O Despertar da Rainha Militar Divorciada romance Capítulo 228

Quinn soltou um grito de susto, puxou Julius em direção à pia e abriu a torneira, deixando um jato de água fria escorrer sobre as partes em que o café havia queimado.

Uma grande mancha avermelhada se espalhava pelo dorso da mão direita dele, prova de que a bebida estava fervendo.

“Tem notícias sobre o seu irmão?”, Julius murmurou.

Quinn piscou. “O exército encontrou uma pista, sim, mas agora você devia se preocupar com a sua mão! Da próxima vez, segure a xícara direito. Com uma queimadura dessas, é bem provável que forme uma bolha.”

Com a cabeça baixa, Julius perguntou: “Que tipo de pista? Eles estão perto de encontrá-lo?”

“O exército recuperou um dos drones que Rowan controlava há cinco anos”, explicou Quinn. “Uma equipe está trazendo ele de volta, e se a memória interna ainda tiver alguma informação útil... bem, tenho um pressentimento de que não vai demorar muito para eu ver meu irmão de novo!”

O rosto de Julius empalideceu, e a mão que Quinn mantinha sob a água fria tremia levemente.

“Está doendo muito?”, ela perguntou.

“Se eu disser que dói, seu coração vai doer por mim também?”, ele retrucou.

Quinn ergueu os olhos pra ele. “Você é meu namorado. Claro que eu sofro quando você sente dor. Mas não quero que ache que, só porque me importo, tudo bem se machucar. Quero que cuide bem de si mesmo.”

Os ombros dele ficaram tensos enquanto seus olhares se cruzavam.

Ninguém nunca tinha dito que esperava que ele se cuidasse.

Os pais jamais se importaram o avô, apesar do afeto, só queria que ele se tornasse forte o bastante pra liderar a família Whitethorn um dia.

Até os subordinados mais leais o tratavam com respeito, nunca com uma preocupação genuína.

Além do mais, ele nunca se importou. Não importava a gravidade do ferimento, sempre encarava com indiferença, às vezes até achava que morrer seria um alívio.

Mas agora, por causa dela, tudo parecia diferente.

Quando a água já estava gelada há um tempo, Quinn secou a mão dele com lenços de papel e perguntou: “Onde fica o kit de primeiros socorros?”

“Não tem.”

“Não tem kit de primeiros socorros?” Ela soou genuinamente surpresa.

“Quase não fico aqui.” O apartamento sempre foi apenas um refúgio para quando ele não queria voltar pra mansão dos Whitethorn.

Só então Quinn entendeu por que o lugar era tão vazio, com poucos móveis e quase nenhum objeto pessoal.

Por sorte, os serviços de entrega modernos eram rápidos. Ela pediu pomada para queimadura online e perguntou: “O que você quer comer hoje à noite?”

Por que não a conheci antes?

Se ao menos tivesse encontrado ela mais cedo...

A voz suave dela o envolveu como uma brisa quente, dissipando a inquietação que começava a crescer.

Pouco depois, a entrega chegou. Quinn aplicou cuidadosamente a pomada sobre a queimadura e, em seguida, levou as compras pra cozinha.

Julius se levantou pra segui-la, mas ela disse: “Sua mão está machucada. Fica na sala e descansa.”

“Mas eu quero ficar na cozinha com você. Prometo ficar quieto e só observar. Não vou atrapalhar”, ele insistiu.

“Tudo bem, então.” Quinn percebeu de repente que ele era ainda mais grudento do que imaginava.

Na cozinha, ela lavou os legumes, cortou a carne e se ocupou com o preparo, enquanto Julius se apoiava na parede, observando cada movimento dela em silêncio.

Ele nunca tinha imaginado que ver alguém cozinhando pudesse ser tão encantador.

Mas agora, não conseguia desviar o olhar.

O apartamento, que sempre lhe pareceu frio e impessoal, parecia mais acolhedor só por causa da presença dela.

Se um dia eles se casassem, o lar deles seria assim também?

Ela não precisaria fazer essas tarefas, ele mesmo poderia preparar sopas pra ela todos os dias. Tudo o que ela gostasse de comer, ele aprenderia a cozinhar.