Agora, James pensava que talvez a mulher não fosse tão mesquinha assim. Era possível que a parte ruim de Gladys fosse produto das circunstâncias vividas.
Resolveu concordar.
— Montar uma clínica é fácil. No entanto, acho que devemos esperar. Ouvi dizer que um novo centro comercial abrirá, aqui na cidade. Podemos pensar em montar uma clínica lá. —
Como alguns hábitos nunca mudam, Gladys deu um daqueles tapas usuais na cabeça do genro.
— Você sabe que tipo de lugar será o centro comercial? Sofisticado! Projetado para ser o centro financeiro mais movimentado do país! Perdeu a noção? Não tenho tanto dinheiro! Só de aluguel, custaria uma fortuna. Montar uma clínica custará muito em equipamento, documentação, reforma e sei lá mais o quê! —
James tocou no lugar da pancada, relevando.
Na verdade, pretendia comprar todo o centro comercial. Se decidisse abrir uma clínica lá, obviamente não pagaria aluguel. Às vezes, James sentia vontade de falar toda a verdade. Poderia contar a eles, naquele momento, sobre a possível compra, mas, para que não pensassem que enlouquecera, precisaria revelar quem era. Sabia que isso afetaria demais o comportamento da família, então ainda não era o momento.
David suava frio enquanto escutava Gladys falar que pensava em financiar uma clínica para James. Entrou em pânico. De repente, berrou:
— Mãe, você está louca?! Não pode fazer isso! Você vai perder tudo se der dinheiro a esse otário! Esqueceu, também, que me prometeu um carro novo? Vai tirar de seu filho para presentear um genro que nunca nos deu nada? —
— Minha sogra, lembre-se que nosso aniversário de casamento está chegando. A senhora me prometeu um vestido. — Alyssa apelou para a emoção da matriarca.
— Já chega! — Gladys repreendeu em um monólogo. — Quando não se tem dinheiro, não se gasta com o que não pode pagar. Por que precisa de um carro novo? O seu anda. Se quer um melhor, conquiste. Por que você precisa de um vestido novo? Você tem roupas. É só um aniversário, acontece todo ano. Não vou gastar com vocês, porque não haverá retorno. Além disso, esse dinheiro era de Thea, eu só tomei de sua mão para evitar que ela torrasse em alguma besteira. —
— Mãe, você não está sendo razoável! Eu sou seu filho, enquanto ele é apenas seu genro. Você nem queria que esse casamento acontecesse! Já esqueceu? —
Gladys deu um tapa forte no braço do filho, que gesticulava em sua frente.
— Olha para você! Depois, olhe para Tommy! Tommy trabalhava na Eternality, como gerente de departamento. O filho de John, Weston, montou sua própria fábrica de processamento, fora da empresa da família. Está lá, bem de vida! Tem algo para chamar de seu. E você? O que é que você fez? —
Thea sorriu, mas não disse nada. Estava feliz porque a mãe parecia, finalmente, ter alguma confiança de que James poderia ser um excelente marido.
David não tinha o que responder. Mesmo que pudesse, não teria coragem de encarar a mãe, ou aquilo pioraria. Não conseguiu evitar, entretanto, uma encarada direcionada a James. Alyssa puxou o marido, gentilmente, dando-lhe um olhar sério. Imediatamente, desculpou-se, em nome do casal.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O Lendário Dragão General
Bom dia, muito top a leitura, quando serão lançados novos capítulos. grato....