O Despertar da Rainha Militar Divorciada romance Capítulo 256

As palavras de Jacinda deixaram Trent exposto e sem chão.

No começo, ele escondeu o casamento apenas porque não queria que Sidonie descobrisse. Tinha se declarado, sido rejeitado e, logo em seguida, se casado com outra... Admitir isso o faria parecer leviano.

Com o crescimento da empresa e o sucesso entorpecendo a consciência, o segredo acabou virando hábito. Ele se convenceu de que, enquanto mantivesse a aliança fora do dedo, ainda podia se considerar um homem solteiro.

“Vamos ser francos”, insistiu Jacinda. “A mamãe se importa com as aparências, mas você também. Achou que a Quinn não era apresentável o bastante, por isso a manteve escondida. Agora joga a amargura desse divórcio em cima da gente.”

A acusação bateu como um tapa invisível, deixando o rosto de Trent em fogo e a língua presa.

“Sim”, ele murmurou, após um longo silêncio. “Fui eu, só eu. Falhei com a Quinn. Fui injusto com ela.”

“O que está dizendo?”, perguntou Jacinda, confusa.

Penelope se intrometeu: “Filho, não me diga que a Quinn apareceu implorando pra reatar. Você não pode se casar de novo com aquela mulher azarada. Nunca vou deixá-la entrar nesta família outra vez.”

“Chega, mãe!” Trent a encarou com raiva. “Não quero mais ouvir você falar mal da Quinn. Essa azarada salvou a minha vida. Sem ela, eu teria me afogado naquele rio anos atrás.”

Dito isso, ele ignorou as duas e subiu as escadas rumo ao quarto do segundo andar.

O cômodo o recebeu em silêncio gélido.

Ele foi até o banheiro, jogou água fria no rosto e encarou o estranho abatido refletido no espelho.

O homem confiante de antes havia desaparecido, restando apenas cansaço e desespero.

A Grafton Technologies estava em ruínas e, pra piorar, Sidonie carregava um filho seu.

Por que ela tinha que engravidar justo agora?

De qualquer forma, não posso deixar essa criança nascer.

....

Julius acompanhou uma Quinn cambaleante até seu apartamento. Ela havia bebido muito mais do que o normal; ao sair do carro, quase todo o peso dela se apoiava em seu ombro firme.

As pontas dos dedos dela exploraram o caminho, sentindo o contraste entre o gelo dele e o fogo que a consumia. A garganta de Julius se moveu em seco, o desejo percorrendo seu corpo como faísca em pólvora.

“Quinn, quero...” Ele tentou se erguer, mas ela o impediu com a palma firme sobre o peito.

“Não se mexa. Hoje quem manda sou eu”, disse ela, o olhar brincalhão. “Quando você assume o comando, as coisas tendem a... Sair um pouco de controle. Prefiro poupar meu corpo de outro desastre.”

Julius soltou uma risada baixa, rendido e divertido. “Certo, você manda. O que quer que eu faça?”

“Só fique quietinho”, respondeu ela, o olhar deslizando até a gravata largada na cama. Enlaçou o tecido em volta dos pulsos dele, cruzou-os e amarrou o nó com um laço perfeito.

Ele deixou que ela o prendesse sem protestar. “Você realmente acha que uma simples gravata pode me segurar?”, provocou.

“Se quiser mesmo se soltar, não vai ser tão fácil”, riu Quinn, as bochechas rosadas pelo vinho. “E além disso”, completou, num sussurro travesso: “Laura diz que amarrar um homem na cama pode ser... Empolgante. Resolvi testar a teoria.”

O olhar de Julius ardeu de desejo contido. Perguntou-se se ela lembraria dessas palavras quando o álcool passasse e que tipo de bobagens Laura costumava enfiar na cabeça dela.

“Então me prometa uma coisa”, disse ele, sem desviar os olhos. “O único homem que vai amarrar numa cama sou eu.”