O Despertar da Rainha Militar Divorciada romance Capítulo 415

O nome de Lena atravessou a névoa da fúria de Rowan. Centímetro por centímetro, seus dedos se afrouxaram, libertando a garganta de Serena.

Livre, Serena cambaleou para trás. Seus joelhos cederam e ela quase desabou, as bochechas úmidas pelo terror de uma vida quase perdida.

Rowan baixou o olhar para as mãos trêmulas, horrorizado. Sempre se orgulhara de pensar com clareza, mas uma mentira insignificante o guiara como um cego tateando fumaça.

Ainda pior, uma pergunta mais pesada o atingiu: e agora?

Será que Lena — a mulher que um dia o resgatou do próprio abismo — ainda pode ser salva? Ele não podia, e não iria, perdê-la.

"Rowan", insistiu Quinn, apertando seus dedos, "vamos encontrar outro caminho. Serena não é a única opção — tem que haver outra saída."

A dor brilhou nos olhos de Rowan, crua e sem disfarces.

Se houvesse qualquer alternativa, ele jamais teria se prendido às mentiras de Serena desde o início.

Encontrar um doador perfeito nunca foi simples, e todos sabiam disso.

"Rowan, escuta. O mundo é imenso; em algum lugar, existe um doador cuja medula combina com a sua, esperando por nós. Eu vou mover céus e terra para encontrar essa pessoa. E tenho certeza de que nosso tio estará ao nosso lado. Então... por favor, não me olhe mais com esse olhar despedaçado."

O nariz de Quinn ardia, o incômodo das lágrimas que ela se recusava a deixar cair.

Seu irmão sempre fora feito de algo inquebrável — confiança e força fundidas, uma determinação que nunca se rendia, mesmo quando as tempestades rugiam.

Mas agora seus olhos estavam vazios, esvaziados de qualquer centelha.

Ela sentia que, sem um fio de esperança, ele se partiria por completo.

Para Rowan, Lena era mais do que a mulher que o puxara de volta da morte. Ela se tornara o fio frágil que mantinha seu espírito unido durante aqueles anos brutais em que só tinham um ao outro.

Perder Lena simplesmente não era uma opção.

Em outro ponto da cidade, Fabian estava em rígida atenção diante de Julius.

"Senhor Whitethorn, a Srta. Bridger pediu que eu lhe entregasse uma mensagem."

Julius baixou os olhos, o gesto tão frio e cortante quanto uma guilhotina, sem demonstrar o menor interesse pela mensagem que Fabian trazia.

"Qual o horário do voo?"

"Cinco da tarde."

"Então partimos agora." Julius levantou-se da cadeira, seus movimentos precisos e definitivos, como um veredito já selado.

"Senhor Whitethorn, tem certeza de que não quer ouvir o que a Srta. Bridger pediu que eu lhe dissesse?"

"Seja qual for a mensagem, já não me importa."

Será que ela realmente deseja recomeçar comigo? E quando disse aquelas palavras a Fabian, que expressão passou por seu rosto?

O sedã deslizou sob vigas de aço e lâmpadas âmbar, até parar diante do saguão de embarque.

Julius saiu, uma silhueta alta e imponente sob as luzes giratórias, enquanto Fabian apressava o passo ao seu lado.

"Está tudo pronto no hospital de Celosia?" Julius perguntou, o tom tão calmo que parecia mais frio que o ar do aeroporto ao redor.

"Todas as preparações estão concluídas", garantiu Fabian. "Assim que o senhor chegar, os procedimentos podem começar."

"Ótimo." Julius deixou a palavra cair como um martelo, e seguiu sem olhar para trás.

"Senhor Whitethorn, seus ferimentos ainda estão cicatrizando", arriscou Fabian, voz baixa. "Depois do incêndio, o senhor perdeu muito sangue. Viajar para Celosia para esse procedimento agora vai exigir demais do senhor. Até o Dr. Huxley implorou para que esperasse até estar mais forte."

"Recuso-me a deixar que as complicações se multipliquem", disse Julius, olhos duros como pedra. "Quanto mais demoramos, mais tempo o destino tem para interferir. E meu corpo? Eu o conheço melhor que ninguém."

Fabian ouviu a decisão final naquele tom e se calou. Se nem a autoridade médica de Gavin podia convencer Julius, nada do que dissesse faria diferença.

"Ninguém deve saber da minha viagem a Celosia", acrescentou Julius, a voz baixando para um sussurro perigoso. "Especialmente... Quinn Bridger."

"Entendido." Fabian ficou em posição de sentido.

Julius baixou o olhar para a pulseira mais uma vez. Se era isso que ela queria, ele abriria caminho para tornar realidade. Essa era a promessa que devia a ela — inflexível, irrevogável.