O Labirinto de Amor romance Capítulo 969

Os convidados eram gentis, prestando luto silenciosamente. Embora a atmosfera fosse pesada, ainda nos deu uma consolação.

A morte não é o fim. Talvez eles fossem a um outro mundo levando uma vida mais tranquila.

Após as palavras de homenagem, os convidados avançaram para se despedirem do amigo falecido. Tudo decorreu certo. De repente, uma mulher que usava um chapéu pescador de estilo francês chamou a minha atenção.

A mulher era alta, cuja figura não perdia para as modelos de moda, com os olhos brilhantes e charmosos, cheios de ambição. Observando atenciosamente, os olhos dela até eram um pouco parecidos com os de Guilherme.

Ela caminhou para a frente de Guilherme, erguendo o queixo arrogantemente. Não dava para ver muita tristeza nos olhos dela, nem sequer uma simpatia polida. Ela esticou a mão lentamente e apertou as mãos com Guilherme:

- As minhas condolências.

Depois, ela me deu uma olhada e seguiu os convidados para oferecer flores à efígie.

Eu não fui a única pessoa a reparar nela. Claro, uma mulher tão destacante não escapou aos olhos de Guilherme.

Como era de esperar, antes que a mulher fosse longe, Guilherme instruiu a Caio clandestinamente em voz baixa:

- Fique de olho nela.

- OK. - Caio recebeu a ordem e foi trabalhar.

Terminando o funeral, eu e Guilherme fomos ao jardim traseiro e nos encontramos com aquela mulher.

Usando óculos de sol, a mulher estava deitada na cadeira de forma relaxada, olhando a nossa aproximação indiferentemente.

Nos sentamos em frente dela. As nossas sombras se refletiam claramente no espelho, mas não era possível observar o olhar dela.

- Estou sempre pensando: se eu tivesse um irmão mais velho, como é ele? Pelo que vi agora, não me parece muito decepcionante. - A mulher abriu a boca primeiro e quebrou o silêncio.

Ela disse isso olhando Guilherme. Se eu não entendesse errado, ela deveria ser filha de André.

Neste momento, eu já não podia usar a palavra “surpreendida” para descrever o meu sentimento. Inesperadamente, a primeira impressão foi tão exata.

Se fosse assim de fato, implicava que a mãe de Guilherme também estava viva.

Guilherme, por sua vez, se encontrou muito calmo, sem a menor agitação nos olhos:

- Onde está a mãe?

O entendimento tácito entre o marido e a mulher se dissolveu silenciosamente nos hábitos dessa forma. Ele tinha a mesma ideia que eu.

A mulher tirou os óculos de sol, revelando os olhos claros e dentes brancos e olhando Guilherme com uma risada ligeira:

- Isso é importante? Acaso você não deve confirmar a minha identidade primeiro?

Guilherme respondeu de forma meio impaciente após um silêncio:

- Filha de Marcos Nogueira, mulher mais jovem na colocação do ranking mundial da Forbes TOP 500, Cássia.

Parecia que Guilherme já apurou a situação básica da família Nogueira no momento em que tomou conhecimento de que André estava vivo.

Cássia Nogueira abaixou os olhos e sorriu:

- O meu sucesso é suficiente para assustar qualquer pessoa talentosa da minha idade, mas você ficou tão calmo. Certo, você é bom filho do pai.

Mencionando André, o rosto de Guilherme se escureceu em um instante. Por medo de que ele ficasse zangado com ela pela morte do casal Bruno, eu estiquei a mão e segurei o braço dele apressadamente, para que ele se acalmasse:

- Diga o seu objetivo diretamente, Sra.Cássia.

Optando por visitá-lo no dia do funeral do casal Bruno, obviamente ela não era o tipo que considerava o sentimento dos outros. Então, não era necessário cuidar dos detalhes.

Somente então Cássia Nogueira passou a observar-me de oblíquo e disse com um sorriso significativo:

- Ah... - Cássia fez um sorriso bajulador. - O meu segundo irmão tem personalidade discreta, mas é fácil de falar. Na verdade, é melhor assim né? Guilherme levou uma vida tão solitária no passado. No futuro, vai ficar juntos com o irmão e a irmã. Vamos nos cuidar um ao outro e as indústrias da família Nogueira devem subir a um novo patamar certamente.

Ela falou alegremente a si própria e fez uma pausa de repente antes de sorrir a Guilherme:

- Guilherme, você não quer se reunir com a gente?

Como é que uma pessoa que nasceu numa família feliz pode entender a aflição de ser abandonado e viver sozinho?

As palavras de Cássia Nogueira foram uma tortura ao coração, mas tinha como culpá-la.

Finalmente, Guilherme não conseguiu continuar ouvindo. Ele se levantou abruptamente e foi embora.

Cássia Nogueira reclamou:

- Sendo irmã mais nova, eu tomei iniciativa de procurá-lo e ele ainda fez cara feia. Porquê isso?

Eu fiquei sem palavras e rebati diretamente:

- Já que você sabe que ele é irmão mais velho, deve ter mais respeito. Não chegou a sua vez para comentar as formas que Guilherme faz as coisas. Não o avalie com uma visão de auto-referência.

Cássia Nogueira, que simpatizava bastante comigo, mudou de cara várias vezes. Seu rosto virou pálido e se escureceu, com uma expressão raivosa:

- Cunhada, porque é que você se irritou tanto? Meu irmão está de mau humor e eu posso entender, pois somos da mesma família. Mas entre você e eu, ainda temos o meu irmão no meio. Eu não tenho o hábito de ficar humilde à frente dos forasteiros.

KKK! Eu estou casada com Guilherme há 10 anos e tenho filhos dele. Mas no ponto de vista de Cássia, ainda sou um forasteiro até hoje.

O pai abandonou o filho biológico e o viu cheio de aversão, enquanto a filha tratou a cunhada de forma descuidadosa. A educação da família Nogueira realmente abriu meus olhos!

Incapaz de aguentar mais, eu arregalei os olhos e disse furiosamente com o olhar fixado nela:

- Caio, mande a visitante embora!