Depois de comer a salada de frutas, Davi ainda brincou um pouco com Vinícius. Não demorou muito para que Vinícius ficasse sonolento e começasse a bocejar. Davi passou a mão grande e firme suavemente pelas costas do menino e, em poucos instantes, Vinícius adormeceu.
Davi pegou o paletó e o usou para cobrir Vinícius.
Ninguém disse nada. O escritório estava particularmente silencioso.
Nicole se sentia um pouco constrangida.
Involuntariamente, esfregava as mãos, pensando no que poderia dizer.
— Ah. — De repente, um gemido abafado escapou dos lábios do homem.
Nicole levantou a cabeça e viu as sobrancelhas de Davi ligeiramente franzidas, com uma expressão de dor contida e resignada.
O coração de Nicole se apertou:
— Está sentindo dor no machucado?
Ela havia acertado. Davi se moveu de forma imprudente, puxando a região do abdômen e atingindo o ferimento. Depois de suportar a pontada, seu belo rosto relaxou um pouco, e ele soltou o ar discretamente antes de dizer com indiferença:
— Não é nada.
— Ah. — Nicole não soube o que responder.
Ninguém falava. O ambiente voltou a mergulhar no silêncio.
E ficava cada vez mais silencioso.
Embora Davi não dissesse uma palavra, Nicole conseguia sentir intensamente o olhar dele, forte demais para ser ignorado. Sabia que ele tava observando, e isso a deixava inevitavelmente nervosa.
"Esse homem não me manda embora, mas também não fala nada. Afinal, o que ele quer dizer com isso?"
— Por que está calada? — A voz grave do homem soou de repente.
— Hã? — Nicole levantou a cabeça, confusa. — O que eu vou falar?
O olhar de Davi se fixou profundamente nela:
— Você não era toda falante antes? Por que agora não fala mais?
Nicole ficou paralisada por um instante, deu um sorriso constrangido e respondeu em voz baixa:
— Antes eu falava para te provocar, agora não é mais a mesma coisa, né. — Ela falou baixo, mas o escritório tava tão silencioso que Davi ouviu cada palavra com clareza.
O olhar do homem escureceu ligeiramente:

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