"Credence, por que você está no meu quarto? Minha irmã está fraca e gravemente doente, ela precisa da sua companhia mais do que eu. Como ela poderia deixar você voltar?”
Os lábios de Dorothy externavam o riso sarcástico.
Dorothy estava atenta. Credence voltou para a mansão antes das oito horas da noite. Certamente, ele não havia voltado para lhe dar carinho ou atenção.
Isso foi o que ela refletiu consigo mesma, mas quando ela se deparou com aqueles olhos severos, Dorothy sentiu-se triste e desapontada.
Credence estava parado no meio do quarto de hóspedes. Ao ouvir um som atrás de si, virou-se e olhou para ela com um ligeiro sorriso.
Ele examinou as sacolas em sua mão, que continham produtos para a pele e roupas femininas. Não conseguiu localizar nenhuma evidência de roupas masculinas. Então, ele concluiu que Germaine deveria ter entregado a Juelz, no nome de Dorothy. Suas sobrancelhas se contraíram e seus olhos se estreitaram.
Ele apertou os olhos vagarosamente, como em um filme em câmera lenta, aos poucos escondendo a monstruosidade que apareceu no fundo de seus olhos.
"Você voltou!"
Essas duas palavras foram tão gélidas, que Dorothy sentiu as pontas dos dedos ficarem dormentes.
Tentando manter a calma, ela passou por ele e colocou as sacolas no sofá. Então, ela se virou para Credence com um sorriso educado, "Você nunca tomou a iniciativa de vir até mim quando está tudo bem. Diga-me, qual é o problema?"
Credence não desviou o olhar desde que ela entrou na sala.
Ele caminhou lentamente em direção à porta do quarto de hóspedes e a trancou.
Então, com calma ele se virou e caminhou na direção de Dorothy. A crueldade envolvia seu corpo, ele se aproximava dela com um passo de cada vez.
Dorothy foi forçada a recuar, passo a passo. Até que suas costas encontraram a parede, não tinha para onde ir.
No entanto, ela se endireitou e encostou-se na parede gelada. Encarou calmamente o homem que a odiava, mas que ainda era perdidamente apaixonada.
Ela apertou os lábios macios e pálidos com força. Esperou que ele proferisse palavras que perfurariam seu coração cruelmente.
Credence franziu as sobrancelhas e deu um trago no cigarro.
Depois que ele terminou de fumar, jogou a bituca na lixeira. Ele ergueu os olhos mais uma vez, e seu olhar, que era tão profundo quanto um abismo, tornou-se frio e dominador.
Ele fitou Dorothy e agarrou seu queixo fino devagar, "Se Rosalie morre por causa da rejeição do rim, você ficaria satisfeita?"
"Claro que ficaria satisfeita com a morte da mulher que passa os dias tramando em como tomar o meu marido.”
Dorothy estava com tanta dor que respirava com dificuldade. No entanto, um sorriso apareceu em seu rosto pálido, "Credence, por que você veio tão depressa acertar as contas comigo? Minha querida irmã está em seu leito de morte?”
"Se Rosalie estivesse morta, acha que você ainda estaria viva?”
A luz amarelada contornava o homem envolto em trajes escuros. Dorothy estremeceu, por causa do frio que emanava de seu corpo.
"Aliás, é como diz o ditado: vaso ruim não quebra. Então, você pode ficar tranquilo, Credence. Minha irmãzinha pretenciosa não vai morrer tão facilmente!”
"Rosalie é sua irmã mais nova, e a família Fisher nunca te maltratou. Por que você é tão cruel com ela?"
Credence fitou Dorothy com uma expressão zombeteira. Ele sentiu que essa mulher, que antes fora louca por ele, havia mudado. Ela se tornara indiferente a tudo e perdeu sua vitalidade.
Ela tinha feito tantas coisas terríveis, mas ainda parecia inocente. Às vezes, ele tinha vontade de abrir o seu peito e ver se ela tinha um coração de verdade.
Dorothy suportou a dor que se espalhava pelo queixo e deu um sorriso irônico. "Sim, eu sou uma mulher cruel. Se não consegue aceitar isso, você deveria se divorciar de mim e se casar com a mulher gentil que você gosta! Quatro anos se passaram e você não aproveitou a oportunidade que eu lhe dei!"
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O Amor Perdido
Bom dia, haverá atualização desse livro?...