O Labirinto de Amor romance Capítulo 1088

As palavras de Guilherme me doeram, mas não tinha como eu refutá-las.

Era verdade, a minha neurose não deveria ser a corrente que prendia a minha filha.

- O projeto que dei a ela será um teste, e se ela puder fazê-lo bem por conta própria, você deveria tentar tomar a coragem de soltar a sua mão. Isso pode ser difícil para você, então apenas tente se relaxar e tratar as coisas da forma mais positiva o possível. Nana é uma boa menina, ela só vai te surpreender. E não esqueça, estarei aqui para ajudá-la com as coisas difíceis que ela não puder resolver.

Pouco tempo depois que as palavras foram ditas, ouvi um pequeno ronco em seus ouvidos e Guilherme caiu em um sono profundo.

Deixei que ele continuasse com seus braços em volta de mim, meus pensamentos complexos foram se acalmando inesperadamente, mas ainda não tinha vontade de dormir. No dia seguinte, me levantei bem cedo.

Mas assim que abri a porta, esbarrei com a Nana.

- Bom dia, mamãe. - ela disse de forma gentil. Os olhos de Nana estava arqueados como luas, o que me fez lembrar de uma criança santa com uma auréola ao redor de sua cabeça.

O meu nervosismo e descontrole de ontem não foram atitudes exemplares de uma boa mãe, então fiquei um pouco constrangida, mas sorri e desci as escadas com ela:

- Você não precisa ir à escola, então por que se levantou tão cedo?

- Mãe, você se esqueceu de que o papai me deixou responsável pelo projeto da Cidade da Cultura? Dei uma breve olhada nos materiais ontem à noite. Esta é a primeira vez que a empresa de meu pai trabalha em um projeto como este e não há exemplos a que se referir. O professor disse que, nos fins de semana, não haverá espaço na biblioteca se eu me atrasar! - enquanto ela falava, chegamos no andar de baixo e vi que Vinícius já aguardava na porta de prontidão. Nana foi direto para fora. - Mamãe, eu vou indo primeiro, não esperem por mim para o almoço.

- Você quer comer alguma coisa antes de ir?

- Não, eu não tenho fome, tchau! - e com essas palavras, ela desapareceu sem olhar para trás.

Troquei um olhar com Vinícius, advertindo que ele deve cuidar direito de Nana. Ele captou, depois se virou e a seguiu.

Os poucos passos que levavam à sala de jantar pareciam tão longos quanto uma vida inteira. A tensão que eu sentia pela vida de Nana me transformou em uma ave que se assustava com qualquer barulho, mas a verdade era que a criança estava crescendo bem, capaz e responsável, cheia de curiosidade sobre o desconhecido e completamente imbatível.

Os cantos de minha boca se arquearam para cima incontrolavelmente. Minhas emoções eram como um monstro feroz, mas elas não eram nada diante da a inocência da criança, que facilmente dissipou a crise em meu coração.

Decidi que apoiaria totalmente a primeira carreira da Nana.

Guilherme tinha dito que queria testar as habilidades dela, mas não disse que eu não podia ajudar, e eu não era uma mãe ignorante que a mimava.

- No que está pensando? Parece tão feliz. - Guilherme desceu as escadas, chinelos batendo contra o piso de madeira.

- Você consegue ler mentes, não consegue? Adivinhe por si mesmo. - eu não fui nada carinhosa com ele.

Guilherme puxou a cadeira do outro lado da mesa e se sentou, completamente calmo e sem estresse matinal, depois me respondeu:

- Bem, é provavelmente a alegria de ver a sua filha crescendo, estou certo?

Pelo jeito, ele notou que Nana saiu mais cedo.

Eu lhe dei um olhar de descrença:

- Errado, eu não quero falar com você, tome o seu café da manhã!

......

Nas duas semanas que se seguiram, eu podia contar nas mãos o número de vezes em que vi a Nana.

Guilherme tinha dito com antecedência que queria que Nana fosse responsável pelo projeto sozinha, e conhecendo a natureza de Nana, ela nunca me pediria ajuda se não tivesse encontrado um problema difícil, então naturalmente eu não perguntaria muito se ela não mencionasse, para não colocar muita pressão sobre ela.

Mas então, mesmo que eu quisesse dar mais atenção à ela, acabaria sendo estranho.

Era como se Nana não tivesse apenas 14 anos de idade, mas que tinha se tornado uma mulher forte com uma carreira de sucesso. E tendo uma carreira sólida, se os pais ainda ficarem no pé dela, acabaria sendo uma chatice.

Eu pensei nisso por alguns dias e estava pronta para arranjar uma desculpa decente para visitar Nana em seu local de trabalho quando Raquel, por coincidência, me telefonou:

- Venha, vamos ver do que sua pequena mulher de negócios é capaz.

Nem sequer hesitei, topando na hora:

- Vamos!

Quando terminei de me arrumar, o carro de Raquel também tinha chegado. Encontrei Guilherme na porta e disse apressadamente:

- Por que você está de volta?

Mas sem esperar pela sua resposta, eu já estava me enfiando no carro de Raquel sob o olhar raivoso de Guilherme e indo embora, deixando para trás uma nuvem de poeira.

- Era o Guilherme, não era? Por que você não o chamou para vir junto? - Raquel deu um olhar de relance para dentro da mansão.

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