O Lendário Dragão General romance Capítulo 93

Xander era um homem que lidava com negócios sombrios, normalmente à margem da lei, mas também fora dela. Antes mesmo que o homem abrisse a boca, o babaca do David tentou se livrar da culpa. Foi um péssimo primeiro passo para lidar com um homem como aquele.

— Sobre a sua reclamação: acredito que, usualmente, nós devamos frear diante de um sinal vermelho. Onde aprendeu a dirigir? Você estava me seguindo muito de perto e freou em cima da hora. Agora, você está tentando culpar por ter batido no meu carro? — Xander parou e analisou o veículo de David. Facilmente percebeu que se tratava de uma aquisição recente, por isso debochou. — Oh, puxa! É um carro novo, certo? Ver as pequenas pessoas conquistando bens me deixa muito emocionado, sabe? Agora, observe ali. — ele apontou para a traseira do próprio veículo. — Há um amassado na parte de trás do meu carro. Se você vender o seu carro e completar um pouquinho do valor, talvez consiga pagar pelo estrago. —

Aquilo se tornara, obviamente, uma extorsão. Diante do tom ameaçador, as pernas de David ficaram bambas. Temeu por sua segurança, notando que a confusão escalava de maneira absurda.

— Sinto muito, senhor! Você poderia, por favor, me perdoar? Comprei este carro com todo o meu dinheiro. Não tenho como compensá-lo! —

— Me explique, então, como se pode ser tão arrogante quando não se tem dinheiro nem para assumir as próprias merdas? — Xander, inesperadamente, deu um soco no estômago de David, que caiu sobre os joelhos e apertou com as mãos o local da certeira pancada. Sentiu que iria vomitar, tamanha a força aplicada no golpe.

— Não bata nele! — Alyssa correu e agarrou o braço Xander.

O mafioso ergueu o braço, desprezando a força patética da moça e deu com a mão gorda na face dela. Sem esperar por um tapa violento daqueles, a moça tropeçou, desorientada, nos próprios pés e caiu. David tentou ignorar a dor em sua barriga por um instante e de cabeça baixa diante do brutamontes, estava disposto a implorar por perdão, agora que estava ciente da situação em que se metera. Gladys, com muita raiva no olhar, caminhou até o filho e puxou o cabelo do rapaz, para que a encarasse.

— Irresponsável! Eu não devia ter comprado carro nenhum! —

Depois de repreendê-lo, a mulher olhou para Xander, cuja disposição para distribuir socos estava no ápice. Gladys tentou argumentar, diplomaticamente:

— Senhor, o problema não parece muito grave! Tenho ainda uma pequena quantia no cartão e posso dar tudo a você. Será que seria o suficiente? — requisitou.

— Pequena quantia no cartão? — o brucutu riu. — Você sabe com quem está falando? O rapaz aí arrumou um problema maior do que vocês vão conseguir lidar, aparentemente. — a expressão de Xander indicava que aquilo estava longe de acabar.

— Então quanto você quer? — Gladys perguntou, cautelosamente.

— Eu já disse que você pode vender este carro e ainda não será o suficiente. Entenda, essa também é uma compensação moral pela ofensa desse idiota. — o homem ironizava argumentos. — É preciso ter responsabilidade no trânsito e tratar as pessoas com educação, entende? Se os pais dele não o educaram, eu mesmo o educarei, com essa simbólica punição financeira. Caso contrário, as consequências que a sociedade traz para pessoas assim podem ser assustadoras, sabe? —

Xander, na verdade, mantinha-se como uma figura discreta em Cansington, apesar de ter bastante influência. Assim, não fazia ideia de quem eram as pessoas em sua frente. Mesmo Thea, com seu curto período influenciando nas decisões da Eternality, era desconhecida aos olhos do homem. Por isso, simplesmente concluiu que eram pessoas irrelevantes. Caso contrário, saberia algo sobre eles e não os incomodaria, já que qualquer conexão influente poderia afetar seus negócios escusos.

O crápula fez carreira se envolvendo com negócios sujos, mas, há algum tempo, estava tentando sair desse estilo de vida. Queria manter o próprio nome na encolha, enquanto migrava de sua principal área de ação. Por isso, só se metia em brigas ou atravessava os limites da lei quando lidava com gente sem influência. Dessa maneira, depois de ameaçar Gladys, o homem entrou no carro e fez uma ligação.

— Estou na Estrada Sky Flower. Venha me ajudar a cuidar de um pilantra. —

A confusão se estabelecia em um cruzamento de semáforo, em uma área muito movimentada. Com o acidente, filas de engarrafamento se formaram por ali, roubando minutos preciosos de qualquer um que tomassem aquele caminho. Depois de algum tempo, a polícia de trânsito chegou, tirou fotos e indagou por que os envolvidos ainda não tinham encostado os veículos no meio-fio. Acabaram fazendo isso apenas após a instrução explícita dos agentes. Por causa da demora desnecessária para desobstruir a pista, vários motoristas passaram gritando palavrões para David, que era entendido como culpado da batida por qualquer um que visse a cena.

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