodrigues entrou em pânico, arrependido, caminhando em minha direção, querendo me abraçar.

Eu não queria.

Sua presença me causava repulsa e desconforto.

"Não se aproxime."

Virei-me, abri a porta e corri para fora do hotel, sentindo como se algo me perseguisse.

Até chegar lá embaixo, ocasionalmente olhava para trás para ter certeza de que Carlos Rodrigues não estava me seguindo.

"Larissa Lage."