Gisele se assustou e involuntariamente deu dois passos para trás.
Ele era como um animal selvagem que acabara de acordar. Quando estava adormecido, não se percebia o quão perigoso e assustador ele poderia ser, mas assim que abriu os olhos, o perigo transbordou.
Luana saiu do quarto, fechando a porta atrás de si.
Ao ver Gisele como um cervo assustado, ela a consolou: "Senhora, não tenha medo. O senhor acabou de acordar e talvez não esteja preparado para essa notícia. A senhora pode dormir no quarto de hóspedes esta noite e amanhã conversaremos melhor. Parece que a senhora Lorena gosta muito de você, ela pode acabar ficando ao seu lado".
A mente de Gisele estava uma bagunça. Ela havia cogitado a possibilidade de Matias morrer um dia, mas nunca imaginou que ele pudesse acordar.
"Luana, minhas coisas ainda estão no quarto dele..." - Gisele olhou na direção do quarto principal, querendo entrar e pegar suas coisas.
Pelo jeito que Matias a olhou, com um olhar feroz e sombrio, ela teve uma forte premonição de que ele provavelmente não aceitaria ela como sua esposa.
Ela precisava estar pronta para deixar a família Barreto a qualquer momento.
Luana suspirou levemente: "Se não for algo importante, deixe lá por enquanto. Amanhã eu posso pegar para você."
Gisele: "Certo. Você também tem medo dele?"
Luana: "Eu o atendo há bastante tempo. Ele parece ser bravo, mas nunca me maltratou."
Gisele concordou, sem dizer mais nada.
Embora ela fosse sua esposa, em sentido estrito, essa foi a primeira vez que se encontraram, e ela entendia sua hostilidade.
Naquela noite, ela mal conseguiu dormir.
Sua mente estava cheia de pensamentos confusos e dispersos.
A recuperação de Matias havia interrompido completamente seu ritmo de vida.
...
No dia seguinte.
Às oito horas da manhã, Luana retirou as coisas de Gisele do quarto principal e as levou para o quarto de hóspedes.
"Senhora, o café da manhã está servido. O senhor já está na sala de jantar. A senhora deveria ir conversar um pouco com ele, para vocês se conhecerem melhor" - Luana sugeriu.
Gisele parecia relutante: "Ele provavelmente não quer me conhecer."
Luana: "De qualquer forma, você precisa tomar café da manhã. Vamos! Eu já comentei com ele que a senhora Lorena gosta muito de você, e ele não se irritou! Talvez hoje ele esteja de melhor humor com você."
Quando Gisele chegou à sala de jantar, viu Matias sentado em uma cadeira de rodas antes mesmo de se aproximar.
Ele conseguia mover as mãos, graças aos exercícios musculares regulares.
Mesmo sentado em sua cadeira de rodas, ele mantinha uma postura ereta; se estivesse de pé, certamente teria uma figura alta e esguia.
Com o coração cheio de insegurança, ela se sentou à mesa.
Luana lhe entregou alguns talheres.
Até ela pegar os talheres, ele não disse uma palavra.
Involuntariamente, ela lhe lançou um olhar furtivo.
E foi esse olhar que chamou a atenção dele para ela.
Aqueles olhos profundos e abissais pareciam um buraco negro capaz de engolir alguém.
"É... meu nome é Gisele Machado..." - ela começou, nervosa.
Matias levantou a xícara de café, tomando um gole com calma, sua voz indiferente ressoou: "Ouvi dizer que você pode estar carregando meu filho."
Gisele sentiu uma tensão imensa, perdendo completamente o apetite.
"Aborto cirúrgico ou medicamentoso, qual você prefere?" - ele perguntou com o tom mais calmo, mas suas palavras eram cruéis.
Gisele empalideceu, sua mente ficou em branco.
Luana, provavelmente achando o tópico demasiado chocante, esqueceu-se das formalidades e interveio: "Senhor, o bebê é um desejo da senhora Lorena. Não tem nada a ver com a senhora."
Matias lançou um olhar para Luana: "Não use minha mãe para me pressionar."
Luana abaixou a cabeça, mantendo-se em silêncio.
Gisele: "Matias..."
Matias: "Quem lhe deu permissão para me chamar pelo meu nome?"
Gisele hesitou por um momento: "Se eu não o chamar pelo seu nome, como devo chamá-lo? Querido?".
Matias: "..."
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Os comentários dos leitores sobre o romance: O CEO Queria Reatar Relação
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