O Labirinto de Amor romance Capítulo 359

- A criança foi abortada! - disse Vinícius com frieza, sem emoções na voz, e o seu olhar permanecia em Nana.

Eu achei que tinha escutado errado, e não me contive em perguntar novamente:

- O que você disse?

Ele finalmente voltou seu olhar para mim e falou, muito sério:

- A posição fetal estava instável, mesmo que nasça, não vai viver muito tempo, por isso foi abortada.

Guilherme também parou de mover as mãos e olhou para ele, franzindo o cenho:

- O que aconteceu?

Vinícius se sentou direito, apertou os lábios e falou:

- Ela já abortou bebê antes e não me contou, então por causa de sua instabilidade emocional, ela foi ao hospital várias vezes. No fim, não pôde fazer nada, não dava para manter o bebê.

Quando ele disse isto, estava completamente indiferente, como se este assunto fosse trivial para ele.

Contive minhas emoções e olhei para ele:

- Então, o que você vai fazer agora?

Pensei que ele responderia positivamente à minha pergunta, mas não esperava que ele estreitasse o olhar na minha direção de repente, dizendo indiferentemente:

- A morte de Esther teve alguma coisa a ver com a Sofia?

Os talheres na minha mão não se seguraram firme e caíram no chão.

Eu congelei por um momento e olhei para ele com os lábios apertados, dizendo num tom frio:

- Não tenho certeza.

O que eu sabia sobre a morte de Esther sempre for por minha causa. Naquela época, a fim de me tirar da mansão, Agatha tinha criado uma armadilha para Esther vir até a capital e me atrair para fora.

Se eu não tivesse saído da mansão naquela noite, talvez tudo isso não tivesse acontecido.

A cadeia de reações que aconteceu depois foi completamente culpa deste incidente.

Não sei o quanto as palavras de Sofia realmente afetaram Esther. John estava com a Esther naquele dia, mas ele só ouviu parte do que foi dito.

Ele riu friamente e parou de falar, apenas fixando seu olhar na Nana.

- Eu não vou me casar com Sofia. Nana é a filha da família Moreiro, ela terá que voltar um dia para a casa dos Moreiro.

Eu congelei, não esperando que ele dissesse estas palavras de forma tão direta.

Olhei para ele com os olhos esbugalhados e finalmente não consegui mais reprimir minhas emoções:

- Vinícius, a Nana não irá para a família Moreiro, esta é a decisão de Esther, e é também a decisão que tomei nos últimos quatro anos à medida que meus sentimentos pela Nana se desenvolveram, se você quer tirar Nana de mim, então sinto muito te dizer que terá que passar por cima do meu cadáver!

Guilherme também não estava de bom humor, um par de olhos negros caiu sobre ele, sua voz estava baixa e fria:

- Nana não irá com você para a família Moreiro, você também concordou com a Nana morando conosco em primeiro lugar.

Vinícius riu friamente, seus olhos olhando para ele:

- Você também prometeu que eu cuidaria bem de Dora, e o que aconteceu?

Dora?

Quem era essa?

O rosto de Guilherme escureceu completamente:

- Você sabe muito bem por que as coisas aconteceram daquela maneira em primeiro lugar. Vinícius, a morte de Esther e de Dora, você realmente acha que foram acidentais?

O rosto de Vinícius de repente escureceu com vestígios de dor quando olhou para Guilherme com relutância:

- E daí? Agora você está jogando tudo em mim e acha que a culpa é toda minha?

Guilherme franziu o cenho, e sentindo que não adianta discutir com ele, levantou a mão para massagear as têmporas, olhou para mim e disse:

- Leve Nana para baixo primeiro e esperem lá por mim.

Eu acenei com a cabeça, já queria ir embora com Nana fazia muito tempo. Afinal, brigas podiam afetar as emoções da criança. Vinícius não fez nenhuma ação excessiva, apenas seguindo-nos com seu olhar profundo.

Chegando lá embaixo, por medo de ser reconhecida, saí diretamente do restaurante e me sentei no canteiro de flores ao lado do carro.

Nana se encostou ao meu lado e, embora ela fosse jovem, ela podia mais ou menos entender algumas das palavras, então olhou para mim e disse:

- Mamãe, por que o Sr.Vinícius quer me levar embora?

Eu estava com dor de cabeça e uma dor no estômago, então levantei a mão e apertei o estômago, dizendo:

- O Sr.Vinícius queria uma filha como você.

- Mas aquela tia não tem um bebê? Assim que ela der à luz, o Sr.Vinícius também terá um bebê dele!

Olhei para baixo, um pouco sem palavras, meu estômago e meu abdômen doendo insuportavelmente, e antes que eu pudesse reagir, vomitei tudo o que tinha acabado de comer.

Nana se assustou com isso e me perguntou imediatamente:

- Mamãe, o que há de errado com você?

Eu vomitei em seco por um tempo antes de me acalmar, mas ainda estava me sentindo mal. Puxando Nana para meus braços, eu me senti em transe.

Não fiquei nada surpresa com o aparecimento de Sofia, e ela me parecia ainda mais doentia do que da última vez que a vi.

Ela provavelmente tinha me visto vomitar, e disse:

- Náusea e vômito, você está grávida? - e falando disso, ela sorriu friamente. - Guilherme não pode ter um bebê, e você está grávida... Então o bebê é de Simão? Eu pensei que você era mesmo uma mulher limpa e inocente!

Eu apertei os lábios, não querendo discutir com ela na frente de Nana. Felizmente Guilherme saiu de dentro do restaurante.

Caminhando até o carro, ele naturalmente viu o vômito e olhou para mim, depois para Sofia, sua voz fria e severa ao perguntar:

- O que você que fez isso?

A aura do homem era fria e sanguinária, muito assustadora. Sofia deu alguns passos para trás e olhou para Guilherme, sua voz um pouco trêmula:

- Eu não fiz nada, ela é que não estava se sentindo bem.

Então ela se virou e correu para o restaurante. Guilherme caminhou na minha direção e me olhou intensamente:

- Você comeu coisa errada agora a pouco?

Eu balancei a cabeça, minha voz um pouco fraca:

- Vamos voltar para casa logo!

Ele acenou com a cabeça e levou Nana para o carro, depois me carregou para o banco do passageiro.

Eu não tinha força e me inclinei para trás no banco, em silêncio.

Não demorou muito até que eu entrasse em um sono profundo.

Quando acordei, já era meia-noite e Guilherme não estava lá, então saí da cama e fui para o quarto de Nana.

A menina dormia profundamente. O quarto foi decorado com muito carinho por Guilherme, e ela dormia em silêncio, como um anjo que havia caído na terra.

Olhei para ela silenciosamente por muito tempo antes de voltar aos meus sentidos e perceber que Guilherme já estava parado atrás de mim.

Olhei para ele com uma reação bem lerda. Vendo-me assim, ele caminhou na minha direção e me puxou para seus braços, me abraçou por um tempo antes de me puxar para fora do quarto de Nana.

Voltei ao meu quarto e me deitei na cama antes de falar:

- O que Vinícius disse a você?

Eu não estava muito consciente no caminho de volta, então eu não perguntei nada.

Ele apertou os lábios e me olhou por um momento em silêncio:

- É sobre Nana. A família Moreiro sabe de sua existência e planeja reconhece-la.

Com um estrondo, levantei minha mão e varri o abajur da cabeceira diretamente para o chão, emocionalmente instável:

- Não concordo com isso!

Ele suspirou e se levantou para pegar o abajur de volta, havia cacos de vidro no chão e ele usou suas mãos para pegá-los, o que me fez ficar com raiva.

Depois de limpar o chão, ele olhou para mim e disse com calma:

- Você não quer que Nana te deixe, eu convencerei Vinícius, mas Kaira, nós dois precisamos perguntar à Nana o que ela pensa sobre isso.

- Quantos anos ela tem? O que você quer ouvir dela? Estou com ela há quatro anos, é impossível me separar dela, ela já faz parte da minha vida! Não vou deixá-la ir com Vinícius, ela ficará comigo. Para o melhor ou para o pior, pelo menos vou cuidar bem dela e amá-la. Mas se ela voltar para a família Moreiro, como você pode ter certeza de que Vinícius será capaz de cuidar dela? Você sabe se a família Moreiro vai judiar dela ou não? Com que direitos ele acha que tem de tirar de mim a criança que tenho criado de todo o meu coração por quatro anos?

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