O Despertar da Rainha Militar Divorciada romance Capítulo 74

“Mãe...” Julius encarou o retrato. “Não vou acabar como o pai. Não vou me tornar um lunático. E vou honrar seus desejos. Não vou me apaixonar.”

Ele sabia muito bem o preço de amar alguém. Seu pai havia amado sua mãe de forma tão obsessiva que, certa vez, a trancou dentro desta mansão. O que deveria ser um lar transformou-se em prisão. Ela passou seus últimos dias desesperada para escapar, mas nunca conseguiu se livrar do nome Whitethorn. Depois que faleceu, a enterraram no cemitério da família.

O pai de Julius entrou em colapso depois disso, tornando-se quase irreconhecível.. Violento, desequilibrado, sedento por sangue. Como um louco.

Mesmo quando criança, Julius não conseguia entender por que seu pai era tão obcecado por uma mulher que jamais retribuiu seu amor.

No túmulo dela, seu pai olhou para ele com os olhos vermelhos de sangue. “Você é nosso filho. Vai ser igual a nós. Se amar alguém, não vai medir esforços para tê-la. Mas se não amar... não importa o quanto essa pessoa chore, implore ou tente conquistá-lo, você não sentirá nada. Me pergunto... que tipo de fim você terá? Mal posso esperar para ver!”

Aquela risada amarga e sinistra ainda ecoava em seus ouvidos.

Mas nenhum desses destinos jamais seria o seu.

Julius se virou e desceu do terceiro andar. No segundo, deu de cara com Quinn saindo do quarto.

“Você acha que eu poderia algum dia me apaixonar?”, perguntou, de repente. “Ou acredita que sou incapaz disso?”

Pega de surpresa, Quinn notou algo estranho em sua expressão. Havia uma frieza absoluta em seus olhos, daquelas que faziam a espinha gelar.

“O que há de errado?”, ela perguntou.

“Apenas me responda. Você acha que eu posso me apaixonar por alguém, ou não?”

“Não cabe a mim dizer”, respondeu. “Essa é sua escolha. Quem você ama, ou se ama alguém, depende só de você.”

Ele a encarou fixamente. “E você? Alegou que amava Trent, mas se divorciou dele como se nada importasse. Se realmente o amasse, não teria lutado para ficarem juntos?”

Quinn franziu a testa. “Mesmo que eu tivesse amor por ele, se ele não me amasse de volta, eu ainda me afastaria. E, além disso... eu não amo mais o Trent. Ele não é quem eu quero.”

“Então quem é?”, Julius insistiu, soando genuinamente curioso. “Que tipo de pessoa você quer amar?”

“Alguém que caminhe ao meu lado”, ela disse, baixinho. “Alguém que nunca me abandone, não importa o que aconteça.” Imagens de seus pais surgiram em sua mente. Esse era o tipo de relação que ela desejava, como a deles. Eles tinham suas discussões, mas sempre permaneciam lado a lado, ombro a ombro. Mesmo diante da morte, nunca desistiram um do outro.

Eles permaneciam fortes por aquilo em que acreditavam. Até na beira da vida e da morte, enfrentavam tudo juntos.

“Existem pessoas assim?”, murmurou Julius.