Thea se lembrou do incidente do dia anterior, quando James sugeriu ter dinheiro para pagar Lorne. Teoricamente, no Dragon Fountain, o marido dela transferiu mesmo alguma quantia para o bandido, mas depois a recuperou. Ela queria perguntar sobre isso durante aquela noite, mas muita coisa aconteceu em um dia, então ela perdeu a oportunidade de saber mais sobre a situação.
— James, como você conseguiu todo esse dinheiro? — Thea olhou para James seriamente.
— Ah, querida, eu... — O general coçou a cabeça e sorriu sem jeito. — Nós, militares de carreira, sempre guardamos algum dinheiro extra para garantir. Mesmo depois de aposentado, mantive o hábito. Este é algum dinheiro que transferi do meu cartão da última vez, pois tive a sensação de que você poderia usar todo o dinheiro dele. Eu queria ter alguma garantia, para o caso de alguma necessidade emergencial. —
Ao ouvir isso, Thea ficou em silêncio, afinal, foi devido à sua própria incompetência que ela perdeu todos o dinheiro investido por James. Gladys, do outro lado, estava perturbada. A família se encontrava em frangalhos, mas lá James aparecia seu genro, usando de seu escasso dinheiro para ajudar Lex, mesmo depois de tudo de ruim que escutara entre aquelas pessoas.
— Lex, pode me dar o número do seu cartão? — James olhou para o velho.
Lex jamais imaginaria que um dia teria que contar com aquele homem para sobreviver, mas concluiu que a vida tinha dessas, então não recusou a oferta. Em vez disso, disse:
— James, vou pedir esse dinheiro emprestado. Depois que estivermos fora desta crise, eu te pagarei dez vezes mais. —
Apesar de dizer isso, não havia confiança por trás de suas palavras. Tendo os Watson e os Xenos como inimigos, os Callahan teriam muito trabalho, se quisessem recuperar seu poder.
Lex deu a James seu número e a transferência foi feita. Enquanto o idoso não poderia se sentir mais grato, os demais Callahan não escondiam seu desgosto. Para eles, era mais interessante apenas continuar culpando a Thea por sua situação, tanto que Tommy até zombou:
— James, não pense que seus trocados vão nos deixar em dívida com você. Estamos nessa confusão por causa de Thea. Se não fosse por ela, ainda estaríamos morando em nossa enorme mansão. —
— Thea é uma desgraça. De todos com quem ela poderia ter mexido, ela teve que escolher os Watson e os Xenos. —
— Devíamos ter expulsado ela da família há dez anos, quando se estropiou no incêndio. —
Todos os Callahan entraram na conversa para ofender a moça, vomitando o pior do abuso verbal que podiam. Thea admitiu sua culpa, sentia que não podia fazer nada além de se desculpar. James, por outro lado, acenou com a mão, tentando parar a discussão.
— Chega disso, pessoal! Não é o fim do mundo, vamos superar isso juntos. A convenção médica de Cansington está chegando, devemos trabalhar duro nisso e reivindicar o título de Asclépio. —
— Asclépio? — Weston, o filho de John, olhou para James com condescendência. — Você? —
Sua irmã, Yzabella, acrescentou:
— Você está de sacanagem, só pode. —
Ninguém acreditava em James, mas o homem riu dos comentários desdenhosos, optando por não responder às suas provocações.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O Lendário Dragão General