O Labirinto de Amor romance Capítulo 1164

- Emm, por que Guilherme virou brincalhão de repente? Com quem aprendeu isso? - Raquel não estava ciente da mudança dele e só a julgava uma briguinha entre nós.

Sem ver a minha reação, ela avançou, me cutucou levemente e piscou os olhos de maneira encantadora deliberadamente:

- Anime-se! Não é fácil encontrar um sapo de três pernas, mas homens de dois pernas estão por toda a parte. Somos mulheres da nova era. Como podemos ficar desanimadas por causa de um homem? Quer que eu te acompanhe para tratar da prioridade primeiro?

Eu abaixei a cabeça e fiz um sorriso amargo em resposta à brincadeira dela:

- Você é muito hábil em agradar uma pessoa. Se você fosse um homem, não sei quantas moças você iria prejudicar.

- Boa ideia. - Raquel pegou meu braço e disse orgulhosamente ao caminhar para fora:

- Então, deixe-me prejudicar você primeiro!

...

Miller dirigiu rápido e estavelmente. Além disso, evitamos o horário de pico da noite, de maneira que concluímos a viagem prevista para meia hora em apenas 20 minutos.

Toquei a campainha e aguardei nervosamente. Sem retorno.

Acaso mulheres e crianças eram inclusas na retaliação deles também?

Eu pressionei na campainha sem soltar a mão e o som “ding-ding” fez ligar a luz de todo o corredor. Somente então veio a voz baixa da mulher por dentro:

- Quem está lá?

Eu tomei um alívio finalmente, me aproximei da porta e respondi apressadamente:

- É Soraia? Eu sou Kaira, pode me considerar supervisora de Caio. Poderia abrir a porta?

Logo que as palavras foram ditas, a porta se abriu por dentro e vi o rosto débil da mulher.

Soraia estava em um pijama largo. O cabelo foi preso atrás de maneira afrouxada, restando um fio longo na testa. A mulher era alta mas magra, com feições bonitas, tipo que as pessoas gostavam à primeira vista. Talvez por estar na alta noite, ela parecia um pouco pálida.

Mesmo assim, me parecia que ela e Caio eram casal.

Ela não ficou surpresa com a minha aparição e acenou com a cabeça sorrindo para me saudar:

- Sra. Aguiar, Caio mencionou você frequentemente, dizendo que você cuida muito dele.

Se realmente fosse tão bem como o que ela disse, deveriam ser os dois a receber-me à porta.

Eu fiz um sorriso embaraçado, fingindo que não sabia nada do ocorrido da tarde. Eu olhei para dentro do quarto e perguntei:

- As crianças estão dormindo?

- Sim. - Soraia sorriu. - Eles se divertiram muito hoje e dormiram cedo.

Somente então ela abriu a porta por completo e nos pediu para entrar calorosamente:

- Olhe, eu deveria deixar vocês entrarem primeiro. Por favor, senhora.

- Não. - Eu vim cá para confirmar a segurança deles. Já que estavam sãos e salvos, não era bom incomodá-los na alta noite. Arranjei um pretexto casualmente:

- Eu estou ao redor por acaso. Lembrando que o Sr. Caio apoiou muito a família Aguiar, vim dar uma olhada e ver se posso ajudar em algo.

Soraia ficou um pouco mais acordada e fez um sorriso mais gentil:

- Quê isso, Sra. Aguiar! O presidente Aguiar paga um salário tão alto para Caio, que é suficiente para a gente resolver todos os problemas e levar uma vida boa. Já estamos muito gratos e como ousamos incomodar vocês?

A voz, o olhar e até os gestos dela foram sinceros e agradáveis como a brisa da primavera. Eu não me controlei a pensar na voz feminina no telefone de Caio, que era assustada mas tinha que se conter. Era realmente a mesma pessoa? Ou seja, uma dona de casa, que tinha visto os bandidos cercarem a casa, realmente conseguiu agir como se nada tivesse ocorrido tão rápido?

Eu não tinha como dizer. Franzi as sobrancelhas incontrolavelmente, enquanto entendi perfeitamente que era um fenômeno bom, seja qual fosse a razão. A esposa de Caio era mais forte do que eu imaginava.

Retornando um olhar de consolação, eu dei um passo adiante e abracei Soraia ativamente:

Soraia nos despediu à porta. O rosto dela só desapareceu na minha visão quando a porta do elevador se fechou.

À medida que o elevador descia, a sensação de ausência de peso passou por mim vagamente. Algo no meu coração foi confirmado.

Já era 1h00 de madrugada quando regressei a casa. Sem tempo para pensar nessa bagunça, eu decidi dormir diretamente. Ao passar pelo corredor, descobri que a luz do estúdio estava acesa.

Acaso Guilherme voltou?

Com uma atitude cética, Eu fui lá e empurrei a porta. Percorrendo o olhar pelo quarto, descobri que Adelmar estava dentro.

A figura pequena dele estava à frente da mesa de computador de Guilherme. Por causa do ângulo que ele estava, eu quase não o vi.

Ouvindo o som, ele desceu da cadeira imediatamente e me cumprimentou com muito respeito:

- Olá, senhora.

Caio apurou antes que Galdina tinha contatos com ele às escondidas. Como a gente estava vulnerável agora, era a melhor oportunidade de espionar informações para agradar a outra.

Cada um escolhe o melhor lugar para pousar os pés, o que não tem nada de errado. Sendo uma criança que tinha vagueado, o que ele queria era nada mais do que uma sustentação duradoura.

- Ainda não dormiu? - Ao invés de perguntar o objetivo dele, eu caminhei para a mesa, peguei o arquivo aberto e dei umas olhadas. 

Foram registros de projeto do Grupo Nexia nos últimos anos. Sendo disponíveis ao público, não havia segredos nisso.

- Não tenho sono. - disse Adelmar. - Quanto mais cedo eu aprender a fazer negócios, mais cedo poderei ajudar o senhor. Assim, Nana não ficará triste todos os dias por não ver o senhor.

Isso foi inesperado para mim. Ele estava sério e não parecia estar mentindo.

Uma corrente quentinha passou pela minha coração. Eu ri repentinamente da minha mentalidade tacanha e também senti felicidade por Nana. Ela pegou um bom irmão que sabia pensar no lugar dos outros.

A sorte realmente pode vir ao redor da virada. Isso significa que tudo sobre Guilherme também daria em breve uma volta para melhor?