O Lendário Dragão General romance Capítulo 68

Aquele era um dia bastante agitado para Cansington.

O Rei Alegre seria oficialmente o comandante-em-chefe dos cinco exércitos. Alguém assassinou, por decapitação, três dos patriarcas dos Quatro Grandes. É importante mencionar que não encontraram as cabeças. Como consequência, todos os membros da família Xavier planejavam fugir da cidade. James imaginou que isso pudesse acontecer, mas também sabia que a ocorrência de um crime daquela proporção, no dia de uma cerimônia de sucessão, exigiria que as autoridades colocassem em prática diversas contramedidas. Proibiram, temporariamente, as viagens marítimas, terrestres e aéreas na região, efetivamente impedindo quaisquer planos de fuga dos Quatro Grandes. Nenhum deles deixaria Cansington.

Após a cerimônia de sucessão do Rei Alegre, fizeram um anúncio oficial para explicar os assassinatos. Escolhendo um prisioneiro no corredor da morte, aceleraram a data para o cumprimento de sua sentença, o vestiram com uma máscara de fantasma idêntica àquela que James usava e executaram, publicamente, o homem desconhecido.

Por ora, o assunto estava resolvido.

Entre os Quatro Grandes, os Xavier foram os mais prejudicados. Nunca seriam capazes de fazer recuperar o prestígio de outrora. As outras três famílias perderam seus chefes, mas ainda poderiam colocar um herdeiro no lugar. Provavelmente, a essa altura, já faziam o possível, através de suas conexões, para descobrir a quem haviam prejudicado.

De alguma maneira, alguns concluíram que era obra do Rei Alegre. Entenderam como um aviso de que o general desmantelaria os esquemas de corrupção nos quais as suas empresas se envolveram, nos últimos anos. Os rumores indicavam que o homem os caçaria.

James, o verdadeiro algoz desses milionários, dormia profundamente na casa de Thea. Seu sono se manteve por toda a tarde. Perto do anoitecer, Thea entrou em seu quarto e deu de cara com o homem robusto ocupando toda a cama. Estava mais frio no quarto do que no resto da casa, então, preocupada que James ficasse resfriado, foi até ele e o cobriu.

Instantaneamente, James, por simples memória muscular, virou e a agarrou pelo pescoço. A moça tentou gritar, mas o aperto a impediu. O sufocamento não durou muito, porque ele despertou do reflexo e a soltou imediatamente.

— Sinto muito, Thea! —

Thea protegeu o pescoço, avermelhado, com as mãos delicadas. Nervosa, questionou:

— Que loucura foi essa? —

James se sentiu envergonhado. Acostumou-se a guardar a fronteira. Era um lugar perigoso para se estar, porque era possível perder a vida a qualquer momento. Mesmo quando dormia, estava sempre alerta. O barulho mais suave o acordava.

— Me perdoe. Foi um reflexo adquirido durante o período em que servi. — James esfregou a cabeça e olhou para Thea, que ainda estava tocando seu pescoço. — Você está bem? —

— Estou. — Thea não se feriu.

Não pôde deixar de imaginar, entretanto, que, se eles morassem juntos, nada o impediria que, em um desses episódios, ele a sufocasse até a morte.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: O Lendário Dragão General