O Despertar da Rainha Militar Divorciada romance Capítulo 8

“Não tenho tempo. Se sua mãe precisa ir ao médico, você e seu irmão podem acompanhá-la”, disse Quinn friamente. Sem esperar pela resposta de Jacinda, ela encerrou a ligação e imediatamente bloqueou o número dela.

Durante os três anos de casamento, ela sempre esteve presente para a sogra. Sempre que Penelope ficava doente, era ela quem a acompanhava ao hospital, corria para fazer o registro, buscar os remédios e conversar com os médicos. Mesmo assim, todos os seus esforços eram tomados como obrigação pela família do marido. Nenhum gesto seu foi reconhecido ou valorizado.

Naquele dia, estava marcada a consulta de revisão dos olhos de Penelope.

“Quem era?”, perguntou Laura.

“É a irmã mais nova do Trent. Deixa pra lá”, respondeu Quinn.

Porém, meia hora depois, o telefone tocou novamente. Era Trent. “Quinn, é melhor você vir agora para o hospital. Se acontecer alguma coisa com a minha mãe, eu não vou te perdoar!”

Quinn franziu a testa, mas acabou decidindo ir ao hospital.

Afinal, ela ainda era casada com Trent, e não queria gerar complicações desnecessárias.

Assim que chegou, Jacinda veio na sua direção, claramente furiosa. “Quinn, você bloqueou o meu número, foi isso? Não consegui falar com você de jeito nenhum!”

“Sim, bloqueei mesmo”, admitiu sem rodeios.

“Como você ousa!” Jacinda ficou possessa.

Mais cedo, ao levar Penelope para a consulta, os funcionários a impediram de entrar porque não havia agendamento. Diante de várias pessoas, Jacinda tentou ligar para Quinn mais de dez vezes, sem resposta alguma. A humilhação a corroía por dentro.

“Por que eu não ousaria? Você por acaso é alguma autoridade para quem eu tenho que atender a ligação na hora?”, rebateu Quinn.

Jacinda ficou sem palavras.

Trent se adiantou e disse: “Os problemas entre nós são coisas nossas. Você não devia usar a doença da minha mãe para dificultar ainda mais.”

“O que eu fiz?”, perguntou Quinn com um sorriso irônico.

“Sempre foi você quem acompanhou minha mãe nas consultas. Agora, de repente, não quer mais. Se isso não é dificultar, o que é então?”, disse Trent, claramente insatisfeito.

“Ah, então você sabe que sempre fui eu quem acompanhou sua mãe”, retrucou Quinn com frieza. “Mas ela não me criou, nem me deu um centavo. Quem deveria acompanhá-la são você e sua irmã. Quando eu vim, foi por boa vontade, não obrigação.”

“Está bem. Mas então me explica por que minha mãe não conseguiu a consulta? Vai dizer que você não tem nada a ver com isso?”, questionou Trent, irritado.

“O doutor Arthur Faulkner é um médico militar experiente. Já está idoso e atende pouquíssimos pacientes por semana. Para conseguir uma consulta com ele, precisa agendar semanas ou até meses antes e mesmo assim, não é garantido”, respondeu Quinn.

“E como você conseguiu então?”, perguntou Trent.

“O que você acha?”, retrucou Quinn.

Ele se calou, convencido de que ela tinha passado à frente dos outros. Mas, na verdade, Arthur sempre reservava um horário especialmente para Quinn. Antes, era ela quem fazia esses acertos antecipadamente. Só que Quinn não se deu ao trabalho de explicar.

“De qualquer forma, a cirurgia de catarata da sua mãe já foi feita. Se não conseguir consulta com o Dr. Faulkner, pode procurar outro médico do setor”, disse Quinn.

Ao ouvir isso, Penelope se aproximou, acusando-a: “Você quer que eu vá num médico comum? Está querendo me prejudicar e me deixar cega!”

Logo em seguida, ergueu a mão para bater em Quinn. Ela desviou com o cenho franzido, mas Penelope insistiu.

A confusão chamou a atenção, e Arthur saiu da sala.

Ele se aproximou: “O que está acontecendo... Ora, Quinn?”

“Sr. Faulkner...” Quinn começou a falar, mas Penelope a interrompeu.

“Dr. Faulkner, essa garota é má demais! Ela me sugeriu um médico comum para os olhos, mas eu só confio no senhor. Ainda bem que logo meu filho vai se divorciar dela e se casar com alguém que realmente esteja à altura!”

“Já disse, mãe”, Trent tentou acalmá-la, envergonhado. “Sidonie e eu somos só amigos.”