O Labirinto de Amor romance Capítulo 305

Eu acenei e indiquei para ele ir!

Era uma questão de vida ou morte, ele não podia demorar mais.

Depois que ele partiu, Lúcia olhou para mim com ressentimento nos olhos:

- Você não deveria estar viva!

Suas palavras eram tão frias que eu tive que franzir a testa.

Vendo que ela já tinha saído, eu me senti confusa. Eu não lembrava de tê-la incomodado ultimamente.

A ambulância levou a mulher grávida e Guilherme acompanhou-a para ver a situação. A estrada se tornou normal.

Depois de ter me atrasado no engarrafamento, não tinha mais tempo de ir e voltar ao cemitério. Além disso, eu estava sozinha e o caminho de volta era inseguro.

Então, dirigi direto para o hospital e dei uma olhada na situação da mulher gravida.

Hospital!

A mulher grávida não estava ferida, mas ficou assustada e seu líquido amniótico tinha saído.

Quando cheguei, a mulher gravida havia sido encaminhada para a sala de parto e seus familiares haviam chegado.

Era responsabilidade de Guilherme. Caio correu para negociar com a família da grávida. Lúcia sofreu alguns ferimentos leves e foi levada pelo médico para a observação.

Quando as coisas terminaram, Guilherme se sentou. Eu olhei para ele e fiquei em silêncio por um tempo antes de dizer:

- Você sempre dirigiu com muita calma, o que aconteceu para ter se acidentado?

Ele ergueu os olhos, seus olhos profundos pousaram em mim, sua expressão era complicada, e de repente eu tive um mau pressentimento.

Ele ficou em silêncio por um tempo e disse:

- Lúcia brigou comigo no carro!

Senti um leve cheiro de sangue, não pude evitar de franzir a testa e percebi que havia muita umidade em suas mangas pretas.

- Você está ferido? - Eu disse estendendo minhas mãos para tirar suas roupas.

Ele segurou minha mão e disse, seus olhos escureceram:

- Está tudo bem!

Eu franzi meus lábios e segurei minha raiva por um longo tempo:

- Guilherme, você acha que é muito poderoso e viril? Se você está ferido, precisa de curativos. Por que está falando que está tudo bem?

Ele ficou surpreso com a minha gritaria repentina, abriu a boca para falar, mas parou por causa do meu olhar.

Levantando a mão para tirar seu casaco, percebi que seu braço estava muito arranhado, depois de muito tempo o sangue havia coagulado e como as roupas eram pretas, parecia que tudo estava normal.

Se não fosse por ficar perto dele e sentir o cheiro de sangue, eu nunca teria percebido que ele estava ferido.

Vendo-me franzir a teste, ele abriu a boca com uma voz gentil:

- Foi só um pequeno machucado, não vai ter problema.

- Cala a boca! - Fiquei muito zangada. Não sei se estava mais zangada por ele ter ficado junto a Lúcia, ou por ele não ter a capacidade de se cuidar.

Eu estava com muita raiva!

Chamei uma enfermeira para limpar seus ferimentos, e seu terno delicado foi cortado. Ele tinha um temperamento frio.

Sua expressão fria era normal para os conhecidos, mas a enfermeira era jovem e ficou tremula ao vê-lo.

Ele franziu a testa, parecia estar controlando sua raiva, um longo tempo depois, me olhou e disse:

- Venha aqui!

A enfermeira ficou surpresa, parou o movimento e o cotonete de álcool foi jogado na sua ferida.

Guilherme franziu a testa, e com o tom um pouco mais duro disse:

- Deixe-a fazer!

Suspirei, peguei a pomada nas mãos da enfermeira, tentei ao máximo controlar minhas emoções e disse com gentileza:

- Obrigado, por favor, deixe-me cuidar disso.

A enfermeira acenou, sentiu-se aliviada e disse:

- Ok, ok!

Vendo a enfermeira sair, levantei meus olhos para ele e disse:

- Eu não sou tão cuidadosa quanto ela, se eu te machucar não grite.

Ele franziu os lábios, seus olhos brilharam:

- Você está com raiva?

Não disse uma palavra e lavei as feridas com o cotonete. Felizmente, eram todos arranhões, mas um pouco ensanguentada.

Não tinha machucado seus músculos nem ossos, só precisava de um pouco de pomada e alguns dias para se recuperar.

Depois de limpar o ferimento, levantei-me, olhei para ele sem emoção:

- Por que vocês brigaram no carro?

Se não tivessem brigado no carro nenhum acidente teria acontecido, eu entendia o temperamento dele.

Ao vê-lo franzir os lábios, ele não queria falar, eu não pude evitar de franzi a testa. Antes que eu pudesse perguntar, alguém me interrompeu.

- Por sua causa, é tudo por sua causa Kaira, você é uma pessoa perversa. - Lúcia tratou da ferida e saiu da enfermaria.

Um rosto cheio de ressentimento e raiva.

Guilherme viu que ela estava bem, disse com voz indiferente:

- Já chega, pode voltar!

Lúcia zombou:

- Você acha que sempre mentirá para ela? A verdade virá à tona, por quanto tempo você acha que conseguirá esconder dela?

Eu franzi e olhei para Guilherme, disse:

- O que você está escondendo de mim?!

Guilherme estava com um pouco de raiva, seu olhar pousou em Lúcia e disse a Caio que já havia resolvido a situação:

- Mande a Srta. Lúcia de volta.

Caio acenou e ajudou Lúcia a sair. Lúcia o empurrou, sua voz era sarcástica:

- Você acha que se eu não disser, outras pessoas não dirão também?

Olhando para mim com frio e ironia, disse:

- Kaira, você é uma idiota. Todos te tratam como uma idiota. Você ainda acha que está muito feliz e contente. Sinto pena de você.

- Leve-a para casa! - Guilherme disse, sua voz estava cheia de raiva.

Caio pegou Lúcia e a levou embora a força.

Olhei para Lúcia que estava com uma expressão carrancuda e, de repente, disse:

- Deixe-a dizer.

Caminhando em direção a Lúcia, empurrei Caio que a levava para fora, olhei para Lúcia e disse:

- O que você está querendo dizer?

Lúcia zombou:

- Por que quer saber? Pode perguntar ao seu marido, a surpresa que ele preparou para você é muito mais interessante do que eu mesma contar.

Virei a cabeça e olhei para Guilherme, disse:

- O que foi!?

- Conversaremos em casa! - Guilherme disse, estava irritado, erguendo a mão e beliscando o centro das sobrancelhas.

Ele me puxou para o elevador para me levar embora.

Com dúvidas em minha mente, eu parei e fiquei no mesmo lugar.

A expressão do rosto de Guilherme estava muito feia, ele olhou para mim e disse:

- Kaira, voltamos a casa e conversamos depois.

Eu franzi meus lábios, pausei por alguns segundos, e então o segui até o elevador.

Depois de sair do elevador, Guilherme andou para a garagem. Eu fiquei na entrada do hospital e esperei por ele, pensando no que ele estava me escondendo.

Havia algumas mensagens que tinham chegado ao meu celular e eu, inconscientemente, abri e olhei o celular. Eram arquivos.

As mensagens eram de um número desconhecido, cliquei no arquivo e uma foto de um bebê apareceu na minha visão.

O bebê na foto era muito pequeno e parecia um bebê recém-nascido. Havia um círculo de marcas vermelhas na testa, seu rosto era azul escuro e seus olhos estavam fechados.

Haviam mais fotos de um bebê, e vídeos dele sendo colocado em uma incubadora. Era Obvio, foi uma mesma criança.

De repente, senti como se tivesse sido atingida por um raio, minhas mãos e pés doíam, o celular caiu no chão.

Minha cabeça começou a zumbir, a cena do bebê sufocando na armazém não saia da minha mente.

Não podia respirar por causa dos pensamentos pesados. Eu admiti que eu fui fraca e covarde.

Quando Simão enterrou a criança, eu nunca o vi, por que tinha medo de ficar com aquela cena para o resto da minha vida.

Não esperava vê-lo agora. Ele era exatamente o mesmo que a criança do meu sonho.

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