O Despertar da Rainha Militar Divorciada romance Capítulo 523

"Ele tentou me dar um soco, mas não terminou do jeito que ele esperava."

"Ele tentou te acertar? Onde ele te atingiu?" Harvey perguntou, nervoso.

Ele ainda conseguia ver, tão vívido quanto um pesadelo, aquela noite de anos atrás em que Sylas espancou Laura até ela ficar imóvel; a expressão selvagem e retorcida do homem se gravou para sempre em sua memória.

"De verdade, não é nada — não se preocupe," Laura o confortou.

O grave barítono de Weston cortou a conversa dos dois como uma rajada fria. "Diga-me, Srta. Wentworth, você costuma ficar puxando seus funcionários dentro do escritório?"

Laura e Harvey se sobressaltaram com a voz; Harvey largou a manga que segurava como se fosse um fio desencapado.

A secretária que vinha atrás de Weston lançou a Laura um olhar de desculpas. "Me desculpe, Srta. Wentworth. Tentei impedir o Sr. Windore."

Afinal, era Weston Windore — o advogado mais celebrado de Jexburgh e herdeiro da dinastia Windore.

Num evento de networking recente, ele se declarara publicamente namorado de Laura; uma secretária de baixo escalão preferiria desafiar um furacão a barrar seu caminho.

"Já basta. Pode ir." Laura dispensou a secretária.

Ela se afastou como uma prisioneira recém-perdoada, os saltos marcando uma retirada acelerada pelo corredor.

Laura então disse a Harvey: "Harvey, eu só não quero que você seja arrastado para essa bagunça de novo. Sylas é mesquinho e cruel. Fique atento e, se precisar de qualquer coisa, é só falar. Posso contratar seguranças para ficar de olho em você."

Ver Laura se preocupar com Harvey cravou em Weston uma pontada de ciúme, quente e cortante como sol sobre gelo.

Com dois passos rápidos, Weston encurtou a distância e enlaçou a cintura de Laura, o aperto firme, de quem reivindica posse. "Minha querida namorada, a segurança do seu funcionário está mesmo acima da minha na sua lista de prioridades?"

Laura se chocou contra o peito dele, envolvida pelo perfume do colônia e pela força de ferro de seus braços antes de conseguir recuperar o fôlego.

Ela se contorceu dentro do aperto de Weston. As palmas se achataram contra a lã impecável do paletó, empurrando com força, mas cada centímetro que ganhava ele roubava de volta, puxando-a ainda mais, até ela sentir o trovejar do coração dele. "O que você pensa que está fazendo, Weston?"

Weston finalmente olhou por cima dela para Harvey. A voz do advogado era veludo sobre aço. "Harvey, você ficou ao lado da Laura quando ninguém mais ousou. Por isso, agora a família Windore fica ao seu lado. Sua segurança é nossa responsabilidade. Se Sylas Seymour vier atrás de você, vamos garantir que seja tratado, recupere a mobilidade e seja compensado — o que for preciso."

Harvey e Laura piscaram, por um instante atordoados pelo peso da promessa que pendia no ar.

"Não preciso de nada disso," Harvey disse, recusando com firmeza tranquila.

Relutante, mas confiando na palavra dela, Harvey assentiu uma vez e saiu do escritório, a porta se fechando num clique suave atrás dele.

O silêncio que se seguiu era quebradiço. Weston foi o primeiro a rompê-lo. "Por que você nunca veio pedir minha ajuda naquela época?"

"Pedir sua ajuda?" Laura repetiu, a confusão franzindo as sobrancelhas.

"A tentativa de agressão de Seymour aconteceu pouco depois de nós terminar-mos," Weston disse, com o olhar cravado nela. "Ainda estávamos no mesmo campus. Você teve incontáveis chances de me procurar. Por que ficou em silêncio? Eu valia tão pouco para você?"

Laura o encarou, atônita, juntando as peças do que exatamente ele estava perguntando.

Uma sensação súbita, quase absurda, de ironia a inundou.

Ele queria saber por que ela não o procurou. Eu procurei.

E o que isso me trouxe?

"Você disse que ninguém te ajudou além do Harvey," Weston insistiu. "Chamou-o de seu salvador. Mas havia um caminho mais simples. Você poderia ter vindo até mim. A ideia nunca te passou pela cabeça, ou decidiu que eu não valia o esforço?"