O Despertar da Rainha Militar Divorciada romance Capítulo 508

Os dedos de Weston brincavam com um cacho solto na bochecha de Laura. "Estamos namorando, lembra? Se alguém nos vir demonstrando carinho, só vão pensar que somos um casal apaixonado. Não há nada de escandaloso nisso."

Apaixonados, uma ova. Não estamos sendo carinhosos coisa nenhuma. Você é só uma barreira vestida sob medida.<\/i>

"Weston, saia agora ou paro de ser gentil", Laura advertiu, os olhos cintilando de determinação.

O evento daquela noite reunia executivos de uma empresa parceira; ela não criaria um escândalo diante deles.

"Ah, é? E exatamente como pretende fazer isso?" Weston perguntou, a voz baixa, quase divertida.

Nesse instante, o anfitrião no fundo do salão bateu no microfone, sinalizando o início do sorteio da noite.

Se ela não corresse para o palco agora, seria humilhada além de qualquer recuperação.

"Assim!" Laura declarou, preparando-se.

Seu salto desceu com força sobre o sapato impecavelmente engraxado de Weston, o estalo abafado pela música e pelo burburinho. Enquanto ele recuava, a dor estampada no rosto, ela usou as duas mãos para empurrá-lo e escapou do alcance dele.

Weston avançou, os dedos tentando agarrar o pulso dela antes que sumisse na multidão.

Uma figura esguia se interpôs entre eles e afastou a mão de Weston. "Boa noite, senhor Windore. A senhorita Wentworth tem assuntos a tratar. Por favor, não a detenha", disse o recém-chegado com serenidade.

Laura lançou a Harvey um aceno rápido e agradecido antes de se voltar para o palco. Não esperava vê-lo ali.

Do palco, a voz vibrante do anfitrião ecoou: "Agora, vamos receber a senhorita Wentworth, da Azure Technologies, para sortear os prêmios desta noite!"

O coração de Laura disparou enquanto ela subia os degraus apressada.

O holofote a envolveu, mergulhando o restante do salão na escuridão, até que só ela parecia existir.

Vestia um terno azul-marinho perfeitamente ajustado, o corte afiado sugerindo autoridade. Os cabelos longos e ondulados caíam sobre os ombros, emoldurando um rosto vibrante agora sereno, quase régio. A estudante tímida e delicada havia desaparecido; em seu lugar, erguia-se uma mulher de postura imponente.

A vida a arrastara por todos os becos da ambição. Ela barganhou, negociou e lutou para transformar a Azure Technologies na potência que era—um feito impossível para qualquer ingênuo. Ainda assim, em meio à rotina exaustiva, preservara um fragmento de algo intocado.

Esse fragmento cintilava agora em seus olhos—claros, luminosos, imunes ao cinismo que a cercava.

Observando de baixo, Weston sentiu o tempo se dobrar sobre si mesmo. Eram aqueles mesmos olhos desarmados que haviam capturado sua atenção no campus anos atrás.

Outras mulheres que diziam desejá-lo carregavam nos olhares a fome—por status, riqueza, proximidade ao poder. O olhar de Laura, em contraste, não trazia nada além de afeto simples, como se só ele bastasse.

Ele cedeu à insistência dela parte por curiosidade, parte porque sua tenacidade o divertia. Queria saber se a proximidade turvaria aquela pureza, se ela também acabaria olhando para ele com cálculo. Nunca aconteceu—nem mesmo no dia em que ela terminou tudo e foi embora, deixando seu orgulho em pedaços.

Harvey engoliu em seco. "Senhor Windore, o senhor é mesmo namorado da senhorita Wentworth?"

Weston lançou um olhar a Harvey, reconhecendo-o com um leve sobressalto. Um dia, Laura contratara o rapaz para um lançamento de produto, nada além de um manequim vivo sob as luzes. E agora—aparentemente—ele trabalhava na empresa dela, circulando livremente por corredores que Weston jamais conhecera.

Weston soltou uma risada curta e desdenhosa. "Achei que minha declaração pública há pouco tivesse deixado tudo claro. Ou imagina que eu estava atuando? Diga, Harvey, desde quando você e Laura ficaram tão... próximos?"

"Nós... Bem, somos amigos, eu acho", Harvey admitiu, as bochechas corando.

A palavra amigos cortou a compostura de Weston. Seu rosto esfriou mais um grau, a mente correndo por corredores escuros de possibilidades. Será que esse modelo logo estará mais perto, tocando-a, roubando os gestos íntimos que antes eram meus—beijos, abraços, a lenta descoberta da pele?<\/i>

Uma lembrança irrompeu: Laura bêbada a ponto de gargalhar arrastado, confundindo-o com um modelo, agarrando sua camisa, rindo contra seu peito.

Teria ela tratado Harvey do mesmo jeito?<\/i> A dúvida aguçou seu olhar até que parecesse uma lâmina encostada à garganta de Harvey.

"Se o senhor é mesmo namorado da senhorita Wentworth, e se realmente se importa com ela, então, por favor... por favor, não parta o coração dela de novo. Não a abandone como fez quando ela mais precisou", disse Harvey, reunindo coragem.

"O que exatamente quer dizer com 'não machuque ela'? Diga, Harvey, ela tem contado nossa história para você?"

A boca de Harvey abriu e fechou, as palavras se enrolando na língua. "Eu... eu só..."

Weston avançou, as pontas polidas dos sapatos estalando uma vez no chão. "Só o quê? Exatamente que direito acha que tem de me dar lição?"

"Senhor Windore, eu sei que não tenho esse direito. Só estou preocupado com a senhorita Wentworth..." Harvey recuou, assustado.

O frio nos olhos de Weston se endureceu em algo feroz, uma ameaça silenciosa que manteve Harvey imóvel. Os joelhos de Harvey cederam; ele perdeu o equilíbrio e caiu no mármore polido com um baque pouco digno.