O Lendário Dragão General romance Capítulo 224

Na opinião de James, a família deveria se desapegar do grupo central dos Callahan e estabelecer seu próprio negócio. No entanto, Gladys era absolutamente contra, acreditando que deveriam enfrentar a óbvia conspiração de Howard e sua família. Deixar o grupo empresarial de lado seria dar aos canalhas exatamente o que queriam, algo que a matriarca não poderia suportar. Mesmo que soubessem que era uma armação, não poderiam apresentar qualquer evidência disso, então, por ora, só poderiam assistir à derrota, impotentes.

— Deixe isso comigo, então. —

O coração de James se partira ao ver o olhar magoado de sua amada esposa. Puxando a mão da moça, o general a consolou:

— Vou falar com esse tal Yosef, está bem? —

— Não adianta. Se o homem não fosse um escroto, não teria me incriminado. Com certeza pagaram bastante a ele, e nós não temos nenhuma prova. — Thea balançou a cabeça, chorando copiosamente.

— Não se preocupe, meu bem, eu tenho um plano. —

James se levantou e se virou para sair. Depois de deixar a residência da família, ligou para Henry e o instruiu a contatar o próprio Jake Graham para localizar o local onde vivia o funcionário que incriminou Thea. Após a sucessão do Rei Alegre, Henry perdeu a autoridade militar que tinha para acessar as redes oficiais de inteligência, portanto eles só poderiam recorrer mesmo à rede de inteligência clandestina de Jake.

Rapidamente, Henry passou todas as informações possíveis sobre Yosef para seu comandante, o que deixou James muito satisfeito. Como esperado de Jake e sua rede de inteligência paralela, a velocidade e precisão para colocar as mãos em qualquer tipo de informação superavam em muito as dos canais oficiais.

Em um bairro medíocre de Cansington, Yosef acabara de voltar da empresa, pronto para estender os pés sobre o sofá. Há poucos dias, refletia em como precisaria trabalhar por mais um ano para se aposentar. Agora, garantiu, facilmente, uma bela aposentadoria antecipada. Além da dinheirama que recebera, Howard ainda garantiu que o homem pudesse se aposentar dentro da lei, o que lhe garantia o recebimento das pensões do benefício todos os meses.

Considerando-se um felizardo, levantou-se e foi ao mercado comprar umas tilápias para preparar um bom almoço. Cantarolando uma música antiga, o velho voltou para casa, porém, ao se aproximar do apartamento, tirando a chave do bolso, notou um homem parado no corredor, bem ao lado de sua porta.

— James? —

Yosef ficou confuso ao encarar o homem que o aguardava. Como funcionário veterano da empresa da família e grande fofoqueiro, o senhor tinha bastante ciência sobre alguns dos assuntos internos dos Callahan, o que incluía reconhecer o rosto do genro de Benjamin. Além disso, aquele homem, James Caden, chegou a tentar trabalhar no grupo empresarial, mas todos os funcionários que tiveram contato com o rapaz disseram que se tratava de um louco que ofendia a qualquer um, mesmo sem motivação plausível. A verdade é que James não queria perder tempo num emprego de escritório, por isso deu um jeito de ser demitido por péssimo comportamento.

— E aí, senhor Zaborowski? Vivendo uma boa vida, eu percebo. O que é isso que você está segurando? Tilápia, não é? Coisa boa! Adoro uma tilápia. — James tinha um sorriso brincalhão no rosto.

Yosef soube imediatamente que aquele homem apareceu ali para tratar do seu problema com Thea. No entanto, James ainda não mencionaria nada sobre isso, pelo menos não do jeito fácil. Yosef disse com um sorriso:

— Pois é, rapaz. Estou velho, mas dei a sorte de me aposentar cedo! Hoje mesmo, acredita? Pretendo preparar uma boa refeição para o almoço, para comemorar. — O senhor debochou, sem acreditar que o visitante fosse mesmo uma ameaça.

James, percebendo o desdém, fechou a cara e agarrou Yosef pelo colarinho, erguendo o senhorzinho do chão. Desesperado, o aposentado começou a tremer:

— O que você está fazendo, James?! —

James o arrastou para um canto perto da escada e abriu a grande janela do corredor.