O Despertar da Rainha Militar Divorciada romance Capítulo 544

Ele falou de novo, com amargor tingindo a voz. "Sim, eu amo você. É absurdo só perceber isso agora. Na época em que você corria atrás de mim, implorando para eu namorar com você, eu já tinha me apaixonado."

Naquele tempo, o sentimento estava enterrado tão fundo que ele confundiu com irritação diante da insistência dela.

Se não tivesse gostado dela, seu orgulho jamais teria permitido que aceitasse namorar.

Ele amava o jeito como ela o olhava — claro, sincero, querendo apenas o homem em si.

A cabeça de Laura latejava, as pálpebras cedendo cada vez mais.

Ela percebeu que o celular já estava conectado. "Harlan, você está ouvindo?"

A resposta calma de Harlan veio: "Estou aqui."

Laura apoiou o ombro no batente da porta da cozinha, o telefone colado ao ouvido. "Weston apareceu bêbado na minha casa", disse, em voz baixa porém firme. "Está delirando. Por favor, venha buscá-lo, e seja rápido."

Weston arrancou o aparelho da mão dela antes que a resposta chegasse. Com um toque decidido do polegar, encerrou a chamada, e o silêncio repentino soou mais alto do que qualquer acusação.

Weston abaixou a cabeça até suas testas quase se tocarem, o hálito quente misturando-se no vão estreito. "Não estou bêbado", insistiu, voz firme. "Sim, bebi um pouco, mas agora estou dolorosamente sóbrio."

Laura lutou para manter as pálpebras abertas. "Weston, estou exausta. Não tenho energia para reabrir isso hoje. Vou dormir. Espere na sala até o Harlan chegar, ou encontre o seu próprio caminho para casa."

"Não me afaste, Laura", murmurou ele, o desespero rachando a calma que antes vestia como armadura. "Eu sei que errei. Nunca deveria ter dito a ninguém que você era só um passa‑tempo, algo para matar o tédio. Antes de você, eu nunca tinha gostado de ninguém de verdade. Eu era jovem, arrogante, cego para os próprios sentimentos. Eu te amava e nem percebia."

Naquela época, quando ela finalmente disse a palavra término, as sílabas o rasgaram por dentro, e ainda assim o orgulho colou seus pés ao chão. Ele se importava demais, mas se recusou a correr atrás dela.

Os anos escorreram, vazios e barulhentos, e a chance de pedir desculpas se esfarelou entre seus dedos como areia. Em vez de sumir, o sentimento por ela criou raízes mais profundas, se enterrando nas câmaras do coração, germinando na escuridão silenciosa. Um dia, os brotos se abriram em amor — inegável, consumindo.

Ele a puxou para os braços, a voz rouca. "Laura, eu amo você. Por favor, me dê mais uma chance."

O homem que antes pairava acima das salas de reunião com um sorriso educado e intocável havia despido todas as máscaras. Pela primeira vez, Weston curvou a cabeça orgulhosa e implorou a uma mulher.

Só o silêncio respondeu, espesso e implacável como o ar da noite.

Ele ficou ao lado da cama, a cabeça baixa. "Por que demorei tanto para admitir que amo você?" murmurou. "Que crueldade entender isso justo quando você já não sente mais nada."

"Será que perdi mesmo a minha chance?" O sussurro mal mexeu a escuridão. "Todos esses anos, meu coração só teve espaço para você. Você conseguiria me amar de novo, nem que fosse um pouco?"

Mas a mulher adormecida nada disse, a respiração tranquila sendo a única resposta.

As últimas palavras dele flutuaram pelo quarto, rareando no ar como fumaça que se recusa a se acomodar.

Após um momento de imobilidade, Weston deixou os dedos deslizarem pelo vidro do celular, o brilho pálido talhando contornos duros no seu rosto normalmente contido. "Harlan, sou eu."

"Já estou a caminho", disse Harlan, a voz atravessada pelo ronco do motor. "Me dê dez minutos e estarei aí fora."

"Não precisa", respondeu Weston, o olhar pousando na figura adormecida de Laura. "Ela tomou um remédio para dormir e apagou. Vou ficar aqui esta noite — deixá-la sozinha não me parece certo."

Um silêncio pairou na linha antes de Harlan falar outra vez. "Vai ficar aí? E sob que título, exatamente?"